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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"A Elefanta do Mágico", na Netflix

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 Já estreou há alguns dias, mas só ontem consegui ver.

É um filme de animação com uma história bonita, e que se destaca pela ausência de personagens vilãs, malfeitoras e que queiram dificultar a vida ao protagonista.

Na verdade, juntamos uma vidente/ bruxa amiga, um mágico trapalhão, um rei idiota que mais parece uma comédia, uma condessa ponderada que nunca ri, uma enfermeira/ freira simpática e carinhosa, e um ex-soldado com ideias fixas, nem sempre recomendáveis.

Ah, e um casal muito peculiar, que se complementa entre si, com ela a ser muito mais ponderada, e ele mais sonhador.

 

A história do filme centra-se em Peter, um órfão que sempre acreditou que a irmã estava viva, e que quer encontrá-la, seja de que maneira for.

Ao gastar a moeda do jantar numa vidente, Peter é informado de que, para encontrar a irmã, tem que seguir a elefanta do mágico.

Elefanta essa que nem o mágico sabe como fez aparecer mas que, agora, com a possibilidade de poder ser abatida, Peter se vê "obrigado" a realizar três tarefas impossíveis, para que possa ficar com ela.

 

E pronto, como seria de esperar, a história dos irmãos acaba por ficar um pouco em segundo plano, porque me rendi logo à elefanta, e à relação que Peter cria com ela, a ponto de abdicar do seu maior sonho, para a devolver à sua família, onde ela será feliz.

 

Claro que toda a história, e lição da mesma, gira à volta de tornar o Impossível, possível. Se, realmente, acreditarmos.

Num fundo, uma história fofinha, de esperança, com muita magia, em que até determinadas acções têm uma justificação plausível, e sem maldade.

 

Peter terá, então, três desafios a superar: derrotar o soldado mais forte do rei, voar e fazer a condessa rir.

Conseguirá ele superá-los?

Conseguirá, Peter, fazer o impossível?

Já não por si, mas pela elefanta?

E, no meio de tudo isso, conseguirá ele encontrar a irmã?

"As Nadadoras", na Netflix

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Estreou no dia 23, na Netflix, o filme "As Nadadoras", baseado na história real das irmãs sírias Sara e Yusra.

É um filme sobre refugiados, os perigos que correm para fugir da guerra, para lutar por uma vida melhor, e concretizar os seus sonhos.

Sobre o quão difícil, desesperante, frustrante e nem sempre bem sucedido é o trajecto desde a partida, até onde pretendem chegar. 

Sobre a discriminação que sofrem, as burocracias que enfrentam, as burlas a que estão sujeitos, a ajuda humanitária que lhes é oferecida.

 

É um filme sobre família, sobre união, sobre compreensão, sobre querer o melhor para os seus, ainda que isso signifique a separação, e a distância.

 

É um filme sobre coragem, sobre sacrifício, sobre entreajuda, sobre objectivos, sobre o futuro. 

 

Duas irmãs em busca de uma vida melhor, mas com destinos bem diferentes.

Yusra, sempre focada na natação, na participação nos Jogos Olímpicos. Já Sara, apesar de também ser nadadora, mais perdida nos seus objectivos, e sem saber bem o quye fazer, e que caminho seguir.

 

Na altura em que fugiram de Damasco, Yusra tinha 17 anos. Sara era mais velha.

Para trás ficou o pai, a mãe, e a irmã mais nova.

Apesar de não terem seguido à risca o plano inicial, elas conseguiram chegar à Alemanha.

 

Agora, Yusra tem 24 anos, e Sara, 27.

Depois de competir no Rio 2016, Yusra esteve entre os atletas que disputaram as medalhas nas Olimpíadas de Tóquio em 2020, e participou no Campeonato Mundial da FINA de 2022 em Budapeste.

Em 2017, ela foi nomeada a mais jovem Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

Yusra é, agora, cidadã alemã.

 

Sara regressou à Grécia para ajudar outros refugiados que chegavam ao país, mas foi presa em 2018, por lavagem de dinheiro, contrabando, tráfico humano e até espionagem, e passou três meses detida. Apesar de, entretanto, ter sido libertada sob fiança, Sara ainda corre o risco de ser condenada de 25 anos de prisão. 

