"O Jogo da Viúva", na Netflix
Curiosa com este filme, vi-o no fim de semana.
Apesar de saber que era baseado em factos reais, não conhecia a verdadeira história, pelo que achei que seria algo diferente: uma mulher que casava e, a seguir, assassinava os maridos, ficando viúva de cada um deles, como se fosse coleccionando, e descartando maridos, passando ao próximo.
Mas, afinal, só houve um marido assassinado. E ela só enviuvou uma única vez.
Em Espanha, em 2017, María Jesús Moreno (Maje) e seu amante, Salvador Rodrigo, planearam a morte do marido de Maje, Antonio Navarro Cerdán.
Com muita manipulação, mentiras, e poder de sedução, Maje conseguiu convencer Salvador de que era vítima de um marido abusivo, e que a única solução era matá-lo.
Só assim poderiam ficar juntos.
Obviamente, a história não era bem assim.
Maje era casada, mas divertia-se com vários outros homens.
Por sua vez, Salvador era casado, e tinha um filho. Mas a sua obcessão por Maje destruiu-lhe a vida.
Foram ambos condenados a longas penas de prisão, a de Maje agravada pela sua proximidade com a vítima, e a de Salvador reduzida por ter colaborado com a polícia.
Confesso que não gostei muito do filme.
E achei-o demasiado longo.
Contado de três perspectivas diferentes - a de Eva, investigadora, a de Maje e a de Salvador.
Não percebi muito bem a parte da Eva, nem qual o interesse de abordar uma parte da sua vida particular, que não chega a ser desenvolvida, e nem sequer era relevante para a história.
Ainda assim, ela é o "motor" de toda a investigação e, nesse campo, vale a pena vê-la em acção.
De resto, foi ver a Maje a conduzir a sua história, fazendo-se de vítima, viúva destroçada, enquanto ia planeando os próximos passos da sua vida, agora como mulher livre.
E Salvador, e deixar-se enganar, e a ser levado pela obcessão por Maje, a fazer exactamente aquilo que ela queria, assumindo toda a responsabilidade, no momento em que é descoberto.