As explicações dão mesmo resultado? Ou nem por isso?
É certo que, em determinadas disciplinas, ou se decora, ou não serve de nada. Ou se percebe, ou é para esquecer. Ou se gosta, ou já segue em desvantagem.
É também certo que o explicador apenas faz a parte que lhe compete, cabendo ao explicando fazer a sua.
E é verdade que, aquilo que parece tão simples, quando explicado com tempo, paciência e simplicidade, se pode tornar um bicho de sete cabeças, na sala de aula.
A minha filha teve explicações de matemática, pela primeira vez, no 8º ano, já a meio do segundo período. Por prevenção.
Enquanto foi percebendo a matéria, foi tirando boas notas. No último período, inteiramente sob o efeito das explicações, teve a pior nota do ano.
Este ano, começou logo no início.
No primeiro período, achou a matéria fácil. E, por isso, teve um 4, quase 5.
A matéria foi complicando, e as notas baixando. Na explicação, dizia que percebia a matéria e os exercícios mas, quando a professora mandava TPC's, por vezes, não sabia resolver. E como não era dia de explicação, lá tentava eu ajudá-la como podia.
Da mesma forma, o explicador foi sempre impecável, enviando a resolução de fichas, algumas das quais eu também tentava fazer.
Dizia ela que os testes que a professora fazia eram mais difíceis.
Acabou o ano com um 3, quase negativa, mas a professora não quis prejudicar a maior parte dos alunos, que estão com exame à porta.
Tem andado a fazer os exames dos anos anteriores, para praticar. Em alguns, teria tirado positiva mas, na maioria, tinha negativa.
Ainda está em explicações.
Mas, sinceramente, a conclusão a que chego, neste caso específico, é a de que as explicações não a ajudaram a melhorar as notas. Apenas a perceber determinados exercícios, no momento em que os resolve, com a ajuda do explicador, mas sem conseguir depois aplicar isso em outros exercícios.
De uma forma geral, se ela percebia a matéria, tirava boa nota. Se não, a nota baixava, e nunca a explicação mudou essa tendência.
Não será responsabilidade única do explicador. Ele não está na cabeça do aluno e não pode resolver ou fazer os testes por ele.
Haverá também alguma responsabilidade do explicando, se se der o caso de não querer saber ou aplicar-se o suficiente, de não se interessar pela matéria ou, simplesmente, não conseguir encaixar, por mais que tente.
Assim, deixo a pergunta a quem já teve explicações, ou tem (ou teve alguma vez) os seus filhos em explicações: as explicações resultaram mesmo?