Infelizmente, é o preço a pagar por ajudar a salvar vidas.

 

 

"Depois do Universo", na Netflix

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"Medicina é curar quando possível, amenizar com frequência e consolar sempre"

 

Uma frase mais conhecida como "Curar quando possível; aliviar quando necessário; consolar sempre", que faz parte do juramento de Hipócrates.

Muitas vezes, muitos médicos, se esquecem desta menção.

Deixam de ver os pacientes como pessoas, como seres humanos, e passam a vê-los, unica e exclusivamente, pela sua condição clínica, pela sua doença, e pelo seu tratamento.

Muitas vezes, não é o senhor "x" ou a senhora "y". É o paciente do quarto "tal", da cama "tal".

É o distanciamento que impõem, porque ali são médicos, e têm como função tratar os doentes.

Mas tratar deles é muito mais do que fazer exames, examinar, prescrever tratamentos e/ou medicação.

 

E é isso que o Dr. Gabriel tenta fazer com os seus pacientes: tornar os seus dias mais leves!

Tentar, dentro daquilo que lhe é possível, sem menosprezar ou pôr em causa o tratamento, dar-lhes pequenos prazeres. Satisfazer algumas das suas necessidades para além do problema que os leva até ao hospital. Ajudar para além da sua função de médico, se isso, de alguma forma, contribuir para o bem estar dos seus pacientes.

 

Nina, uma pianista que aspira fazer parte da Orquestra Sinfónica, é uma das pacientes de Gabriel.

Sofre de lúpus desde pequena, e está agora numa longa lista de espera para transplante de rim, enquanto vai fazendo hemodiálise.

Uma realidade que deixa muitos doentes desesperados, quando percebem que, provavelmente, nunca chegará a sua vez.

Apesar da sua pouca esperança e positividade já que, naquele momento, Nina só consegue ver o copo meio vazio, Gabriel vai ajudá-la a lutar pelos seus sonhos.

 

"Depois do Universo" é mais do que um filme romântico e dramático.

É sobre estarmos com quem amamos, enquanto estão presentes.

É sobre tentar tornar os dias dos doentes mais felizes, com pequenos prazeres, ainda que paire sobre eles uma sentença de morte.

Porque já basta todo o penoso processo de tratamentos e hospitais.

 

É sobre não desistir.

Porque enquanto há vida, há esperança.

Há que ir buscar força às pessoas que nos amam, que nos rodeiam, que querem o nosso bem. 

Há que agarrar aos sonhos que se querem concretizar.

Há que ser feliz, enquanto der.

 

E é, também, sobre não termos qualquer controlo sobre a vida e a morte.

Por muito que os nossos dias pareçam estar contados, nada é garantido.

Nina acreditava que ia morrer em breve.

Mas o que sabe ela sobre isso?

Quem sabe alguém, de perfeita saúde, não morre antes dela?

Quem sabe se ela chega a morrer?

 

Mais motivos para ver "Depois do Universo"?

Os protagonistas são a conhecida Giulia Be, autora das músicas "Menina Solta" e "(não) Era Amor", e Henrique Zaga, actor que já participou em séries como "13 Reasons Why" e "Teen Wolf".

 

E a música final, da autoria de Giulia Be, é a cereja no topo do bolo!

 

"Look Both Ways" (Dois Caminhos), na Netflix

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Natalie é uma mulher com um "plano a cinco anos"!

Ela tem tudo definido, programado, planeado a longo prazo, e não quer fugir desse plano.

A não ser por umas horas, quando aquilo que pareceria uma loucura acontece.

 

Na noite da festa da licenciatura, Natalie sente-se mal e, por via das dúvidas, a amiga traz-lhe uns testes de gravidez, só para excluir essa hipótese.

A partir daí, assistimos a duas vidas, e dois percursos, paralelos: a vida em que Natalie está grávida, e todo o seu plano vai por água abaixo; e a vida em que o teste deu negativo, e o plano segue, embora não da forma como ela esperaria.

 

A questão é saber qual das duas vidas é a real, e aquela que poderia ter sido, mas não foi.

