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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

O senhor é homossexual?Activo? Então não pode dar sangue!

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Que me desculpe quem inventou mais esta forma de discriminação, porque é algo que eu, simplesmente, não compreendo!

Mais uma vez, expliquem-me como se eu fosse muito burra, por que raio os homens (e apenas homens) homossexuais, não podem doar sangue como outra pessoa qualquer?!

Em primeiro lugar, quando uma pessoa se oferece para ser dadora de sangue, perguntam à mesma a sua orientação sexual? Que eu tenha conhecimento, essa pergunta deixou de constar dos questionários escritos antes das dádivas de sangue. No entanto, continua a haver indicação no sentido de a mesma ser formulada. E isso é discriminação. A orientação sexual de cada um só a si diz respeito, e a mais ninguém.

Ah e tal "o instituto não faz qualquer discriminação em função da orientação sexual, mas sim em função da prática sexual", diz Hélder Trindade, presidente Instituto Português do Sangue e da Transplantação.

E afirma ainda que "nada é perguntado sobre a orientação sexual, mas antes sobre o comportamento sexual. O que o instituto questiona é o comportamento de risco. Tanto faz se é homo ou heterossexual.", para logo a seguir se contradizer "o dador não será excluído por se assumir homossexual, mas por praticar sexo com outros homens".

Ou seja, os homossexuais homens, podem doar sangue, sim. Mas, apenas e só, se estiverem num período de abstinência sexual! E porquê? Porque "o contacto sexual de um homem com outros homens é definido como fator de risco".

A sério? Factor de risco é qualquer prática sexual desprotegida, seja ela entre heterossexuais ou homossexuais.

Só há riscos na prática sexual entre homens? E entre mulheres, não há? E entre heterossexuais? São uma classe superior, por acaso? Imune aos riscos?

Obviamente que não!

Então isto funciona assim. Uma mulher vai doar sangue. Como é mulher, quer seja heterossexual ou lésbica, pode fazê-lo. Mesmo que tenha tido comportamentos de risco, pode fazê-lo. Mesmo que seja portadora de VIH, pode fazê-lo. O mesmo acontece com um homem que seja (ou assim o diga), heterossexual. Ou que, sendo homossexual, não tenha tido qualquer actividade sexual num determinado período de tempo. E ninguém saberá, até ser tarde demais. Porque o seu sangue pode, entretanto, ter sido utilizado.

Como diz Hélder Trindade, apesar de o sangue ser testado antes da sua utilização, "há uma janela de tempo, que é variável, em que o VIH pode não ser detetado na análise ao sangue doado".

No entanto, um homem homossexual, activo, pode não estar infectado, e o seu sangue ser totalmente seguro. Mas, segundo estes senhores, ser homem e ter sexo com homens já constitui, por si só, um factor de exclusão! 

Desculpem-me mais uma vez, mas isto é a maior estupidez. Como é que pensam comprovar o orientação e prática sexual dos dadores? Sim, porque qualquer pessoa pode dizer que é uma coisa, sendo outra! Ainda mais sabendo deste tipo de discriminação. E qualquer pessoa pode dizer que está em abstinência, não estando.

Não é preconceito?! É!

Querem garantir a qualidade e segurança das dádivas? Façam exames, análises e tudo o que se mostrar necessário para tal. Sem discriminar! É a única forma - com rigor científico, e sem preconceito. 

Assim, só estão a criar entraves desnecessários e, na prática, inúteis, à doação de sangue que, como têm vindo a constatar, é cada vez menor. Estas limitações só provocam nas pessoas visadas a revolta, o desejo de esconder a verdade, de ocultar aquilo que querem saber. Com consequências que pretendem evitar.



Ler mais: http://expresso.sapo.pt/homossexuais-so-podem-dar-sangue-se-estiverem-em-abstinencia-sexual=f922315#ixzz3YnsvAqtB9

Barrigas de Aluguer

Quando, há uns anos atrás, passou na televisão a telenovela brasileira “Barriga de Aluguer”, gerando na altura uma grande polémica, estávamos longe de imaginar que essa prática saltaria da ficção para a realidade…E que se transformaria numa opção cada vez mais válida, para todos aqueles que desejam ter filhos.

No mundo dos famosos, são vários os exemplos de actores, cantores ou jogadores de futebol, entre outros, que recorreram a este método. Desde Michael Jackson, Elton John, Ricky Martin, Sara Jessica Parker, até ao português Cristiano Ronaldo, muitos foram os que se valeram dos serviços de mulheres que decidiram alugar a sua barriga.

O motivo principal é, na maioria dos casos, a infertilidade. Mas casais homossexuais, bem como mulheres e homens solteiros, que desejam experimentar a maternidade sem a obrigatoriedade de uma relação amorosa, também se incluem na lista. Por outro lado, quero acreditar que, apesar de algumas pessoas serem bastante excêntricas e terem as suas manias, ainda não há ninguém a escolher uma barriga de aluguer por motivos estéticos!

Em Portugal, ser barriga de aluguer a título oneroso, é um crime punido, desde 2006, com pena de prisão. E aplica-se a todos os envolvidos na celebração do contrato, desde os intervenientes principais a promotores ou angariadores. Caso não envolva dinheiro, é apenas considerado nulo o contrato.

Contudo, isso não é impedimento para muitas mulheres, que vêem nestes contratos milionários, uma possibilidade de terem uma vida melhor, de escapar à crise e terem o seu futuro garantido, de forma rápida. Os preços podem ir dos 30 aos 100 mil euros. E em termos psicológicos, embora possa haver casos de mulheres que venham a sofrer problemas de depressão, existem também mulheres que encaram esta função com naturalidade, mantendo a distância necessária que a impeça de se envolver emocionalmente, como uma espécie de preparação mental.

É compreensível o desejo de ser mãe ou pai. É compreensível que se deseje um filho do nosso sangue, e daí, a não se optar pela adopção. Também não condeno quem, psicologicamente preparado e de forma legal, nos países onde é permitido, se submeta a hospedeira gestacional.

Mas como mãe (e provavelmente todas as mães dirão o mesmo), ter um ser vivo a crescer dentro de nós é das melhores sensações do mundo – há uma comunicação só nossa, estamos ligadas àquele pequeno ser desde o primeiro minuto. E isso, para mim, torna impensável, nove meses depois, uma mãe entregar o seu filho seja a quem for, como se nunca tivesse existido!