À Conversa com Inês Côrte-Real - especial The Voice Portugal
Inês Côrte-Real tem 21 anos e frequenta o 4º ano de Psicologia. Participou recentemente no programa The Voice Portugal mas, à semelhança de alguns dos seus colegas do programa, o seu percurso no mundo da música começou cedo, primeiro com o canto, e mais tarde com aulas de guitarra, que lhe permitiriam, posteriormente, dedicar-se à composição dos seus próprios temas, dando origem ao seu primeiro álbum, intitulado “Heartbeat”, que ficou disponível no mercado em Maio de 2014.
Com arranjos e direcção musical de Armindo Neves, este álbum contou com a colaboração de um conjunto de músicos de qualidade, tendo a edição, management e distribuição ficado a cargo da Primetime Records. O ano passado, entrou no The Voice Portugal para promover o seu trabalho e darse a conhecer.
No entanto, e terminada a sua participação no programa, podemos encontrar uma Inês mais experiente, e com uma vontade ainda maior de conquistar o seu lugar ao sol! É ela a minha convidada de hoje da rubrica “À Conversa com…” dedicada aos concorrentes do The Voice Portugal.
Inês, para além de cantar, também tocas guitarra e compões. O que é que te dá mais prazer fazer?
A música é algo que me desperta muito interesse, pelo que é difícil igualar algo que me dê tanto gosto! Neste momento estou também a aprender a tocar bateria e a voltar às aulas de piano, para nunca perder essa ligação. Quando não estou “rodeada” de música, gosto imenso de ler, principalmente policiais. Também adoro estar rodeada pelos meus amigos, pelo que, sempre que posso, combino alguma coisa com eles, nem que seja só um cafezinho rápido! Adoro viajar, conhecer novos Países, novas culturas! E adoro tudo o que envolva a Natureza! Foi um gosto que começou a crescer em mim há alguns anos, consequência das aulas de Biologia que tive no secundário! Mas claro, a música é o meu grande amor, por isso, sempre que posso, estou a fazer, a ouvir, a viver música!
Estás no 4º ano do curso de Psicologia. É difícil conciliar a música com os estudos?
Já foi mais complicado! Quando estava a escrever algumas das músicas para o Heartbeat, estava em época de exames ao mesmo tempo, na faculdade, por isso tornou-se um período bastante caótico! Mas felizmente consegui conciliar tudo, e com sucesso! Quando queremos muito alguma coisa, arranjamos força e energia para fazer tudo ao mesmo tempo. Agora com o The Voice Portugal, também se tornou um bocadinho difícil de conciliar, principalmente porque os ensaios eram muito longos, pelo que às vezes tinha mesmo que faltar às aulas, mas os professores foram compreensivos e nunca houve nenhum problema! Acabar o meu curso é um objectivo muito específico que tenho na vida, e por isso vou fazer todos os esforços para o atingir! Claro que a música, na minha vida, nunca será colocada de parte, daí que tenha mesmo que conciliar as duas coisas, não há outra hipótese.
A psicologia e a música podem, de alguma forma, complementar-se?
Claro que sim! No meu caso, a psicologia ajuda-me a ter outra sensibilidade ao interpretar as músicas e ajuda-me a reparar em certos aspectos da história que a canção fala, que se calhar não repararia se não tivesse esta área na minha vida. Além disso, é pelo gosto que tenho na psicologia que adoro observar tudo o que se passa à minha volta, adoro entender as pessoas e os seus comportamentos. Graças a isso, surgiu o meu Heartbeat! Aprendi a escrever sobre temas que sei que são comuns a todos e que vão, de certa forma, tocar no coração das pessoas quando os ouvem. Uma outra vantagem gigante, é que a psicologia ajuda-me a entender-me a mim mesma, e com isso, percebi que quando tenho uma situação que me traz tristeza ou que me deita um pouco mais abaixo, se escrever sobre ela, acabo por me libertar dessa angústia, o que deu origem a muitas das músicas que fazem parte do meu álbum!
O teu primeiro álbum conta com 10 temas originais, escritos por ti. Existe um pouco dessa complementaridade nos temas das músicas? Sobre o que nos fala “Heartbeat”?
O Heartbeat é um álbum de histórias… Histórias que vivi, histórias que observei, simplesmente histórias de vida pelas quais toda a gente passa. Por vezes há certas situações que nos custam mais a ultrapassar, e com a música acaba por se tornar mais fácil. Daí que eu refira muitas vezes que a música é a minha maneira de me libertar, de me sentir livre! Contudo, não queria deixar essa liberdade só para mim… Se as pessoas se identificarem com as músicas e isso as ajudar, de algum modo, a serem mais felizes, então sinto que o meu objetivo foi cumprido! E, mais uma vez aqui, observa-se a complementaridade que referi acima. Não fui para psicologia por acaso, pensei muito sobre o facto de poder, de alguma maneira, ter um impacto positivo nas pessoas. A psicologia ajuda-me a olhar para a música de um modo diferente, que chega a todas as pessoas… E é isso que eu quero! Passar as minhas mensagens, e que elas sejam recebidas por todos!
