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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A hipocrisia, o politicamente correcto, a frontalidade e a falta de respeito

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Há quem diga que, hoje em dia, a hipocrisia se disfarça, e se protege, sob a prática do "politicamente correcto", para não ferir susceptibilidades e magoar aqueles a quem é dirigida.

Da mesma forma, há que diga que, hoje em dia, a frontalidade é, muitas vezes, confundida com o direito a uma certa agressividade ou, até, falta de respeito, para com aqueles a quem se quer transmitir a mensagem.

 

Na verdade, a linha que separa estes conceitos é muito ténue.

Uma pessoa hipócrita acaba por, de certa forma, faltar ao respeito ao não ser honesta. Mas nem sempre. Por vezes, a intenção é só mesmo não se chatear, e não magoar o próximo.

No mesmo sentido, ser frontal é uma forma de se ser verdadeiro para com o outro, acreditando que a mentira magoará mais, a longo prazo, que a verdade, naquele momento em que é dita. Mas, por vezes, a forma como essa verdade é dita também poderá constituir uma falta de respeito, se a pessoa a proferir com agressividade, com maldade, com intenção de ferir.

 

Ainda assim, é uma linha demasiado grande para que eles se misturem, se se souber separar as águas.

Ser hipócrita é fingir algo que não se sente. É agir propositadamente com falsidade. Por vezes, vem acompanhada de ironia, de gozo, de inveja. 

É, muitas vezes, um falso moralismo.

 

Ser politicamente correcto, é adoptar uma conduta que se assume como correta, mas que não corresponde ao que, de facto, as pessoas pensam ou fazem no seu dia a dia. Por vezes, e em determinados contextos e situações, é necessário adoptar essa postura, sem que isso magoe quem quer que seja.

É ajustar. Adaptar. Ao género do ditado "em Roma, sê romano".

É filtrar. Ocultar. Minimizar. Ao género da máxima "Se não tens nada de bom para dizer, está calado".

É, muitas vezes, querer agradar a gregos e a troianos. Não é por mal. É querer estar bem com todos. E que todos estejam bem consigo.

É querer, quando em grupo, e perante personalidades e características diferentes, manter uma certa harmonia, paz, tranquilidade.

 

Ser frontal é, no fundo, ser honesto.

Consigo. E com os outros.

É mostrar aquilo que se sente. Que se pensa.

É ser sincero. Sem necessidade de ofender.

Sem se sentir melindrado, por o fazer. Por não se saber qual será a reacção, do outro lado. Por não se saber se esse ponto de vista, ou opinião, será aceite, ou mal visto, perante os outros.

E se seremos recriminados por tal atitude.

 

Porque, se assim for, a tendência a ser politicamente correcto, será cada vez maior.

E, depois, cria-se a convicção de que vivemos num mundo cheio de hipocrisia.

Que, se calhar, até nem é mentira...

 

 

 

 

Isto é gozar, literalmente, com quem trabalha

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Quando uma pessoa, a quem foi dada tolerância de ponto, decide aparecer no local de trabalho onde, para a substituir, tiveram que abdicar do seu tempo de descanso outras duas pessoas, que provavelmente nem sequer vão receber essas horas extras que estão a fazer, só pode mesmo estar a gozar.

É de uma tremenda falta de respeito.

Se estava com tanta vontade de ir para o local de trabalho, que lá ficasse a trabalhar. Assim não prejudicava os outros.

 

Que a pessoa tem a mania de aparecer por lá quando são os outros que estão de serviço, já sabemos. Mas que o faça num dia em que outros tiveram que o ir substituir, é abuso.

Que fosse para qualquer outro lugar, menos para ali.

 

A vontade que dá, é de virar para essa pessoa e dizer "olhe, já que veio cá, pode ficar a trabalhar".

Não é nada comigo, mas que me revoltam estas atitudes, revoltam.

Cirque du Soleil, esperava mais de ti

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No passado dia 26, fomos ao Pavilhão Atlântico ver o espectáculo Quidam, do Cirque du Soleil.

Calhou ao pé de nós uma funcionária que teimava em ficar em pé quase à nossa frente, ou sentada a olhar para trás, e que nos informou, meia hora antes do espectáculo começar, que não poderíamos tirar fotografias quando começasse (como se não soubessemos já disso).

Para recordação, comprámos um livro sobre o espectáculo, que mesmo assim achei um bocadinho caro, mas era mais em conta que o DVD e o CD.

Durante a primeira parte, assisti a uma imensa falta de respeito tanto em relação aos artistas, como aos espectadores: muitas pessoas chegaram atrasadas, e passavam por nós, tapando-nos a visão e quebrando a atenção.

Quanto ao espectáculo propriamente dito, esperava mais, muito mais.

Quando vi, há muitos anos atrás, o Lord of The Dance, conseguia-se perceber a história. Aqui no Quidam, foi difícil consegui-lo. E a primeira parte deixou muito a desejar. Destaco o número das cordas.

Na segunda parte, conseguiram redimir-se, os números foram bastante bons e compensaram a ida ao Pavilhão Atlântico.

Acho que estranhei a ausência de comunicação com o público. Mas a banda está de parabéns pelas músicas espectaculares que acompanham as duas horas de espectáculo, embora confesse que se torna um pouco cansativo.

Gostei dos contorcionistas, dos artistas das cordas e, muito especialmente, do final, com todos os artistas em palco ao som da música que dá nome ao espectáculo.

Se me arrependo de termos ido? De maneira nenhuma! Mas, Cirque du Soleil, esperava mais de ti. E se me perguntassem se voltava a ver outro espectáculo deles, a minha resposta seria não!