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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Dar balas ao inimigo

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No nosso dia a dia, não raras vezes, seja por que motivos for, temos pessoas a "disparar" contra nós, sem que tenhamos feito nada para tal.

Quando isso acontece, ou nos desviamos das balas, ou atingem-nos apenas superficialmente, e passamos à frente, ou o ferimento pode ser mais profundo, e demoramos mais a recuperar.

No entanto, é algo que não depende de nós, que não conseguimos evitar.

 

O que me faz alguma confusão é ver, muitas vezes, as pessoas facilitarem a vida a quem dispara contra si. Muitas vezes, não percebem que são elas próprias a dar as balas ao inimigo, que mais tarde serão usadas contra elas mesmas.

Ora, se o inimigo já tinha parado, se já não tinha munições, se já ia dispara contra outro alvo, para quê chamá-lo de volta e ajudá-lo a atingir mais uma vez, dando-lhe balas extra?

 

 

 

Histórias Soltas #23: O sinal

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Dizem que más notícias, quanto mais tarde vierem, melhor.

Ela não sabia se era bem assim.

Na verdade, ela nem sequer sabia se eram más notícias, as que viriam.

 

Nunca se preocupou muito com isso.

Quando surgiu, há cerca de dois anos, acreditou que era mais um sinal, que estaria a nascer.

Mais um para a colecção.

Para se juntar aos outros que, constantemente, vão surgindo.

Ano após ano.

 

Nas estações mais frescas, com a quantidade de roupa que vestia, nem sequer se lembrava daquilo.

Só voltava a dar por isso, no verão.

Quando ficava exposto.

Quando começava a provocar prurido.

Mas logo o verão passava, e se esquecia novamente da sua existência.

 

Até que, chegada uma nova primavera, olhou para aquela mancha estranha com outros olhos.

Que raio seria aquilo?

Estava a dar-lhe uma comichão louca e, sem conseguir evitar coçar, já estava a fazer ferida.

Para evitar mais esse problema, andou a pôr umas pomadas, que ajudaram.

 

Marcou uma consulta de dermatologia.

Começou a lembrar-se de todos os escaldões que tinha apanhado há muitos anos. E das consequências que, agora, eles poderiam trazer.

Mais valia averiguar, e descartar o pior.

 

Como ainda faltava mais de um mês, tirou umas fotografias, e partilhou num grupo dessa área, para ver o que diziam.

A resposta que lhe deram foi de que, pelas fotografias, não parecia ter sinais de malignidade. Parecia ser só um nevus plano que irrita ao contacto com a roupa, e por isso o eritema, escamação e comichão.

No entanto, foi aconselhada a fazer uma consulta presencial com um dermatologista, que iria usar outros meios para um diagnóstico mais correto.

 

Restava, então, esperar pela consulta.

E tinha, finalmente, chegado o dia.

 

Mas foi adiada.

Mais um mês.

 

Pode ser um sinal, de que não é caso para preocupação.

Mais um verão, e umas férias, para aproveitar o sol e a praia.

A mancha está melhor.

Se calhar até faz bem.

 

Seja como for, não há nada a fazer, a não ser esperar pela nova data.

Boas ou más notícias, só então se saberão...

 

 

 

Quantas pedras temos no sapato?

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Desta vez, depois do teste do balão, veio um outro, também muito importante em diversos aspectos da nossa vida, seja nas relações amorosas, familiares, laborais ou amizades.

A ideia era mostrar que tudo aquilo que nos incomoda, e que teimamos em guardar para nós, não desaparece com o tempo. Pelo contrário, vai acumulando, incomodando cada vez mais, até causar ferida. E, depois, será mais difícil sarar. 

 

Se, por cada coisa, assunto ou atitude, que nos incomoda, magoa, entristece ou com o qual não estamos satisfeitos ou agradados, e sobre o qual nunca falámos com quem o fez, colocássemos uma pedra no sapato, quantas pedras teríamos hoje, dentro do nosso sapato? 

Muitas? Poucas? Nenhumas?

 

 

No entanto, ainda antes de fazermos contas às pedras que fomos juntando ao longo do tempo, é importante perceber porque é que elas não foram deitadas fora mas, em vez disso, acumuladas.