No The Voice Portugal, escolheste a Aurea como mentora. Como foi trabalhar com ela?
Para mim a Aurea sempre foi uma inspiração! Adoro ver a maneira como ela consegue cativar as pessoas e admiro bastante o percurso dela até agora. Trabalhar com ela sempre foi um sonho! Quando me inscrevi no programa ainda não tinha conhecimento que ela seria mentora… Mas quando soube, pensei logo que era uma oportunidade única na vida! Trabalhar com a Aurea foi muito bom! Ela consegue perceber quais os aspetos que eu tenho que melhorar em palco para poder ter uma melhor prestação, aspetos esses que eu não tinha noção se estava a fazer bem, porque não me conseguia observar de fora. Foi muito bom ter tido a ajuda dela, senti que melhorei bastante a minha atitude em palco! Fez-me crescer profissionalmente.
Consideras que uma boa formação a nível musical é fundamental para se ser um bom artista?
Na minha opinião, acho que quanto mais conhecimentos se tiver sobre a área em que trabalhamos, melhor, por isso sim, penso que é importante para se ser um bom artista. Contudo, a formação musical que tenho é apenas a básica, que se ensina na escola, e não é por isso que deixo de cantar ou de compor os meus próprios temas… É uma mais valia, logicamente, mas não considero algo super fundamental ou imprescindível.
O que é que de melhor guardas da tua participação no programa?
A minha participação no programa fez-me crescer bastante, a nível profissional principalmente. Aprendi imenso, desde cuidar da minha voz até à minha atitude em palco! Foi uma experiência incrível, conheci imensas pessoas, recebi um apoio incrível do público e claro, pude trabalhar com excelentes profissionais! Este tipo de experiências fazem-nos crescer de maneiras que provavelmente, nem estamos à espera, pelo que foi o melhor que fiz!
Embora vencer seja o objectivo principal de quem concorre, consideras que a vitória é imprescindível para se vir a ter uma carreira musical bem-sucedida ou é, por vezes, uma ilusão?
Vencer é sempre o principal objectivo, penso eu. Mas não considero de maneira alguma imprescindível para se ter uma carreira musical… Se assim fosse, quase não teríamos cantores em Portugal! As pessoas têm é que saber lutar pelo que querem e nunca desistirem por não terem chegado ao fim ou por alguém ter fechado uma porta! Quando se quer algo, luta-se por isso mesmo… Desistir nunca deve ser uma opção, mesmo que não se ganhe o programa, é sempre uma óptima experiência e aprendese imenso! Uma das coisas que me lembro bem de me terem dito, foi num dia de ensaios para a Batalha contra a Mariana, em que o mentor convidado (Rui Ribeiro) afirmou que as aprendizagens que estamos a ter agora não são só para este momento, provavelmente, em tão pouco tempo nem as vamos conseguir aplicar da melhor maneira… Mas sim para o futuro! Por isso, ganhar é bom, mas não dá uma carreira musical! Assim como perder também não deve parar ninguém!
Qual foi o tema que mais gostaste de interpretar no The Voice Portugal, e em que sentiste que te entregaste por completo?
Sem dúvida alguma, “Gravity" da Sara Bareilles! Era um tema que me dizia tanto e, agora, ainda me diz mais! Adoro esta música pela história que existe por trás dela e sinto que cantá-la naquele palco, ainda por cima logo na primeira fase, foi a melhor coisa que fiz! Quando a estava a cantar, consegui abstrair-me de tudo, dos mentores, das câmaras, das pessoas, de tudo… era só eu e a música e soube tão bem! Foi uma música que teve 100% de mim e eu recebi 100% da música!
Qual tem sido o feedback que tens recebido do público, relativamente ao teu trabalho e ao teu percurso no programa?
Felizmente tenho recebido muito bom feedback! Inscrevi-me no programa com o intuito de ganhar mais visibilidade para as pessoas ficarem a conhecer o meu trabalho e correu muito bem! Não podia estar mais feliz com as mensagens que tenho recebido!
Neste momento, estás a compor alguns temas novos?
Claro! Quando escrevo é por mim e para mim, não é logo com o intuito de gravar mais álbuns… Por isso nunca vou parar de compor, faz-me bem :)
Quais são os teus projectos para o futuro? Vamos poder contar uma Inês psicóloga, uma Inês artista, ou uma psicóloga artista?!
Não sei o que o futuro me reserva, em relação a qual das “Inês” serei… Aquilo que posso garantir é que já estou a preparar novos projetos e muitas novidades!! Se conseguir conciliar todas essas áreas ficarei muito feliz, mas penso que se tiver oportunidade, vou apostar a 100% numa Inês mais artista!
Inês, muito obrigada pela tua participação e disponibilidade! Que tenhas muito sucesso na tua vida!
Obrigada eu pela entrevista, tocou em pontos muito interessantes e relevantes sobre mim e todo o meu percurso! Obrigada, também, a todos os que me têm apoiado constantemente!
Aguardem novidades! Beijinhos a todos!!
Para ficarem a saber tudo sobre a Inês, aqui ficam os links:
www.youtube.com/inescorterealmusic/