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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Dom Gato

(1 Foto, 1 Texto #54)

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Dom Gato, assim apelidado pelo seu porte imponente e majestoso, apareceu por ali, e reclamou para si aquele território.

E, como dono e senhor, por ali vai passando, ficando, indo e vindo, comendo e bebendo o que os seus servos humanos lhe servem, exigindo a presença, os préstimos e a atenção destes, várias vezes ao dia.

 

Poderia ser rei mas, na verdade, é apenas um gato. Um gato que, um dia, teve uma casa. Mas foi abandonado, à sua sorte, na rua, quando os seus donos partiram para outras bandas.

Conhecido, entre os vizinhos, por cabeçudo, porque parece ter a cabeça maior que o corpo, este bichano só quer mimos, festas, uma casa.

 

Sim, ele tem comida e água à nossa porta mas, muitas vezes, só lá vai pedir atenção.

Fica ali horas, no degrau, à espera que alguém saia. Ou à espera que alguém chegue. Na verdade, até parece que já sabe os horários dos habitantes. É habitual aparecer lá no quintal na minha hora de almoço.

Ultimamente, acompanha-me, qual guardião, desde casa, até uma parte do meu caminho para o trabalho.

 

Tigrado cinzento, de olhos azuis, gordo como um texugo, é muito meigo e adora esfregar-se, ou dar turrinhas.

Mas também chora, fazendo todo um drama, quando vamos embora, e o deixamos sozinho.

Foi conquistando os residentes da zona mas, uns, como nós, ja têm animais e não dá para mais. E outros, não querem ter nenhum. 

E ele lá vai pedindo, porque pedir não custa, não vá um dia a sorte bater-lhe à porta, ou ele bater à porta da sorte!

 

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto 

Desafio de Escrita do Triptofano #12

Os arqui-inimigos

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Ao se deparar com o novo membro da família, o gato Papoilo faz um escândalo!

Gato Papoilo: - Estrunfina! Está um monstro na nossa sala! Está a olhar para mim com um olhar assassino!

Estrunfina: - Não é um monstro, Papoilo! É um peixe. Não me digas que estás com medo dele? Um gatão desse tamanho, com medo de um peixinho?!

Gato Papoilo: Prometes que ele vai ficar sempre ali dentro?

Estrunfina: Claro! É um peixe. Tem que estar dentro do aquário. 

Gato Papoilo: Que vida triste... Anos e anos aí dentro. Não sei o que vocês veem nestes peixes. Não falam. Nem sequer dá para brincar com eles.

Estrunfina: Mas podes brincar com ele!

Gato Papoilo: A sério?! Boa! Posso atirar o aquário ao chão para fazer de bola, e correr atrás dele!

Estrunfina: Papoilo! Estás doido? Se atirares o aquário ao chão, ele parte-se, a água entorna e o peixe morre.

Gato Papoilo: Ora bolas. Isso não. Não quero molhar-me. E ainda espetava algum vidro na minha pata.

Estrunfina: Vais ver que ainda vão ser grandes amigos.

Gato Papoilo: Olha, se somos amigos, posso dar-lhe um abraço, certo? 

Estrunfina: Hum... e como é que vais fazer isso? Acabaste de dizer que não te querias molhar!

Gato Papoilo: Podias tirá-lo só uns segundos, e depois voltavas a pô-lo lá.

Estrunfina: Não pode ser, Papoilo. Já te disse que se o tirar da água, ele morre. E não queremos isso, pois não?

Gato Papoilo (falando entre dentes): Fala por ti, que eu cá não faço questão que ele viva. 

 

Ao fim de alguns minutos, Estrunfina vê Papoilo fazendo gestos estranhos em frente ao aquário.

Estrunfina: O que estás a fazer?

Gato Papoilo: Estou a tentar adivinhar o futuro. 

Estrunfina: Ai sim?! Não me digas que o aquário virou bola de cristal?!

Gato Papoilo: Não acreditas?! Ora escuta: vejo aqui um futuro muito auspicioso para o Boleta.

Estrunfina: A sério?! E mais?

Gato Papoilo: Hum... parece que ele vai viver uma grande aventura, fazer uma viagem inesquecível e estreitar laços com os seus familiares mais chegados.

Estrunfina: E sobre mim, consegues ver alguma coisa?

Gato Papoilo (fazendo mais uns gestos, e uns sons): A bola mostra que vem aí um período mais conturbado, mas depois da tempestade, tudo voltará ao normal.

Estrunfina: Isso é que é pior. Então e tu?

Gato Papoilo: Eu? Ora bem... Parece que vou ter um presente especial nesta Páscoa!

 

E dizendo isto, Papoilo, que já tinha percebido qual a melhor forma de eliminar o seu inimigo, atirou o aquário ao chão, achando que valia a pena arriscar uma molha em troca do petisco, pegou no peixe com a boca e fugiu para debaixo da cama de Estrunfina, saboreando o Boleta, enquanto Estrunfina ralhava com ele e varria os cacos, recriminando-o por tal atitude para com o peixe.

 

Horas mais tarde, Papoilo tentando seduzir Estrunfina com turrinhas, e mostrando-se muito arrependido, para que esta o perdoe...

Gato Papoilo: É que ele estava tão bonito, tão gordinho, era impossível resistir!

Estrunfina: Ah, Papoilo! Tu não tens emenda!

Gato Papoilo: Se quiseres, eu posso compensar-te. Amanhã mesmo trago-te um rato. Ou um pássaro!

