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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Sobre a final do Festival Eurovisão da Canção

Não vou falar novamente do Salvador, mas de todas as restantes músicas que participaram, e da gala final em si.

 

Começo, talvez, pelo momento mais hilariante: aquele em que Jamala começa a cantar, e alguém do público decide subir ao pequeno palco, passar à frente dela, despir-se e mostrar o rabo, antes de ser retirado pelos seguranças!

Confesso que não me agradou a música nova dela, nem tão pouco a voz dela na interpretação da mesma.

Já o novo tema da Ruslana, a vencedora ucraniana em 2004, adorei!

 

 

Relativamente às músicas a concurso:

 

Jury final 2017

- Hungria - não dei por ela na semifinal, mas confesso que gostei de ouvi-la no sábado, e de ver a bailarina, que acompanhava o cantor, dançar, reproduzindo quase um casal cigano num qualquer ritual característico do seu povo, embora não fosse uma das minhas favoritas.

 

 

Jury final 2017

- Croácia - o homem das duas vozes - a música é muito bonita, e trouxe aquele efeito de dueto, misturando uma voz pop com uma voz lírica. Contudo, confesso que não apreciei muito a parte lírica.

 

- Suécia - a sério que não compreendo como é que conseguiu ficar nos primeiros lugares da tabela, a música era mais uma igual a tantas outras, e a única coisa que sobressaía ali era o "Ken" e companhia, que mais pareciam bonecos formatados para fazer aquela coreografia sem falhas.

 

- Bielorússia - era uma música mais tradicional, alegre, que convidava à dança, mas fizeram barulho a mais. Cheguei a meio da música, e só pedia uma parte mais calma, ou que se calassem de vez.

 

- Espanha - meu deus, a sério que levaram aquela música?! Eu até gostei, mas para ouvir no verão, nas férias, numa esplanada na praia, ou numa viagem de carro, para animar. Mas era mesmo a mais fraquinha.

 

- França, Reino Unido e Alemanha - a par com a Espanha e a Itália, são os "5 grandes" que estão sempre automaticamente apurados para todos os festivais porque são eles que contribuem com o financiamento. Isso não é, no entanto, sinónimo de boas músicas. E acabam por tirar lugar a outras que talvez merecessem mais, e que tiveram que ficar pelo caminho. A do Reino Unido foi a que mais gostei, destas três.

 

- Itália - desde sempre a favorita à vitória, ouvi-a pela primeira vez no sábado. Gostei do ritmo, e da mensagem, mas não compreendi todo o favoritismo dado à música. E a verdade é que, somados os votos, ficou muito aquém do esperado.

 

Jury final 2017

- Holanda - lembraram-me mesmo as Wilson Phillips! Tanto na composição de três elementos como, em certas partes, no próprio timbre. Mas não era das minhas preferidas. 

 

- Polónia - pode não ter tido a melhor música, embora eu tenha gostado, mas o que é certo é que a cantora tem uma grande voz, e faz-me lembrar alguém, não sei se a Celine Dion ou outra artista do género.

 

- Ucrânia e Noruega - para mim, foram duas das piores músicas que ali se apresentaram.

 

 

Jury final 2017

- Áustria - não trouxeram uma mulher barbuda, mas um rapaz simples, com uma música simples e bonita, da qual destaco esta parte do refrão " if you push me down I’ll get up again, if you let me drown I’ll swim like a champion, I’m sure there’ll be good times, there’ll be bad times, But I don’t care..."

 

- Moldávia - com o seu tema "Hey Mamma" e aquela despedida de solteiros, consegue ficar no ouvido e dá vontade de dançar. Gostei especialmente da parte do saxofone, e da coreografia. No entanto, não lhe daria o lugar de destaque que obteve.

 

- Chipre - com o seu Gravity, foi mais uma música que ficou no ouvido, pelo menos a parte do refrão, e mais uma que exigia coreografia a rigor. É uma boa música comercial, para ser ouvida nas rádios, como muitas outras que por este festival passaram.

 

- Grécia - também gostei da música da Grécia, independentemente da pouca pontuação que obteve.

 

Aquelas que não me aqueceram nem arrefeceram:

Israel

Arménia

Dinamarca

Australia

 

Entre as minhas preferidas estavam:

 

Jury final 2017

Bélgica - por ser diferente, por não precisar de gritos para se destacar, gostei mesmo da voz da Blanche- uma voz pequenina, mas que pode crescer, tanto num tom mais grave como no mais agudo

Bulgária - adorei a música e ainda mais, a segurança da interpretação de um miúdo de 17 anos 

Roménia - que se há-de fazer, adorei aquela mistura de hip hop com yodelling

Azerbeijão - com o seu "Skeletons" que levou, do juri português, os 12 pontos

 

 

 

Winner on the stage

E, mais por uma questão de ser o nosso representante, e não tanto pela música: Portugal!

 

Não tinha ouvido o Salvador cantar com a irmã na final do Coliseu dos Recreios. Pude ouvi-los nesta final. E, ao contrário de muitas opiniões, que preferem ouvir a música portuguesa na voz da Luísa, eu acho que só poderia ser cantada pelo Salvador, e é cantada por ele que gosto de ouvir.

Curiosamente, fui ouvir o seu tema "Excuse Me" e um outro em português, porque não conhecia ainda, e não gostei de nenhum.

Talvez a dupla perfeita seja a Luísa como compositora, e o Salvador como intérprete!

