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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Sentir a "dor" dos filhos

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Dizem que as mães sentem as dores dos filhos.

Seja ainda dentro da barriga, se algo não está bem.

Seja cá fora.

Ora pelas cólicas, ou pelos dentes a nascer, quando são bebés.

Ou quando apanham aquelas doenças típicas da infância, e ficam murchinhos.

Ou quando temos que os deixar na escola, entregues a estranhos, e os vemos pedir para não os deixarmos.

Seja quando têm dificuldades, ou quando se chateiam com os amigos.

Ou quando querem concretizar um sonho, e não conseguem.

Estamos sempre lá, e sofremos com eles.

Da mesma forma que ficamos felizes quando estão felizes, ficamos tristes quando estão tristes.

 

Até ontem, estava feliz, porque a minha filha também o estava.

Mas a felicidade depressa escapa por entre os dedos.

A dela, foi-se.

O que era para ser uma surpresa boa, tornou-se um pesadelo.

E, ontem, experimentei um outro tipo de dor que, até aqui, desconhecia: a dor dos desgostos de amor dos filhos.

Não é nada comigo, mas sinto-o como se fosse. Ou ainda mais.

Ela chora. E eu choro com ela.

Ela está triste. E eu, também, por ela.

Não posso fazer nada para mudar o desfecho, e trazer-lhe de volta os momentos felizes.

Só posso estar ao lado dela, como sempre, e apoiá-la.

 

Sim, este é o primeiro namorado.

E ela é nova.

Ainda há-de viver outros romances.

Mas este amor era o primeiro.

E estavam tão felizes...

Quando os nossos filhos começam a namorar

Como Fazer Um Homem Querer Namorar Com Você!

 

Quando os nossos filhos começam a revelar um interesse especial por alguém, a mostrar-se apaixonados, ou começam a namorar é normal que nós, pais (sobretudo, mães), fiquemos entusiasmados com a ideia, com essa nova fase da vida deles.

E, com o entusiasmo, vem a curiosidade. Afinal, é uma novidade.

De repente, queremos perguntar mil e uma coisas. Queremos ajudar no que pudermos. Dar sugestões. Opinar.

Só que, tudo o que é em exagero, é mais prejudicial do que benéfico.

Por isso, nestas situações, a palavra de ordem é controlar os nossos impulsos, as nossas palavras, e as nossas acções.

 

Não quero, com isto, dizer que nos devemos alienar, ignorar ou fazer de conta que não se passa nada. Nem tão pouco, mostrar-nos indiferentes. 

Temos é que moderar a forma como manifestamos o nosso interesse.

 

Dica (regra) número 1 - Não comparar

Já todos passámos pelo mesmo e a tendência é compararmos as relações e/ou sentimentos dos nossos filhos, ao que nós próprios experienciámos.

Estar apaixonado é estar apaixonado. É universal.

Mas essa paixão, atracção, ou amor podem ser sentidos, e demonstrados, de muitas formas diferentes, até porque cada pessoa é diferente da outra. E os tempos também são outros.

 

Dica (regra) número 2 - Interferir o menos possível

É muito fácil querermos fazer isto ou aquilo, dar um "empurrãozinho", tentar resolver algum arrufo, dar sugestões sobre o que devem fazer ou de que modo agir. Afinal, queremos o melhor para os nossos filhos, e queremos vê-los bem e felizes.

Mas...

É necessário controlar esse nosso instinto, e interferir o menos possível, a não ser que nos seja solicitado. Nunca por iniciativa própria.

Dar a nossa opinião uma vez, e chega. A não ser que nos seja pedida. E sem a impôr.

Ir acompanhando, mas mantendo um certo distanciamento.

Esta é a relação deles, o momento deles, os amores e paixões deles. E, com isso, vêm também as desilusões deles, os desgostos deles, os erros deles, e as aprendizagens deles.

 

Dica (regra) número 3 - Mostrar apoio

Se eles estão felizes, independentemente do rumo que as coisas vierem a tomar, é importante mostrar, enquanto pais, o nosso apoio.

Mostrarmo-nos disponíveis. Presentes.

Eles acabam por se sentir mais libertos, mais fortalecidos, mais seguros.

 

Dica (regra) número 4 - Conhecer e conviver, mas sem forçar

Há duas hipóteses numa situação destas:

- Ou os nossos filhos preferem manter as coisas entre eles, sem meter os pais ao barulho e, nesse caso, há que respeitar essa privacidade (muitos pais também podem não querer criar laços, não vá a relação ser algo passageiro).

- Ou fazem questão que os pais conheçam a pessoa em causa e, de certa forma, procuram uma espécie de aprovação.