E a mensagem é bem explícita: não importa o caminho que se percorra, ou as escolhas que se façam porque, de uma ou outra forma, as coisas podem acontecer, podemos concretizar os nossos objectivos, e ser felizes.

No fim, Natalie estará bem, qualquer que seja o seu destino.

Será?

 

Vejam, que vale a pena!

"Purple Hearts", na Netflix

Watch Purple Hearts | Netflix Official Site 

 

Também conhecido por "Corações Marcados" ou "Continência ao Amor", este é o filme sobre o qual mais se fala ultimamente, não só pela história em si, como pela química entre os protagonistas, e pela banda sonora.

Sofia Carson, protagonista feminina, foi a responsável por vender a ideia do filme à Netflix, escolher aquele que viria a ser o seu par romântico, protagonista masculino, e também por criar as músicas que fazem parte do filme, nomeadamente, "Come Back Home", "I Didn't Know" e "I Hate The Way".

 

O filme, de cerca de duas horas (que quase não se dá por elas), adaptado do livro com o mesmo nome, da autora Tess Wakefield, fala da vida e dos problemas de duas pessoas que, vendo num casamento fingido a solução, decidem concretizar essa ideia, arriscando consequências legais, como serem acusados de fraude, caso se descubra que o casamento não é real.

 

Cassie é uma aspirante a artista, que sofre de diabetes e que, apesar dos vários trabalhos que tem, está com dificuldades em conseguir pagar todas as suas despesas, tendo que escolher entre os medicamentos que lhe salvam a vida, ou a renda da casa, de onde pode ser despejada.

Já Luke, apesar de agora estar bem, e se ter tornado fuzileiro, para reconquistar a confiança do pai, depois dos problemas em que se meteu, e que o levam agora a dever uma grande quantia em dinheiro a um traficante, vê-se encurralado, sem ter como pagar a dívida, e sob ameaças a si e à sua família.

São ambos muito diferentes, vêm de realidades distintas, mas têm algo em comum: precisam de dinheiro.

Assim, de forma a obter os apoios financeiros dados aos casais, em que um dos membros pertence ao exército, como seguro médico e aumento do salário, eles decidem casar-se, na véspera de Luke partir para o Iraque.

 

Eles achavam que seria fácil, até pela distância, fingir que estavam apaixonados, sem ter que conviver um com o outro. E que seria rápido.

Mas tudo muda quando Luke fica ferido e volta para casa. 

Logo agora que a carreira musical de Cassie e do seu grupo - The Loyal - está a descolar, eles terão que viver juntos e manter a farsa, até que Luke recupere, e se possam divorciar.

 

Conseguirão eles lidar um com o outro?

Serão capazes de esconder de todos, o que realmente, os une?

Haverá alguma possibilidade de, pelo caminho, se apaixonarem e o casamento se tornar real?

Ou deitarão tudo a perder?

 

Pelas muitas críticas que tinha lido, estava expectante se, de facto, era um filme que apelava à lágrima.

Posso dizer que há cenas que são muito tristes.

A despedida dos familiares, quando os seus filhos/ netos/ sobrinhos/ maridos/ namorados estão a partir para a guerra, sem saber se voltam a vê-los, é uma delas.

O funeral de Frankie, melhor amigo de Luke e Cassie, também comove, porque sabemos que, nas guerras, são vidas inocentes que se perdem, jovens que tinham tanto pela frente para viver, e que morrem ao serviço do seu país.

Posso também dizer que cada actuação de Cassie, e cada música que ela canta, reflecte o seu estado de espírito, os seus sentimentos, e promovem momentos emotivos, e sinceros, que passam para quem a ouve.

Mas nada que faça derramar um rio de lágrimas.

 

Depois, há também as relações entre Cassie e a mãe, que tenta ajudar a filha como pode, mas sem poder fazer muito, porque também ela tem pouco.

E de Luke com o pai, um ex polícia militar que cortou relações com o filho depois de ele ter enveredado por caminhos que não devia, e que agora se reaproximará. 

 

Por tudo isto, é um filme que devem ver porque, sem esmiuçar demasiado as questões da guerra, sem forçar demasiado um romance, e sem se demorar muito numa longa recuperação e stress, acaba por abordar tudo de forma leve, mas sentida.

E, no fim, percebemos que resultou!