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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Está Tudo Bem?"

(hábito, formalidade ou real interesse?)

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Quantas vezes nos fazem esta pergunta?

E, quantas outras, somos nós a fazê-la a alguém?

Está tão enraizada nas nossas interações diárias que, mais do que uma pergunta, parece mais um prolongamento do cumprimento ou saudação da praxe: "Olá, tudo bem contigo?" ou "Bom dia. Como estás?".

E, como tal, sem esperar, necessariamente, uma resposta de volta. Ou, eventualmente, o também habitual "Está tudo bem! E contigo?" que, por sua vez, será respondido de forma semelhante. Com o que se espera ouvir. 

 

Ou será que, realmente, fazemos a pergunta, mais do que por hábito ou formalidade, com verdadeiro interesse, e com intenção de ouvir uma resposta genuína?

Será que, quando isso acontece, nos disponibilizamos para ouvir? Ou arrependemo-nos, no instante seguinte, de ter feito a pergunta? Porque, lá está, esperávamos a resposta do costume, também ela dada por uma questão de educação, porque assim mandam as regras de etiqueta?

 

E quando nos fazem a pergunta, respondemos sinceramente, ou cortamos o "embaraço" mútuo por ali, com a resposta pré-fabricada na ponta da língua, que fica sempre bem em qualquer ocasião?

 

 

Medicina do trabalho: real eficácia ou mera formalidade burocrática?

Medicina Trabalho e Higiene e Segurança no Trabalho Funchal - Madeira: Medicina  do Trabalho - Funchal - Madeira

 

Há quem diga que a medicina do trabalho só beneficia as entidades patronais.

Há quem já tenha recorrido a ela, e não tenha ficado satisfeito.

Mas também haverá quem não tenha do que se queixar, no que a esta questão diz respeito.

 

Há as consultas em que os médicos são mais exigentes e fazem, ou pedem, análises e exames, e diversas perguntas sobre hábitos e vícios.

Outras, em que se faz o mínimo indispensável à obtenção do "Apto" ou "Não Apto" no relatório.

 

Eu pessoalmente, não sou fã de ir a médicos e, consultas de medicina de trabalho, menos ainda. Por mim, quanto menos fizerem, melhor.

E, agora com a situação da pandemia, ainda menos é possível.

Da última vez que fui, posso dizer que a consulta demorou menos que o tempo que levei a lá chegar (demoro 15 minutos). Que maravilha!

 

Uma suposta enfermeira mediu-me a febre antes de entrar. Depois, encaminhou-me para um gabinete, onde me mediu a pressão arterial, enquanto me perguntava a altura e o peso. Fiquei admirada porque sempre ouvi dizer que não se deve falar durante a medição.

Depois, fez-me um teste de visão à moda antiga (nada de aparelhos por causa da Covid), e mandou-me para o gabinete médico, onde a médica, sentada a cerca de dois metros, me perguntou se tomava alguma medicação, e me pediu o boletim de vacinas, enquanto preenchia no pc as informações.

Por fim, numa maquineta de assinaturas colocada ao pé de mim, só tive que assinar, nem sei o quê.

 

E pronto, até daqui a dois anos!

Nada de análises. Nada de electrocardiogramas (que odeio, para além de ficar toda suja de gel). E nada de cópia do relatório para mim.

Provavelmente, à semelhança dos relatórios anteriores, estarei apta para o serviço. Não tenho que me preocupar.

 

Mas, no meio disto tudo, fica a dúvida: a consulta de medicina do trabalho serve simplesmente, para a entidade patronal aferir a aptidão do funcionário para o serviço, é uma mera formalidade, ou tem, verdadeiramente, eficácia no que respeita ao trabalhador?

É que, nestes anos todos de consultas, nunca me colocaram questões relacionadas com o meu trabalho, como por exemplo, se os problemas de visão se fizeram notar por estar tantas horas em frente a um ecrã, ou se tenho tendinites pelo trabalho repetido de teclado e rato, ou se me queixo de problemas de coluna, sei lá, algo do género. Algo em que o trabalho me possa estar a prejudicar a saúde, e seja necessário intervir. Nada.

 

Já me perguntaram, em anos anteriores, se fumava, se bebia, se usava drogas. 

Já me perguntaram se tinha alguma vez estado grávida, ou sofrido algum aborto.

Ou até se já tinha sido operada.

Portanto, basicamente, o historial clínico.

Mas nada relacionado com eventuais doenças profissionais. Não que as tenha. Ou que haja algo para me queixar.

O estranho, é nem sequer mostrarem querer saber.

 

E por aí, como costumam ser as vossas consultas?