Que grande susto!
Estava eu descansadinha da vida, sentada no sofá, com a minha filha e as bichanas, quando ouvimos um barulho estranho.
Parecia que algo tinha disparado. Algo sob pressão.
Espreitei pela janela para ver se era a mangueira do senhorio. Nada.
Fui até à cozinha.
Um cheiro a gás horrível. E o barulho a vir da dispensa.
Onde temos as garrafas de gás.
Só pensei "isto vai rebentar e vai tudo pelos ares".
Achei que tivesse sido algo provocado pelo calor.
Chamei o meu marido, que estava a dormir.
Tínhamos as janelas abertas.
As luzes desligadas.
Andámos à procura de alguma coisa para desligar, mas não há nada.
Pelo que percebemos, só mesmo o redutor. O resto são os tubos que ligam ao fogão e ao esquentador.
O barulho de gás a sair continuava.
O cheiro a gás cada vez mais intenso.
Restava tirar as duas garrafas de gás para a rua.
Entre nervos, e receio, lá tiro a primeira garrafa e levo para a rua.
E é nesse momento que percebemos que, afinal, a fuga e pressão de gás a sair era da garrafa de gás do vizinho, que fica encostada à nossa dispensa.
Nem sei bem o que senti.
Ainda estava a recuperar do susto, mas foi um alívio.
Não um alívio total.
Porque o gás do vizinho, embora na rua, está encostado à nossa dispensa que é onde temos o nosso gás.
E se isto acontece à noite?
E se, mesmo de dia, ele não estivesse em casa, e não desse pela fuga?