 

 

Porque é que temos tendência a não falar daquilo que nos incomoda? Daquilo que não gostamos? 

Porque é que deixamos tanta coisa por dizer, quando a nossa vontade é pôr tudo cá para fora?

Será porque temos receio da reacção da outra pessoa? De como ela irá interpretar o que dissermos? E de acumularmos ainda mais pedras, além das que já tínhamos?

Ou por medo daquilo que, a menção de uma determinada situação, possa despoletar, à semelhança de um castelo de cartas, no qual temos medo de tocar, ou de tirar uma carta que está mal posta, não vá o castelo todo desmoronar-se?

Será por receio pelos outros, ou por nós mesmos?

 

 

Se acontece algo que não gostamos mas, de certa forma, é tão mínimo ou insignificante que pomos para trás das costas e não voltamos a pensar no assunto, então essa é uma pedra atirada fora.

Mas, se apenas fingimos que deixamos passar mas, à mínima oportunidade, essas situações vêm à superfície, então são pedras no nosso sapato, que nos irão acompanhar eternamente, se não nos livrarmos delas.

E a melhor forma de o fazer, é falar sobre elas com as pessoas que lhes deram origem.

Muitas vezes, uma conversa franca evita desconforto desnecessário, que pode levar ao rebentar do balão de forma explosiva, enquanto poderíamos estar a mantê-lo cheio e leve, com sopros de ar fresco, que o fizessem continuar a flutuar, sem medos. 

A dúvida corrói mais que uma verdade dolorosa

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A dúvida, a incerteza e o desconhecimento, corroem mais que uma verdade dolorosa.

Com a verdade, é como se levássemos com uma onda que nos atira ao chão e nos encharca mas, depois, volta ao mar, e nós levantamo-nos e recuperamos.

Com a dúvida e a incerteza, a nossa mente perde o rumo, ficamos sem reacção, e deixamo-nos enrolar pela onda, que tanto nos pode trazer de volta, como levar-nos de vez mar dentro.

Com a verdade, sabemos com o que contamos, e quando chega a altura de seguir o caminho apoiados somente nos nossos pés.  

Com o desconhecimento, não recebemos aviso prévio, e foge-nos o chão por debaixo dos pés, sem perceber muito bem como nos erguer de novo, e onde nos apoiar.

Com a verdade, sabemos que nos podemos atirar, que vão lá estar para nos segurar, ou que não o podemos fazer, porque nos vamos, com toda a certeza, magoar.

Com uma crescente confiança, acreditamos que aqueles braços irão segurar-nos para sempre, tal como os nossos o fazem.

De repente, quando pensamos que estamos seguros, e que o perigo já passou eis que, simplesmente, nos atiram ao chão, como se atira para o lixo algo que se usou quando era mais conveniente, mas já não faz falta, ou já não serve mais. Só não sabemos o porquê...

 

E a dúvida, a incerteza e o desconhecimento, perseguir-nos-ão sempre, não deixando a ferida cicatrizar como gostaríamos, achando que haverá, quem sabe, alguma explicação lógica que não estamos a conseguir ver no momento.

A dúvida, coloca a nossa vida em "banho-maria", enquanto que a verdade, por mais dolorosa que seja, nos leva a seguir com a nossa vida...Ainda que o golpe seja mais fundo, e continue a deixar a sua marca... 

 

A culpa é da máquina!

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Não satisfeita com o golpe no dedo, agora lesiono o joelho.

A minha máquina de secar é de exaustão e, por isso mesmo, tenho que a ter perto da janela, para que o vapor saia pelo tubo, para a rua. Ora, como o tubo está muito curto, o espaço entre a máquina e a janela é mínimo.

Mas eu esqueci-me desse pormenor quando tive que passar pela máquina para ir à dispensa e, quando dei por isso, ao levantar a perna para passar por cima do tubo, já tinha dado uma valente joelhada no bico do tampo desta.

Na altura doeu-me, mas continuei na minha vidinha. Só à noite é que vi que, para além de uma nódoa bem negra, também tinha feito ferida!