Neste segundo caso, conhecendo já a pessoa, e entrando esta, de alguma forma, no seio familiar, é normal que queiramos começar a incluí-la nos mais diversos programas, em saídas ou eventos a quatro, ou com mais familiares.

No entanto, também aqui é preciso conter.

Afinal, estão a iniciar uma relação, a conhecer-se, e é mais que natural que queiram vivê-la a dois.

Claro que não tem mal nenhum em, uma vez ou outra, convidar. Mas sem forçar esse convívio.

É importante dar-lhes esse espaço. E respeitar se preferirem fazer coisas sozinhos.

 

Dica (regra) número 5 - Controlar a curiosidade

Eu sei que é difícil, mas devemos evitar aqueles interrogatórios cerrados que temos tendência a fazer após cada encontro, ou saída.

Mostrar interesse, sim. Perguntar uma coisa ou outra, mas sem saturá-los, ou deixá-los constrangidos.

E isto vale também para a outra pessoa. É mais que natural que queiramos saber tudo sobre ela, mas ninguém aguenta ser bombardeado com mil e uma perguntas.

 

Dica (regra) número 6 - Tentar ser imparcial, e livre de preconceitos

Esta é ainda mais difícil porque, afinal, tratam-se dos nossos filhos.

Há sempre receios.

Há sempre uma tendência para tomar o partido dos nossos.

Mas devemos ser imparciais.

E deixar os preconceitos de lado.

Quem tem que gostar, ou deixar de gostar, são os nossos filhos.

 

E, assim de repente, é o que me ocorre.

Alguém por aí tem mais alguma dica/ regra que considere útil para os pais que estão a lidar com as paixões dos filhos pela primeira vez, e que queira partilhar?

 

 

 

 

 

 

 

 

É egoísta não querer ter mais filhos?

Desenho de mãe grávida para o dia das mães | Vetor Premium

É egoísta não querer ter mais filhos?

Eu sou mãe.

O meu marido nunca foi pai. Mas gostava de ser.

Eu já tive essa experiência. E, sinceramente, não me vejo a repeti-la novamente.

Numa fase em que a minha filha está uma mulher feita, a conquistar aos poucos a sua independência e, com ela, também a devolver um pouco da minha, não me vejo a voltar a passar por tudo o que um filho implica.

Não me vejo a perder noites de sono. Não me vejo novamente a dar biberãos, a mudar fraldas, a ouvir choros, a lidar com birras, a ter paciência para educar uma nova criança.

 

Ah e tal, mas não é uma experiência gratificante?

Gratificante é fazer voluntariado, por exemplo!

Gratificante é ajudar alguém, de alguma forma, e estar lá para ver que pudemos fazer a diferença da vida dessa pessoa/ animal. Que pudemos contribuir para proporcionar algo de bom.

E, ainda que seja gratificante dar à luz um ser vivo, criar, cuidar, proteger, educar, e vê-lo transformar-se num adulto... Ainda que seja parte de nós...

Ainda que tenha valido tudo o que vivemos...

Não significa que queira repetir.

 

Ah e tal, mas assim estás a ser egoísta! Estás só a pensar em ti!

Estou? Talvez!

Afinal, seria eu a carregar a criança durante meses, a ver o corpo modificado, a ter que aguentar enjoos e afins, e a sofrer as dores de parto. Já me dá o direito de ser um pouco "egoísta", não? 

Então, e se tiver um filho só para fazer a vontade ao parceiro, não estará ele a ser, igualmente, egoísta?

Mas, na verdade, não vejo isso como egoísmo.

Egoísta seria trazer uma criança ao mundo sem a mínima vontade de a ter, e de cuidar dela. 

Sem ter disponibilidade para ela.

 

E nem me venham com aquela frase que tanto irrita "ah e tal, mas eu ajudava".

Tretas. Não se trata de uma ajuda, trata-se de estarem lá os dois.

 

E, como é óbvio, quando se decide ter um filho, é uma decisão para a vida.

Uma criança não é algo que hoje se quer, mas amanhã já não.

Não é algo para o qual, hoje, até temos condições, mas que podemos descartar ou desistir, amanhã, se as coisas mudarem.

Não deve ser um capricho, um desejo do momento. 

É um compromisso a tempo inteiro. Em termos psicológicos, e financeiros.

 

Enquanto não houver condições para assumir esse compromisso (e isso vê-se perfeitamente no dia a dia, e nas mais pequenas coisas), não vale a pena sequer pensar no assunto "filhos".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

E, de repente, os filhos ganham asas!

