De que servem os nossos ideais se não nos permitirem dar uso a eles?
Quando alguém escolhe uma determinada profissão, como polícia, advogado, investigador, juíz, médico ou outra qualquer que esteja, de alguma forma, directa ou indirectamente, relacionada com o sentido de justiça e verdade, escolhe-a, porque acredita que pode lutar por esses ideais e dar o seu contributo.
É para isso que trabalha e dedica a sua vida, sabendo que está a fazer o que é certo, o que é correcto. Mas, muitas vezes, os nossos ideais de nada nos servem.
Muits vezes, ficamos de pés e mãos atadas, porque existem forças mais importantes que os nossos ideais. Para as quais, esses ideais, servem para pisar por cima e pôr no lixo.
O que fazer, então, nesses momentos em que percebemos que, para manter o nosso trabalho e fazer aquilo que gostamos, temos que ignorar o que está bem diante dos nossos olhos, e compactuar com o oposto daquilo pelo qual lutamos?
Quando de nada adianta saber a verdade, se a nossa vida depende de a ocultarmos ou não?
Quando o nosso trabalho deixar de nos dar prazer, para apenas nos causar angústia, vergonha, impotência?
Quando não podemos dar uso aos nossos ideais, e somos obrigados a fechá-los numa gaveta?
Para alguns, para quem a situação se torna insustentável, a resposta é simples...
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(inspirado na série La Victima Número 8, da Netflix)