A Busca - História de Um Crime, na Netflix
Numa manhã, como qualquer outra, a ama entra no quarto para acordar Paulette.
Mas ela não está na cama. Nem no quarto. Nem em casa. Nem fora dela.
Paulette desapareceu sem deixar rasto.
Os pais são pessoas influentes, e vivem num condomínio de luxo. O segurança desse condomínio diz que Paulette não saiu do mesmo. Que era impossível.
A mãe, desde o início, não se mostra como uma mãe triste e desesperada, mas antes indiferente ou, até, normal.
O pai, espera que as autoridades descubram a sua filha, mas mantendo-se afastado do mediatismo.
Já Amanda, a melhor amiga da mãe de Paulette, parece a mais transtornada, e disposta a fazer tudo para encontrar a menina, incluindo chamar a imprensa e divulgar o desaparecimento nas redes sociais.
O corpo de Paulette foi encontrado, 8 dias depois do desaparecimento, no seu quarto, num espaço entre o colchão e o estrado da cama, e o caso foi, convenientemente, tratado como acidente.
Este caso ocorreu em 2010, no México e, na altura, foi comparado ao desaparecimento de Maddie.
Até hoje, ninguém sabe o que realmente aconteceu a Paulette.
Quem acompanhou de perto, acha pouco provável que o corpo tenha estado ali durante 8 dias, com pessoas a dormirem naquela cama, e entrevistas a serem feitas no quarto, sem que notassem nada, nem qualquer cheiro. Sem que os cães tão pouco tenham detectado o corpo. E sem que este ficasse exposto, logo no primeiro dia, quando tiraram um lençol da cama para dar a cheirar aos cães, ou quando as amas fizeram a cama nos dias seguintes.
O que é certo, é que houve incongruências nos vários relatos das pessoas daquela casa e, perante a proximidade da verdade, foi necessário encontrar uma história que convencesse, e em que ficassem todos bem na fotografia.
O que ficou explícito, pelo menos na série, é que o dinheiro, o poder e os interesses podem transformar todo um cenário, e corromper as pessoas. Desde o subprocurador, a Amanda, todos procuraram dar prioridade aos seus interesses pessoais, ainda que isso prejudicasse a investigação, e a opinião pública sobre os pais, neste caso, sobre a mãe da menina.
E que quem de direito, ainda que não seja um exemplo de profisionalismo, é facilmente derrotado num jogo em que, á partida, não tinha qualquer hipótese de vencer.
A corrupção no seu melhor!