 

 

Jury final 2017

Mas, voltando ao festival, foi muito divertido ver o treino militar que tiveram os apresentadores, e que proporcionaram, também eles, momentos únicos.  

 

Para terminar, uma constatação: por mais festivais que veja, ano após ano, nunca irei perceber o que faz com que uma determimada música seja eleita vencedora. 

 

Ah e tal, normalmente ganham músicas com uma mensagem inerente. Nem sempre! Já se fizeram músicas com mensagens fortes, que não ganharam.

Ah e tal, ganha a excentricidade. E depois, no ano seguinte, surgem músicas excêntricas, e não resulta.

Ah e tal, são questões políticas. A mesma razão que apontavam para Portugal nunca ter ganho. E, no entanto, vencemos este ano.

Ah e tal, ganham músicas cantadas na própria língua, tradicionais. Falso. Muitas vezes, essas ficam nos últimos lugares.

Ah e tal, o que está a dar é cantar em inglês, ou dividir fifty-fifty. E a teoria cai por terra, porque quase todos o fazem.

Ah e tal, o aparato também conta muito; o ser bizarro; o facto de dançar para além de cantar. Na prática, nem sempre dá certo.

Ah e tal, ganham músicas simples. Querem apostar que, para o ano, vão imitar o Salvador, e não terão sucesso?

 

Já ganharam tantas músicas diferentes, por motivos tão diferentes, que é difícil acertar na fórmula milagrosa da vitória.

Mas, em cada ano, há um cenário e uma conjuntura que torna tudo mais favorável, e um alinhamento do que quer que seja, que se traduz numa estrelinha que aponta à vencedora.

Este ano, felizmente, tudo se alinhou para o lado português! E ainda bem que assim foi. Se a receita se deve exclusivamente ao mérito dos manos Sobral, isso permanecerá um mistério...

 

 

Imagens: Andres Putting (https://eurovision.tv/)

A melhor música do Festival da Canção

Foto de RTP - Festival da Canção.

 

Para mim, é esta!

A única que tem tudo para chegar mais além. Presença em palco, estilo, bailarinos, música que fica logo no ouvido, inovadora porque é cantada em inglês.

E esteve quase para nem sequer chegar à final!

 

Depois do fiasco da primeira semifinal, estávamos todos na expectativa de ver a segunda semifinal, e o que ela nos traria. Foi melhor que a primeira, sem dúvida. 

Mas continuo sem compreender como é que, num programa em que falam tanto de inovação, continuam com os olhos postos no passado, a valorizar o saudosismo, a teimar em levar lá fora uma música cantada em português, a bater na mesma tecla e no mesmo estilo de música, que já vimos que não nos leva a lado nenhum.

 

Como bem sabemos, por razões que em muito ultrapassam a qualidade das músicas, mensagens e voz dos intérpretes, Portugal nunca será, provavelmente, um vencedor do Festival Eurovisão da Canção. Por isso, porque não levar algo inovador e, sim, cantado em inglês, como já têm vindo a fazer muitos outros países participantes? 

 

 

Porque é que o júri insiste em fórmulas perdedoras?

Como é que o júri dá uns míseros 4 pontos a esta música, e 10 pontos à canção da Lena d'Água?

Por favor! É por estas e por outras que nunca chegaremos a lado nenhum.

 

Felizmente, o público teve bom senso, e conseguiu reverter o painel das classificações, colocando o tema composto por João Pedro Coimbra e interpretado pelo Pedro Gonçalves entre as 4 selecionadas para a final, a par com duas das minhas favoritas - a da Celina da Piedade, e a do Jorge Benvinda. 

Só a Lena d'Água está a ocupar um lugar que não merecia, de todo, por culpa do juri.

 

O que vale é que, na final, o público é o único a ter direito de voto. Por isso, vamos lá votar na música do Pedro "Don't Walk Away"!

 

 

De entre as restantes, destaco, embora não para um festival, a música do João Só, que é totalmente a cara dele! E ficou muito bonita na voz da Helena Kendall. 

 

 

Imagem RTP - Festival da Canção

 

 

Quase dois anos para fazer duas contas de dividir...

 

...é muito tempo! 

 

É por isso que o país não anda para a frente!

No dia em que fui à advogada para iniciarmos o processo, ela disse-me: "isto é muito simples, divide-se o seu rendimento anual por 12 meses, e depois por 1,5 (sendo que eu valho 1 e a minha filha 0,5), para achar o seu rendimento. Se for superior ao IAS (Indexante de Apoios Sociais), não tem direito. E, de facto, feita a conta, não tinha. Mas como também não pagava nada, vamos lá tentar.

O Tribunal demorou quase um ano para descobrir que não podiam ir buscar nada ao pai da Inês. Accionaram então o Fundo de Alimentos, requerendo à Segurança Social um inquérito aos meus rendimentos e condições. Esse inquérito demorou mais um ano a ser feito, e mais de um mês a ser enviado para o Tribunal.

Quase dois anos depois, a única informação retida do inquérito foi o meu rendimento anual, que a dividir por 12, dá um valor que, dividido por 1,5 é superior ao IAS!

Ora, se isto não é um desperdício de tempo e serviços, é o quê?

Perdi tempo eu, perdeu tempo a advogada, perdem tempo as assistentes sociais, fica o tribunal com um processo (mais um) pendente durante quase dois anos, quando a resposta podia ter sido dada assim que o processo deu entrada!