Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Morangos com Açúcar 2024 - quarta temporada

465223324_8623351861113376_6534168157041350755_n.j 

 

Terminada esta quarta temporada da série, confesso que, relativamente às anteriores, existem algumas diferenças.

Umas, para melhor. Outras, nem tanto.

Os jovens actores, com uma ou outra excepção, parecem melhor preparados, e com mais talento e naturalidade para a representação, que os de 2023. Também quanto ao elenco sénior não tenho nada a apontar.

 

No entanto, a promessa de que esta nova temporada traria mais artes, a fazer lembrar os antigos Morangos com Açúcar, ficou-se por aí mesmo: muita parra, e pouca uva.

Existem projectos de dança, música, representação, mas ficou tudo por explorar, por pôr em prática.

Atrevo-me a dizer que foi mais abordado o "book club", do que tudo o resto.

 

Quanto à história em si, a da fornada de 2023 - o desaparecimento da Carol - foi mais cativante do que a que, agora, nos apresentaram.

Salva-se, por aquilo que nos é dado a descobrir no último episódio.

Ainda assim, aguardando as explicações das temporadas que se seguem, soa tudo um pouco exagerado e forçado.

 

Ema, uma nova aluna do colégio, é atacada após sair de uma festa, e acaba por ser salva pelos colegas que iam a passar, evitando o pior.

Mas ela recusa denunciar o agressor, apesar de saber quem é.

Todos acreditam que foi Ricardo que, entretanto, é atropelado e fica em coma.

E tudo aponta para que tenha sido Leo, que gosta de Ema e a quer proteger, a atropelá-lo.

 

Só mais para os episódios finais ficamos a saber o que aconteceu, e os aparentes motivos.

Ainda assim, Ema esconde para si a verdade sobre o ataque, levando os seus colegas a cometer uma injustiça contra quem acreditam que o fez, ainda que a pessoa o merecesse, por muitos outros motivos.

E, enquanto Ema se protege a si mesma, está a permitir que novas vítimas possam ocupar o lugar dela.

A próxima, já está escolhida...

 

Deste leque, a personagem que menos gosto é, sem dúvida, a Mónica que, para além de falar a berrar, deixa muito a desejar como colega e amiga.

Já a minha preferida, é o Sancho, que transitou das temporadas anteriores.

 

E por aí, quem já viu?

Qual a vossa opinião?

"A Jovem e o Mar", no Disney+

images.jfif 

 

Este filme aborda a história verídica de Trudy Ederle, a primeira mulher a atravessar, a nado, o Canal da Mancha, a 6 de Agosto de 1926, com apenas 20 anos.

 

Numa época em que apenas aos rapazes era permitido nadar e competir, e apesar do risco que corria de vir a ficar surda, em consequência do sarampo, ao qual sobreviveu quando era criança, Trudy logrou, com muita persistência, resiliência, perseverança, teimosia e coragem, levar a sua ideia avante.

 

Contra a mentalidade machista da época, contra as expectativas e, literalmente, contra todos os obstáculos e adversidades da travessia, Trudy conseguiu aquilo que nenhum outro nadador tinha alcançado até àquela data, num total de 14 horas e 31 minutos, e teve o maior desfile em homenagem a um atleta, na história de Nova Iorque.

 

A criança que queria nadar, porque a irmã Meg também nadava, mas que toda a gente desvalorizava, porque não tinha jeito, teve a sorte de encontrar uma treinadora que, apesar de relutante, decidiu dar-lhe uma oportunidade e treiná-la, ficando surpreendida com a forma como, em pouco tempo, ela superou quase todas as suas outras alunas.

 

A mulher que se recusou a não ter uma palavra a dizer sobre o seu destino, que lutou contra a sociedade que dificultava as competições, deliberadamente, às mulheres, como se as quisessem reduzir à sua insignificância, através do boicote, foi aquela que, um dia, pôs todos a gritar o seu nome, deixou todos orgulhosos e estupefactos, e que mudou a história do desporto no feminino.

 

Destaque ainda, neste filme, para a força das mulheres, nomeadamente, a mãe de Trudy, que sempre fez tudo para que a filha concretizasse o seu sonho, apesar do receio constante de a perder, e da sua treinadora Charlotte, que sempre acreditou em Trudy, e depositou nela toda a sua fé - duas mulheres que fizeram a diferença, perante a mentalidade retrógada da época.

 

Em "A Jovem e o Mar" percebemos como é importante o apoio da família, como tudo se torna mais fácil quando sentimos que ela está lá para nós, que não estamos sós e abandonados à nossa sorte. Que, apesar do receio, e ainda que não consigamos alcançar aquilo a que nos propusemos, ela torce por nós.

 

Um filme do género de Nyad, mas numa outra época, com muito menos conhecimentos e tecnologias de suporte a feitos como estes, que vale a pena ver.