Estrunfina (fazendo cara de nojo): Credo, Papoilo. Não é preciso. Vá, esquece lá isso.

Gato Papoilo: Então, e estás a pensar trazer mais algum membro para a família brevemente?

 

 

Texto escrito para o Desafio de Escrita do Triptofano

 

Também participam:

Ana D.

Maria Araújo

Bruno

 

 

 

Se não fosse humana gostaria de ser...

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A Ana de Deus desafiou-me para escolher um animal que gostasse de ser, se não fosse humana - desafio-se-nao-fosse-humana.

Penso que, para quem me conhece, a resposta é óbvia: um gato!

 

Se não fosse humana, gostaria de ser um gato. Europeu comum.

Pela elegância. Já viram a forma como caminham?!

Pela beleza. 

Pela independência. Os gatos são autónomos e independentes, e tentam desenrascar-se sem pedir ajuda a terceiros.

Pela sabedoria. Quem me dera ter uma parte da sua inteligência.

Pela agilidade. Já viram como correm e saltam, e caem sempre (ou quase) de pé? E os seus reflexos?

Pela simplicidade. Os gatos não precisam de muito para se entreter e ser felizes.

Pelo misticismo.

Pelo que dão, e como se dão a quem com eles convive, sem esperar nada em troca.

 

Coraline: um filme de animação de terror?!

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Quando vi a história do filme, acho que não me apercebi bem do que se tratava, e lembro-me de ter pensado que era um bom filme para ver. 

Nunca cheguei a vê-lo, durante todos estes anos, mas no domingo passou na televisão, e achei que seria boa ideia vermos os três, no final do dia, para descomprimir dos estudos e trabalho rotineiro de fim de semana. E, assim, sentámo-nos os três na sala, nós duas com as bichanas ao colo a dormir, para uma sessão de cinema infantil.

A minha filha, que agora está na fase dos filmes e séries de terror, não estava lá muito entusiamada, mas depressa mudou de atitude, ao ver que aquele filme era puro terror, só que em formato de animação!

 

Embora tenha sido considerado um grande filme para todas as gerações, tenha angariado várias críticas positivas, e transmita uma importante mensagem, para mim, foi um filme que não me inspirou, de todo. E que não recomendo a quem que não tenha um gosto específico por este género de ficção.

Mais, sendo um filme de animação que era suposto ser para crianças, não recomendo. Os mais novos são bem capazes de ter pesadelos!

 

Destaco a personagem do gato, que tem um papel extremamente importante na história e consegue, mesmo quando não fala, transmitir aos espectadores os seus sentimentos e emoções.

De resto, tirando mesmo a moral da história, achei um filme uma grande "seca", e arrependi-me de ter sugerido desperdiçar o nosso precioso tempo com ele.

Mais uma vez ninguém fez nada

 

Não sei como ainda me surpreendo com a falta de meios, e de vontade, das entidades locais para fazer algo por um animal ferido. 

Já tinha tido, no ano passado, a experiência da gaivota. Hoje, foi com um gato atropelado.

Ia eu a caminho do trabalho, tinha estado a fazer festinhas à gata que costumo encontrar pelo caminho, e não me apercebi de nada. Um pouco mais acima, encontro um gato atropelado no meio da estrada. Ainda estava vivo.

Uma senhora que vinha de carro, de uma travessa perpendicular, e que trabalha ali na rua, também parou para socorrer o animal. Tirou uma toalha que tinha no carro e embrulhou o gato, retirando-o da estrada, antes que algum outro carro passasse por cima e o matasse de vez.

Liguei para o Hospital veterinário, que me disse que o poderíamos levar para lá, mas que tínhamos que assumir a responsabilidade pelo mesmo e custos inerentes. Deram-nos o contacto da GNR (SEPNA), entidade mais competente para a resolução do caso.

Esta, por sua vez, dá o contacto da protecção civil, que normalmente faz recolha de animais. Ligo, e começam imediatamente com desculpas:

 

 

"Ah e tal, vamos ver se conseguimos mandar aí alguém, porque hoje os serviços da Câmara estão fechados, vai ser difícil, não temos pessoal disponível e blá blá blá.".

Pergunto eu: "Mas fazem a recolha para tratar o animal, certo?"

"Mas o gato está vivo?"

Respondo-lhe que sim.

"Ah, nós não recolhemos animais vivos. Nesses casos, não podemos fazer nada."

 

E assim ficámos nós, sem saber a quem mais recorrer, divididas entre deixar o animal ali sozinho entregue à sua sorte, e levá-lo ao veterinário, à nossa conta. O gato deve ter dono, aparenta estar bem tratado. Mas não fazemos ideia de quem seja.

Como já estava atrasada para o trabalho, e não podia fazer muito já que estava a pé, e a outra senhora de carro, deixei-lhe o meu contacto e disse-lhe que, caso entendesse levá-lo a um veterinário, para me dizer, que dividíamos a despesa.

Custou-me vir embora  e deixá-lo ali. Mas espero que tudo se tenha resolvido pelo melhor. Agora resta-me esperar por notícias da tal senhora.

É incrível como, mais uma vez, empurraram as pessoas de um lado para o outro, de um serviço para outro, sem que nenhum tenha capacidade para resolver uma situação destas.

Cada vez mais valorizo as associações e particulares que prontamente ajudam estes animais feridos porque, se dependessem de serviços públicos, morriam!

É triste...