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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Para algumas pessoas, só somos bons quando estamos lá para elas!

Marlice Bernardo: Bom ou mau?

 

Isto acontece na vida pessoal mas, também, muitas vezes, na vida profissional.

Enquanto os funcionários se mostram disponíveis,

Enquanto desenrascam, sempre que pedem,

Enquanto dizem que sim a tudo,

Enquanto falam bem da entidade patronal,

São os maiores!

Bons funcionários, exemplares, "membros" da família.

 

Mas, quando os funcionários têm o "descaramento" de querer algo diferente,

Quando se atrevem a dizer alguns "nãos",

Quando já não se pode contar com eles como antigamente,

Aí, então, já são uns ingratos, maus exemplos, ovelhas desgarradas do rebanho.

 

Para algumas empresas, os funcionários parecem ser "obrigados" a trabalhar lá eternamente, e em exclusividade, e vêm com maus olhos o desejo destes, de mudança, de melhoria, de melhores condições.

Para algumas empresas, só conta a sua vontade, e a de mais ninguém. O seu lucro. O seu prestígio. Muitas vezes, à custa do mal estar físico e psicológico dos funcionários.

 

Algumas empresas acham que podem tratar os funcionários como meros números, como descartáveis quando não mostram a utilidade de outrora.

E ainda há as que, para manter a fama, arranjam forma de obter elogios para alguns funcionários, para depois fazer propaganda nas redes sociais!

 

Omitir ou camuflar o que não convém

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Sabem aquelas informações que vêm nos contratos, em letras muito pequeninas por serem considerados meros detalhes sem importância, e que acabamos por nunca ler? E que, depois, quando vamos ver, até continham informação relevante que deveríamos saber antes de assinar os contratos?

 

Pois...

 

Mas isso não acontece só nessas situações.

Também quando andamos à procura de emprego, as empresas omitem muitas vezes determinadas informações, mostrando só as regalias e vantagens, gabando-se de ser diferentes da concorrência, para melhor.

Depois, quando os funcionários já lá estão, afinal as coisas não são bem como foram faladas.

Eu costumo dizer, cada vez mais, ao meu marido, que sou como S. Tomé - ver para crer. Desconfio sempre quando a oferta é boa demais para ser verdade.

Uma empresa a que foi chamado propôs-lhe o ordenado de "x", limpo. 

"Ah e tal, somos diferentes das outras. Pagamos mais. Aqui valorizamos os trabalhadores, não são só um número."

Em conversa com um colega, sobre o subídio de alimentação, esse colega ficou admirado por o meu marido receber o valor que recebia. 

"Aqui não. Aqui recebemos "x". Mal de nós."

 

E sim, parecia ser um ordenado razoavelmente melhor que o anterior, ainda que continue a ser uma exploração, dado o número de horas que trabalham. Mas exploração por exploração, que se receba um pouco mais.

Entretanto, o meu marido ficou a saber que, afinal, o ordenado que pagam não é o que lhe disseram, mas menos 10 euros. Não é por aí, mas quando se começa com mentiras, não é bom sinal.

E ficou a saber que, no valor pago mensalmente, já está incluído subsídio de Natal e de Férias, algo que também só soube pelos colegas.

 

Feitas as contas, descontando ao ordenado um montante regular, para perfazer os subsídios a que não terá direito, a dita empresa, que se gabava de ser diferente, e de pagar mais, acaba por pagar o mesmo que as outras!

A única vantagem, e poupança para o meu marido, é ficar ligeiramente mais perto de casa e, como tal, gastar menos dinheiro em gasolina e portagens.

Todos precisamos uns dos outros!

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No outro dia, conversava com o meu marido sobre o sentimento de superioridade de boa parte dos licenciados, que se acham mais que os outros só porque andaram numa universidade a estudar não sei quantos anos, e têm agora o título de Dr.

Mas, o que lhes dá esse direito de acharem que, por esse motivo, são mais que os outros? O que são eles a mais que eu, ou que o "zé da esquina"?

Todos precisamos uns dos outros, todos temos a nossa missão, e todos contribuímos com aquilo que melhor sabemos.

E até os "doutores" precisam do homem do lixo, da empregada do supermercado, do eletricista, do canalizador, e por aí fora. Porque sem estas pessoas, e muitas outras, de nada lhes serviria ser "doutor".

O pior, é que esta mania da superioridade está a alastra-se até mesmo àqueles que ainda nem o curso terminaram, ou nem sequer começaram! E a muitos funcionários que, não sendo licenciados, mas tendo cargos administrativos, acham que são mais importantes que o porteiro, a cozinheira, a mulher da limpeza ou o segurança da empresa.

Se querem tirar uma licenciatura, mestrado ou doutoramento, façam-no porque é algo que realmente gostam, e porque sentem que será útil para essas pessoas e para a sociedade. Não pelo simples facto de isso equivaler a um título, e por acharem que isso significa ter direito a tratamento especial.

A sociedade precisa menos de "doutores" e afins que se gabem daquilo que estudaram, daquilo que ganham, dos títulos que adquiriram, e mais de profissionalismo, atitude, ou seja, menos conversa e mais acção.

Porque o melhor profissional, seja em que área for, não é aquele que apenas fala e se gaba, esperando o reconhecimento de todos à sua volta, é aquele que age de imediato, sem esperar nada em troca!