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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Dúvidas

 

"Mãe mata os seus dois filhos e suicida-se." - 2013

 

Ao que parece, as crianças estariam sinalizadas pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, por violência por parte da mãe, que sofria de depressão. Havia também uma acção a correr em Tribunal, tendo a mãe perdido a guarda dos filhos. Preferiu não entregá-los, envenenando-os, e suicidando-se em seguida. 

 

A situação foi sinalizada em 2012 e nesse ano o processo seguiu para tribunal. A CPCJ tentou intervir, mas como não estavam reunidas todas as condições para que se pudesse agir, e como a instituição não pode atuar sem a autorização dos pais, o processo seguiu para o Tribunal de Família e Menores. No entanto, não se sabe em mês foi feita essa sinalização, nem quando é que o processo seguiu para o tribunal. O responsável acrescentou ainda que não sabe se, entretanto, o tribunal terá tomada alguma decisão sobre o caso. Por sua vez, a Segurança Social garantiu, também esta segunda-feira, que emitiu um parecer favorável para que fossem retiradas à mãe as duas crianças.

Numa nota, a Segurança Social afirma que, a 23 de janeiro 2013, teve lugar audiência judicial na qual foi aplicada a medida de promoção e protecção de apoio junto do pai, com efeitos imediatos, ficando também definido que as visitas da mãe aos filhos apenas se realizariam em casa de familiares e sob a sua supervisão.

 

"Mãe em fuga depois de assassinar filhos e um e três anos" - 2012

 

A mãe das crianças era conhecida por ter uma conduta estranha. Vivia com o companheiro e os dois filhos, mas nunca era vista a conviver com ninguém. Estava sempre fechada em casa. Segundo os vizinhos, estava com uma depressão.

As duas crianças estavam sinalizadas pela Segurança Social. Os pais das duas crianças não permitiram a intervenção da comissão de protecção de menores e o processo foi remetido para tribunal, desconhecendo-se se o processo já tinha sido concluído.

O Instituto da Segurança Social adiantou que a família estava sinalizada desde julho, uma vez que os menores evidenciavam falta de cuidados em relação à higiene pessoal, vestuário e ausência de estimulação.
"Filhos retirados à mãe por esta recusar laqueação das trompas" - 2012
A mãe terá ficado sem sete dos seus dez filhos, há sete meses, por ordem do Tribunal de Sintra, que sustenta a sua decisão por dificuldades económicas da família e no facto de a mãe ter desrespeitado o acordo de promoção e proteção de menores ao recusar-se laquear as trompas.
No processo, não há qualquer referência a maus-tratos físicos ou psicológicos ou a outro tipo de abusos. Na sentença, considera-se mesmo que há laços de afetividade fortes na família e refere-se que as filhas mais velhas têm sucesso escolar e estão bem integradas no seu ambiente social.
O Instituto de Segurança Social negou, entretanto, que tenha imposto a laqueação de trompas, esclarecendo que não impõe nem pode impor semelhante obrigação.
A sentença judicial determinou que as filhas mais velhas, menores, ficassem com a mãe, mas considerou que os mais pequenos, com idades entre os seis meses e os sete anos, estavam em risco. Foram retirados à mãe e deverão ser entregues para adopção.

Estes são os alguns dos últimos casos conhecidos mas, como estes, haverão muitos outros.

 

E pergunto-me eu:

Será que este sistema de protecção de crianças e jovens em risco está a funcionar correctamente?

Será que os tribunais estarão a tomar decisões acertadas ou com a celeridade que os casos exigem?

Será que estas situações não poderiam ter sido evitadas, se algo tivesse sido feito antes?

Como é que, num mundo como este em que vivemos, poderemos acreditar em justiça, em intervenção, em resolução de problemas, em protecção? 

Protecção Excessiva ou Prevenção? – Uma Linha Ténue

Combinaram encontrar-se numa pastelaria e tomar juntos, na manhã seguinte, o pequeno-almoço.

Seria um encontro a dois, entre pai e filha (pensava ele), para poderem estar algum tempo juntos, agora que ele tinha tomado a decisão de deixar o seu trabalho para estar mais perto da sua menina (que há muito tinha deixado de ser menina e se transformado numa adolescente) e, de certa forma, recuperar o tempo perdido.

Enganou-se. Com a filha, veio também a sua ex-mulher. Entre a espontaneidade e entusiasmo da primeira, e a arrogância irritante da segunda, o assunto foi exposto de forma rápida, apanhando-o de surpresa.

Tratava-se de uma assinatura! Uma assinatura numa declaração de autorização de saída do país, para uma viagem a Paris! Segundo ela, a convite de uns primos de uma amiga, iriam as duas, aproveitando para conhecer a cidade, visitar alguns museus e enriquecer-se culturalmente.

Na verdade, não havia convite nem primos, iriam apenas as duas, com a finalidade de seguir a digressão de um famoso grupo de rock põe diversas cidades. Mas isto, o pai só viria a saber mais tarde.

Naquele momento, a sua reacção foi de relutância, informou-a que iria pensar e que depois lhe diria alguma coisa. Causava-lhe uma certa preocupação autorizar a filha, com apenas 17 anos, a sair do país.

Já a mãe, não compreendia tal hesitação – para ela, o ex-marido estava a complicar tudo, a limitar a sua filha, a impedi-la de conhecer o mundo! Além disso, que mal poderia haver numa simples viagem?

Com algumas condições, impostas por quem sabe melhor que ninguém o que pode acontecer, o pai assinou a autorização.

Eu, por exemplo, quando tive que decidir se autorizava a minha filha a ir aos passeios da escola, fiquei com algumas dúvidas. Tanta coisa poderia acontecer. Mas acabei por deixá-la ir a todos e, até agora, com sucesso.

Algumas vezes a deixo ir sozinha da nossa casa até à da avó – a distância é de alguns metros - acreditando nada irá acontecer. Algumas vezes a deixo fazer outras coisas sozinha, com o mesmo pensamento positivo. Outras tantas, prefiro jogar pelo seguro e não arriscar.

A questão que se coloca é a seguinte: até que ponto se distingue protecção excessiva de prevenção? Até que ponto estamos a limitar os nossos filhos, ou simplesmente a evitar possíveis situações de perigo? Até que ponto as duas se confundem?

Principalmente, tendo em conta as notícias que nos chegam todos os dias, tanto de acidentes como de raptos, homicídios, violações e outras, com maior ou menor gravidade, mas que desejamos que nunca “batam à nossa porta”!

De facto, a linha que separa a protecção em excesso da prevenção comedida é muito ténue.

Isto porque uma situação, aparentemente normal, pode não correr da melhor forma, assim como uma eventual situação de risco, pode decorrer sem incidentes.

E como, infelizmente, ainda não possuímos uma bola de cristal, nem poderes mágicos para adivinhar o futuro, e nem sempre o chamado “sexto sentido” emite sinais, ficará ao critério de cada um encontrar o limite de uma e outra, e reger-se pelo bom senso e sentido de responsabilidade, zelando pela segurança daqueles que não queremos perder!