 

 

 

 

Imagem: disneyplus

 

"Faz-me Acreditar", na Netflix

(filmes que nos fazem viajar)

Sem Título6.jpg

 

Desta vez, até Assos, uma antiga cidade, hoje conhecida como Behramkale, localizada na província de Çanakkale, na Turquia.

O filme é um romance, mas o que marca são as magníficas paisagens que nos vai mostrando ao longo da história, e que nos levam numa viagem turística e histórica.

 

 

 

Sem Título23.jpg

As filmagens decorreram em vários pontos, como a aldeia de Adatepe köyü Yolu, que remonta ao período otomano.

Aí, no sopé das Montanhas Kaz, podemos encontrar casas de pedra e ruas sombreadas.

 

 

Sem Título8.jpg

É, também na aldeia, que se encontra o Altar de Zeus, nas Montanhas Kaz, com vista para a Baía de Edremit, o Mar de Assos e as ilhas Ayvalık e Lesbos.

Segundo a mitologia, Zeus assistiu à Guerra de Tróia desta colina. 

 

 

Sem Título19.jpg 

Sem Título13.jpg 

Sem Título20.jpg

O porto de Assos é, igualmente, palco de várias cenas, e proporciona imagens como estas.

 

 

Sem Título15.jpg

Sem Título16.jpg

Athena Tapinaği - as ruínas do templo de Atena

 

 

Então, e sobre o que é mesmo o filme?

Uma jornalista e um fotógrafo são levados, pelas respectivas avós, a passar um fim de semana em Assos, pensando que aquelas se estariam a sentir mal.

Na verdade, tudo não passava de uma armação para ver se o casalinho se juntava de uma vez.

Só que eles não se podem ver nem pintados, por conta de um passado mal resolvido.

 

Agora, Sahra é "obrigada" a dar-se bem com Deniz, para conseguir a entrevista que ele negou a todos os outros, e que lhe valerá a tão almejada promoção. Caso contrário, terá que se demitir, e admitir a derrota perante o seu rival.

O que ela não contava, era que os seus sentimentos, outrora enterrados, viessem à superfície. E ele não esperava que, pela segunda vez, ela brincasse com ele e o magoasse.

Entre comédia e romance, este é um filme leve, que vale a pena ver!

 

 

Sem Título17.jpg 

Sem Título10.jpg 

Sem Título11.jpg

Sem Título5.jpg

A propósito do Titan...

Missing-Submarine-Live-Titanic.png

 

É certo que incidentes, acidentes e tragédias podem acontecer a qualquer momento, sem que se possa fazer nada para evitar.

É certo que temos muito pouco controlo sobre a nossa vida, e o que se passa à nossa volta. 

Mas isso não significa que tenhamos que brincar com as nossas vidas, ou servi-las, de bandeja, à morte.

 

Há determinadas situações em que uma pessoa ainda consegue ter o mínimo de controlo, ter poder de acção.

E outras, em que estamos totalmente dependentes.

É o caso de uma viagem de carro ou autocarro, em que estamos dependentes do condutor. De avião ou avioneta, em que dependemos do piloto. Um elevador, ou outros mecanismos do género.

E, neste caso, um submarino.

 

Só de pensar em entrar dentro dele, e imaginar ficar fechado, debaixo de água, sem qualquer hipótese de fuga, com oxigénio contado, já é suficientemente claustrofóbico, para não me meter lá dentro.

Porque é, literalmente, entregar a vida nas mãos de uma máquina, e confiar cegamente.

Quem já fez a viagem turística, garante que vale a pena o risco. Risco que, ao que parece, era do conhecimento de todos os que se atrevem a desafiar o destino.

 

Ainda assim, o que seria do mundo sem os aventureiros?

Hamish Harding era um desses aventureiros, que já tinha, inclusive, viajado até ao espaço, para além de ser detentor de três recordes mundiais do Guinness, incluindo o maior tempo durante um mergulho na parte mais profunda da Fossa das Marianas, o local mais profundo dos oceanos. 

Paul-Henri Nargeolet, um oceanógrafo francês mais conhecido como Sr. Titanic, tantas as vezes que visitou os seus destroços (cerca de 25 mergulhos ao naufrágio desde 1987), foi outro deles.

Stockton Rush, marido de uma descendente de duas vítimas do naufrágio do Titanic, era também o CEO da OceanGate Expeditions, proprietária do submarino que o levou à morte. Mas, bem vistas as coisas, ele era o próprio a afirmar que a segurança era "puro desperdício".

Consigo compreender a vontade e o desejo destes três homens, em aventurar-se nesta expedição.

Já é mais difícil compreender quanto aos restantes dois tripulantes - Shahzada Dawood e Suleman Dawood - membros de uma das famílias mais ricas no Paquistão que, aparentemente, queriam só mesmo uma aventura diferente. Aliás, o pai queria, e o filho, apesar de estar, segundo uma familiar "apavorado", acabou por fazer a vontade ao pai.

