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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Filtrar a informação

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Longe vão os tempos em que podia conversar normalmente com o meu pai, sem preocupações.

No entanto, a cada dia que passa, dou por mim a "filtrar" cada vez mais a informação que lhe podemos transmitir, para não o preocupar.

Não sei se por conta dos seus problemas de saúde, solidão ou idade, houve várias noites em que, simplesmente, o sono não vinha, e ele não dormia.

 

Depois, melhorou.

Recomeçou a dormir.

Mas...

Bastou saber que tinha que fazer uma ecografia, e que a médica depois ia lá a casa ver, para perder umas noites de sono.

Fez o exame. Voltou a dormir.

 

Obviamente, não lhe falei nunca da minha situação e, só após a cirurgia, lhe disse que tinha ido tirar uns sinais. Coisa simples.

No outro dia, falei-lhe da entrevista de emprego da minha filha.

Não dormiu nessa noite.

Apareceu-me em casa às 7h da manhã, porque queria acompanhá-la, para ela não ir sozinha, para sítios que não conhecia.

 

Agora que a neta está a trabalhar, está todo contente.

Mas, por conta dos horários que ela tem, anda num desassossego.

 

Portanto, não é que lhe queiramos esconder as coisas, mas temos que medir bem o que lhe dizemos, para evitar preocupá-lo, e mantê-lo minimamente tranquilo.

 

 

 

 

 

 

 

 

Com que frequência esvaziamos o "lixo" da nossa vida?

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No outro dia falei sobre a importância de filtrar cada dia da nossa vida, guardando aquilo que é realmente importante, e descartando o que não interessa.

Mas, tal como fazemos com os ficheiros num computador, o que acontece muitas vezes é que guardamos nas pastas principais o que nos interessa, e enviamos o que não queremos para a reciclagem.

 

Só que, às tantas, também a nossa pasta de reciclagem fica cheia com o lixo que para lá fomos enviando, dia após dia. E esse lixo acaba por ocupar espaço, desnecessariamente.

Está a mais. E vai acabar, se não o eliminarmos, por interferir com a gestão de tudo o resto, roubando espaço para o que queremos, verdadeiramente, guardar, ou tentando-nos, a restaurá-lo e voltar a incomodar.

 

Por isso, para além da importância de de filtrarmos cada dia da nossa vida, é igualmente importante não acumularmos o lixo, que não interessa e, com alguma frequência, esvaziarmos a nossa vida desse mesmo lixo.

E por aí, costumam esvaziar a "reciclagem" da vossa vida regularmente, nem chegam a guardar nada nessa pasta, ou deixam acumular até não haver mais espaço?

 

A "brincadeira" e os "nervos" servem de desculpa para tudo?

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No outro dia, dizia alguém “ah e tal, isso de dizer que era brincadeira serve de desculpa para muita coisa”.

Muitas vezes, dizemos ou fazemos coisas que, na verdade, eram mesmo só para brincar. Mas, outras tantas, até era a sério só que, como nem sempre é bem aceite, e nos questionam, acabamos por minimizar, dizendo que era brincadeira.

Claro que, no fundo, tanto o emissor como o receptor da “brincadeira” sabem o verdadeiro propósito da mesma.

No entanto, esta “desculpa” acaba por funcionar como estabilizador, apaziguando os ânimos, e tornando o ambiente mais leve e descontraído, pelo bem estar geral de todos.

 

E os nervos?

Os nervos funcionam da mesma forma.

Uma pessoa enervada pode até dizer muita coisa que não quer, ou de uma forma que não quer.

Mas, muitas vezes, é nesses momentos que lhes sai a verdade nua e crua pela boca fora.

Porque, quando a pessoa está controlada, consegue filtrar o que faz/diz, e como o faz/diz. Mas, enervada, a pessoa não tem o controlo total e deixa passar tudo, sem filtros.

Claro que depois, ao ver a reacção daqueles a quem foi dirigida a mensagem, tendem a afirmar que "foi dos nervos", que não era isso que queriam dizer/ fazer.

É uma forma de justificar determinadas palavras ou actos que, de outra forma, não seriam tão justificáveis ou aceitáveis.

 

Mas, será que a "brincadeira" e os "nervos" servem de desculpa para tudo? 

Até que ponto conseguimos distinguir o que foi meramente uma atitude irreflectida e não sentida, de uma verdade que, depois, se quer disfarçar? Daquilo que realmente se sente e pensa?

Até que ponto conseguimos perceber que certos gestos e palavras foram apenas brincadeiras mal interpretadas, ou gerados pelos nervos, que não se devem levar a sério e é preferível ignorar?

Até que ponto conseguimos detectar verdades que os outros tentam, como podem, atirar para o primeiro cesto das desculpas que tiverem à mão?

A importância de filtrar cada dia da nossa vida

Tempo de aprender para filtrar |

 

Cada dia da nossa vida é uma espécie de matéria em bruto, com diversos constituintes.

É a soma de tudo aquilo que foi acontecendo nesse dia, daquilo que ouvimos, experienciámos, dissemos, fizemos, de bom e de menos bom.

Parece muito, porque está tudo junto, e confuso, porque está misturado. Não é fácil, no momento, arrumar ou organizar os nossos pensamentos e sensações.

 

Por isso, é importante, no final de cada dia, colocar tudo numa espécie de peneira, filtrar a matéria em bruto, e perceber o que foi realmente importante, e devemos levar connosco, e o que não passa de lixo, de impurezas que não servem para nada, e mais vale deitar fora.

É importante absorver tudo aquilo que nos é benéfico, que nos faz sentir bem, o que nos ajuda a melhorar e crescer, aquilo que queremos guardar, o que de bom resultou desse dia. 

E descartar aquilo que não nos servirá para nada, e não valerá a pena estar a guardar e a ocupar espaço. Aquilo que apenas nos corrói, que é destrutivo e prejudicial, e nos ensombrará os dias seguintes, impedindo-nos de ver o sol.