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E tornam-se, verdadeiramente, adultos!

Passadas as férias de verão, chegou o momento de a minha filha dar um rumo à vida, já que não queria prosseguir os estudos.

Portanto, começou por inscrever-se no IEFP, onde se candidatou a algumas ofertas de emprego, e onde ficou inserida num Programa ou Plano de Procura de Emprego.

Inscreveu-se também na Net Empregos.

Fez o seu currículo, e enviou candidaturas espontâneas para alguns trabalhos que lhe interessavam, para o caso de terem uma vaga disponível.

 

Duas das candidaturas do IEFP foram aprovadas, e recebeu cartas para entrar em contacto com as ditas empresas, para envio de currículo e marcação de entrevista. Ninguém lhe respondeu de volta.

Recebeu uma proposta de curso, do IEFP, online, remunerado. O valor pago não é muito, e também não era bem a área que ela gosta, por isso, respondeu que tinha mais interesse noutras áreas, pelo que foi reencaminhada para outra técnica (não sei bem se será esse o termo), que depois lhe mostrará outras propostas.

 

Entretanto, num dia em que fui às compras, numa loja que está em obras, vi que estavam a recrutar pessoas para se juntarem à equipa. Ia tirar foto. O meu marido disse: "Ah, isso é informática, ela não percebe nada de arranjo de computadores". Não tirei foto. Entrámos no supermercado. Vimos um balcão na loja.

Pensei: "Se calhar também é atendimento ao público. Não perdemos nada." Voltei atrás, e tirei foto.

Nesse sábado, a minha filha enviou o curriculo, em resposta.

Na segunda-feira, ligaram-lhe, para marcar entrevista.

Tentámos tranquilizá-la e dar-lhe algumas dicas, mas até nem foi preciso.

 

Foi uma confusão porque coincidiu, quase ao segundo, com o envio dos currículos para a oferta do centro de emprego e, então, ela achou que ia a uma entrevista para uma dessas ofertas. Só quando lá chegou, percebeu que não.

Mas ainda bem!

Precisavam de uma pessoa para atendimento ao público. A loja ainda não vai abrir, mas têm outras, e perguntaram-lhe se queria experimentar.

Ela disse que sim.

Foi à entrevista num dia de temporal e eu pensei: isto tem tudo para correr mal. Afinal, até correu bem.

 

E foi assim que, ontem, deu início a uma nova etapa na sua vida: o mundo laboral!

Não sei se estava mais nervosa ela, ou eu.

Uma pessoa não quer falar muito, para não agoirar. Não quer fazer a festa, sem certezas.

Mas claro que queremos que tudo corra bem.

Que ela goste. E que gostem dela.

Não é fácil arranjar trabalho nesta zona. Menos ainda, só com o 12º ano, a não ser para os hipermercados, cadeias de fast food e afins.

Não a pressionámos para aceitar. Não tinha que ser já. 

Mas é algo dentro do que ela queria.

Atendimento ao público, numa loja de informática.

E ela estava entusiasmada.

 

Ontem foi o primeiro dia.

Acordar cedo.

Apanhar o autocarro.

Esteve uma parte da manhã numa das lojas. Depois, levaram-na para a outra.

Tem que almoçar lá no trabalho.

Como tinham que vir a uma outra loja à tarde, deram-lhe boleia, e deixaram-na à porta de casa.

 

Hoje, já foi directamente para a loja onde vai aprender.

Levantar ainda mais cedo.

Estava uma manhã péssima, vento, trovoada.

Mal entrou no autocarro, caiu uma chuvada.

Felizmente, ao chegar lá à paragem, não chovia.

Ainda tinha o caminho a pé pela frente, e não sabia quanto tempo demorava até ao local de trabalho, que ainda fica a alguma distância.

Como tinha tempo, foi vendo as paragens existentes nessa estrada para, em dias como o de hoje, apanhar um outro autocarro que por ali passa, e que a deixa perto do trabalho (tínhamos estado a ver no google maps, mas havia umas que não apareciam).

E passou por ela o dito autocarro pelo que, se o horário se mantiver, dá tempo. 

 

É certo que ainda está à experiência.

Que podem até não querer ficar com ela.

Mas já estamos muito orgulhosos por ela ter esta vontade, esta iniciativa, ir sem medos, e querer mesmo fazer pela vida.

E, claro, a torcer para que assine contrato e, se tudo correr bem, que venha para a loja aqui de Mafra.

Até lá, tudo o que fizer é experiência. Sair da sua zona de conforto.

Conhecer outra realidade, que não a dos estudos.

 

De repente, a minha filha ganhou asas, e está a aprender a voar!