 

E não é dos aventureiros que reza, quase sempre, a História?

Cinco pessoas morreram. E ficarão para sempre na História.

Duas tragédias interligadas: Titanic e Titan, o navio inafundável e o submarino que levava curiosos a explorá-lo.

Às vítimas, e aos destroços, do naufrágio de 1912 juntam-se, agora, em 2023, as vítimas, e os destroços, da implosão do submarino.

Maldição?

Acaso?

Destino?

Consequência de soberba, ostentação e irresponsabilidade?

Que importa...

 

Posso nunca ficar conhecida, ou ficar para a História. Posso nunca viver grandes aventuras. Ou grandes feitos.

Ainda assim, prefiro não correr riscos desnecessários.

Já basta tudo aquilo que temos mesmo que fazer, ou sobre o qual não temos qualquer poder de decisão.

Prezo muito a minha vida para arriscar perdê-la por puro capricho ou curiosidade sabendo, à partida, que, alguma coisa correndo mal (e aqui havia muitas coisas que podiam correr mal), a morte era certa, sem fuga possível.

Mas cada um sabe de si...

 

 

Imagem: ladbible

 

 

 

Incêndios em Portugal: todos os anos a história se repete

IMG-20220731-WA0006.jpg

 

Eu não sei se quem de direito não está com atenção às "aulas".

Se não estuda a lição diária. 

Se não se prepara para os testes.

 

O que eu sei é que, quando chega a hora da verdade, a nota é sempre negativa.

Mesmo que a teoria esteja toda correcta, chega a prática, e é o falhanço total.

Se calhar, fazia falta um estágio, para treinar a aplicação dos conhecimentos.

 

Portugal é um país que aposta em remediar, em vez de prevenir.

Não é que não queiram.

É que as medidas de prevenção, apesar das boas intenções, não são para todos. E quem mais as deveria cumprir, pouco caso faz delas, ignorando-as, como se, simplesmente, estivessem isentos de tal.

Por outro lado, são duvidosas. E não são, sem dúvida,  suficientes.

 

Portugal é um país sem meios.

Dependente da coragem dos bombeiros para combater os incêndios sem condições mínimas, e enfrentar os perigos para salvar os outros, ainda que eles próprios não se salvem. 

Dependente da população que, perante a inércia de quem deveria agir, põe mãos à obra, com o que tem ao dispôr, mas nem sempre com sucesso.

 

Dizem que a História serve para compreendermos o passado, e nos prepararmos melhor para o futuro.

Ora, Portugal tem uma longa história de incêndios.

De tragédias que não se conseguiram evitar, e que ainda hoje se lamentam.

Mas continua a não estar preparado.

Ano após ano, a história torna a repetir-se.

 

São as pessoas que ficam sem casas, e perdem tudo o que têm. Em casos extremos, a própria vida.

São os animais que correm perigo, e alguns acabam mesmo por morrer.

São hectares e hectares de mato que ardem, e reduzem tudo a um manto negro.

 

Este fim de semana, Portugal voltou a estar em chamas.

Um dos incêndios foi aqui no concelho de Mafra.

Li, depois, que os dois aviões Canadair que estavam a combater o fogo em Mafra abandonaram as operações por não poderem abastecer na base do Montijo, e apenas em Castelo Branco.

Sem comentários...

 

Isto de se morar num país, à beira mar plantado, com imensos campos, serras, e árvores de todas as espécies é muito bonito.

É qualidade de vida. É oxigénio. 

 

Mas é, igualmente, um perigo.

Sobretudo, em tempo de seca, em pleno verão.

À volta de onde moro, para além da famosa Tapada Nacional de Mafra, vítima de vários incêndios ao longo dos anos, há todo um espaço de campo, e terrenos que, neste momento, estão completamente secos. 

E, como aqui, acredito que, um pouco por todo o país, a situação seja semelhante.

 

Já nem se coloca a questão se é fogo posto, negligência ou efeito natural.

Por mais que se tente evitar, e sejam aplicadas medidas (o que pouco ou nada acontece), o que importa é que haverá sempre algum incêndio inesperado.

E, se a prevenção falha, ao menos que o remedeio funcione bem.

 

Mas, também aí, tudo falha. 

Há descoordenação, ausência de meios.

Há serviços que não funcionam quando mais se precisa deles.

Muitas vezes, há um orgulho que impede de pedir ou aceitar ajuda externa.

Há um sacrificar de vidas desnecessário, e evitável.

 

E continuará a haver.

Tudo isso, e muito mais. 

Enquanto se preferir andar a exibir diplomas obtidos pela teoria certeira, em vez de se arregaçar as mangas e mostrar real eficiência, na prática.