Não é de agora que as pessoas recorrem à greve de fome como forma de protesto ou reivindicação de algo que lhes é devido.
Mas será a melhor forma de o fazer? O que levará alguém a enveredar por este caminho para tentar levar a sua luta a bom porto?
E valerá a pena?
Ricardo Cunha, guarda-redes de hóquei em patins dos "Limianos" - Associação Desportiva de Ponte de Lima - recorreu à greve de fome para que lhe fossem pagos salários em atraso.
Ao fim de 5 dias sem ingerir qualquer alimentação, foi hospitalizado. Segundo declarações do próprio, não podia continuar com a greve de fome, porque "os filhos precisam do pai em casa e com saúde".
E eu pergunto-me: não deveria ter pensado nisso antes?
Durante os cinco dias de protesto, o hoquista não recebeu qualquer contacto da direcção do clube.
E eu pergunto-me: valeu a pena? adiantou alguma coisa?
Embora estejamos a passar por uma crise e o mercado de trabalho esteja em decadência, quero acreditar que um homem de 33 anos conseguiria encontrar outras opções que não a greve de fome para resolver esta questão de salários em atraso.
Alguém que se queixa que já gastou muito dinheiro e lhe devem outro tanto, deve lutar para conseguir um novo trabalho e estabilizar a sua vida, ao invés de perder ainda mais tempo a prejudicar a sua saúde.
Não sou defensora desta forma de protesto, quando no mundo há tantas pessoas a morrer de fome, embora aceite que alguém desesperado e que não tenha nada a perder possa ver na greve de fome a solução para os seus problemas.
No entanto, penso que neste caso não se justificava, mas cada um sabe de si e faz aquilo que considera melhor.