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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

O que é demais nunca pode ser considerado normal

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Que bom seria se pudessemos escolher o tempo que faz, à nossa medida, e só para nós.

Mas, infelizmente, ainda não temos esse poder.

Vem o que vem, para todos, e ninguém pode fazer nada para o mudar.

 

Por isso, quando não nos agrada, e à falta de melhor que fazer, queixamo-nos.

Ora porque chove. Ora porque faz sol.

Ora porque está frio. Ora porque está calor.

Ora porque não corre uma aragem. Ora porque está vento.

 

No verão, por exemplo, quando está quente e oiço pessoas queixarem-se do calor, costumo dizer "estamos no verão, é normal".

No inverno, e sofrendo com o frio, sou eu que me queixo, e as pessoas que me respondem "é inverno, querias o quê?".

Sim, é normal que haja calor no verão, frio e chuva no inverno, e tempo ameno nas restantes estações. Ou era, porque há muito que as estações deixaram de ser "normais".

 

No entanto, por vezes é algo mais do que meras queixas nossas, de eternos insatisfeitos.

Tudo o que é demais, nunca pode ser considerado normal.

Temperaturas de 40º ou mais no verão não são normais.

Temperaturas de 0º ou menos no inverno, em quase todo o país, não são normais.

Pelo menos, não aqui em Portugal. Não nas nossas estações habituais. Não no sítio onde, por exemplo, eu vivo.

 

E, por isso mesmo, o nosso corpo não está preparado, nem tão pouco adaptado ou habituado a estes extremos.

Nem as nossas casas o estão. Ou as escolas. Ou muitos postos de trabalho. E, definitivamente, não as ruas.

Seja calor ou frio a mais, fenómenos extremos de vento ou chuva, ou quaisquer outros que nos apareçam pela frente.

 

Por muito que, noutras regiões, noutros países, noutro hemisfério, o cenário seja ainda mais duro e penoso, quem lá vive está acostumado e equipado para o efeito, porque é a norma.

Aqui, é a excepção.

Uma excepção a que não podemos fugir, mas que enfrentamos sem o mínimo de condições.

E que, a curto, médio ou longo prazo, terá repercussões na nossa saúde.

 

 

O verão já não é o que era

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Estranho verão este que, de ano para ano, vamos vivendo...

Em cada verão, vivemos um pouco de cada estação.

Os dias são maiores, mas quase não damos por eles.

Os finais de tarde, antes passados na rua, a apreciar e aproveitar a temperatura amena, são agora passados em casa, porque lá fora faz frio, ou está encoberto.

Raros são os dias em que sentimos o calor de verão.

Levanto-me com vento, céu encoberto e nevoeiro. E a promessa de um dia quente que, se o chega a ser, só mesmo à hora de almoço, e onde nos consigamos abrigar do vento.

Já não existe pôr do sol, nem nascer do sol.

Não sinto que seja verão.

Sinto que estamos a dois passos do outono no qual, com sorte, fará um ou dois dias com temperatura acima do normal. 

Quando o tempo quente deveria ser o normal, e não a excepção.

 

Não existem festivais de verão, acampamentos, festas populares.

Não existem noites quentes, que nos convidam a sair à rua.

 

Estranho verão, este que nos faz desejar um sofá, uma manta e um chá quente, enquanto cai a chuva lá fora.

Que nos lembra os dias de outono, o regresso às rotinas de escola e trabalho, quando ainda existem férias para gozar.

Que quer, à força, fazer-nos esquecer da sua existência.

Que quer, à força, dividir-se em mil pedacinhos, e espalhá-los por todo o ano.

 

O verão parece, cada vez mais, uma estação em vias de extinção, com os dias contados.

E, em breve, será apenas uma memória remota dos verões que, um dia, o foram, e nunca mais voltarão a ser.

Para felicidade daqueles que nunca morreram de amor por ele.

E para desgosto de todos os outros, que ansiavam o ano inteiro pelo reencontro, que agora não haverá, e para aqueles que nunca saberão o que é viver um verão como antigamente.

Cheio de aventuras, memórias, inesquecível...

 

 

Como a Netflix aboliu a hegemonia das produções americanas

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E me fez encarar outras produções, com outros olhos.

 

Preconceito, ou hábito, a verdade é que sempre estive tão habituada a ver filmes e séries americanas que, se me sugerissem, por exemplo, um filme francês, ou alemão, torceria o nariz e poria de parte, ainda que pudesse ser bom. Penso que só vi, ainda em pequena, uma série italiana. Mais nada.

 

No entanto, desde que tenho Netflix, que dei por mim a assistir a diversas séries e filmes espanhóis, colombianos, mexicanos. Já vi também uma série sueca, e um filme norueguês. 

Acho que, quando me surge uma produção americana, até estranho, porque acaba por não ser a regra nas minhas escolhas.

 

Por exemplo, a série que a Netflix irá produzir "Cem Anos de Solidão", baseada na obra-prima do colombiano Gabriel Garcia Márquez, para além de outras questões, só agora seguirá adiante porque o autor queria que, se algum dia isso acontecesse, fosse falada em espanhol, e os herdeiros sentem que, só agora, está aberto esse caminho para a aceitação de produções noutra língua que não o inglês.

 

Nesse aspecto, a Netflix tem o mérito de ter revolucionado a forma como eu e, provavelmente, mais pessoas, começaram a receber, aceitar e apreciar produções diferentes, diversificadas e em vários idiomas, sem aquele preconceito e rejeição habitual.  

 

 

Há falta de médicos em Portugal?

 

Diz-se que Portugal tem "doutores" a mais.

Mas, ao que parece, nesses ditos "doutores", deve haver uma grande falta de médicos, já que uma das medidas anunciadas, pelo ministro da saúde, para melhorar a resposta nos centros de saúde e diminuir a afluência às urgências dos hospitais no SNS, foi recorrer a médicos reformados!

Para isso, tornam-se necessárias alterações à lei. Como diz Paulo Macedo, está a ser “ultimada a legislação no sentido de dar novas possibilidades de contratar médicos reformados, por exemplo, não lhes exigindo um horário de 40 horas integral mas flexibilizando essa prestação”.

De acordo com o ministro, esta possibilidade tem vindo a ser negociada com o Ministério das Finanças
porque, “claramente trata-se de uma excepção relativamente aos reformados do nosso país mas que nos parece que, face às necessidades das pessoas, se justifica”.

Será que, realmente, se justifica? E em que sentido?

Justifica-se porque é, de facto, necessário contratar médicos e não temos entre nós outros médicos dispostos a trabalhar nas condições propostas, ou suficientemente competentes para os cargos? Ou porque é mais conveniente para o Estado, e nem sequer ponderaram contratar médicos ainda no activo, ou à espera de uma oportunidade para exercer aquilo para que estudaram?

E, já agora, se se justifica abrir uma excepção à regra, e contratar profissionais reformados, face às necessidades das pessoas, no caso da saúde, por que não se justifica também para aqueles que, apesar de reformados, ainda se sentem úteis e capazes de trabalhar?

E como é que vão proceder em relação à reforma e ao pagamento pelos serviços prestados desses médicos reformados. Será que, justificando-se a excepção à regra, se justifica também a acumulação de uma e de outro? Ou suspenderão a reforma enquanto estiverem ao serviço do Serviço Nacional de Saúde? E, se se justifica para estes, porque não para aqueles a quem a reforma mal chega para sobreviver, e que arranjam um trabalho para compensar?

Aí já não têm interesse as necessidades das pessoas?