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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

No que respeita a profissionalismo e ética os pormenores também contam

A imagem pode conter: gato e interiores

 

Imaginem que vão fazer um qualquer exame e, quando o recebem, se vêem identificados com um nome diferente.

Diferente, porque ele não corresponde exactamente ao vosso nome, mas a uma característica vossa.

Do género "fulano teimoso", "fulana birrenta", e por aí fora.

Claro que, se fosse pela positiva, até nos agradaria mas, e se fosse pela negativa?

 

Quando recebi a ecografia da nossa gata, ela vinha identificada de uma forma surreal "Becas Agressiva". Não apenas Becas, ou Becas Maria.

Portanto, deduzo que no hospital onde foi tratada, era assim que a apelidavam, quando falavam dela.

Porquê "agressiva"?

Porque não deixou os médicos fazerem exames sem reclamar?

Porque não queria que lhe tocasse e fizessem "maldades"?

Quando ela era pequena, e esteve lá internada, roeu os fios todos que tinha ligados a ela, e nem por isso deixou de ser a Becas.

Estou certa de que não será a primeira, nem a última gata, e o mesmo para cães, a não gostar de idas ao veterinário e a mostrar a sua raça!

Como será que apelidarão os outros, então?

 

Sim, é apenas um pormenor.

E o que importa é que a tenham tratado bem (o que uma pessoa começa a desconfiar ao ver isto) e ela tenha ficado boa.

Mas é um pormenor que demonstra falta de profissionalismo e de ética da parte que quem decidiu identificá-la dessa forma.

Não sou muito de reclamar, mas caiu-me mal, e enviei email à médica a demonstrar o meu desagrado.

Pediu desculpa, em nome de toda a equipa. Concordou comigo (ou assim foi obrigada dadas as circunstâncias, e a iminência de perder um cliente).

Explicou que o sistema não aceitava um nome repetido na base da dados, embora não fosse justificação. 

Pois não. Poderiam ter posto, por exemplo, Becas cinzenta, Becas cauda riscas, Becas olhos verdes.

 

Enfim...

Espero que a minha chamada de atenção evite que outros donos venham a sentir o mesmo que eu, uma certa discriminação por parte de quem deveria tratar todos os animais da mesma forma, e escolheu dedicar a sua vida aos mesmos.

 

 

 

E se acontecesse com os nossos filhos?

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Estreou na Netflix uma série documental sobre Madeleine McCann, intitulada "O Desaparecimento de Madeleine McCann".

 

 

 

 

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No primeiro episódio, explicavam porque é que, entre tantos casos de crianças desaparecidas diariamente, se deu tanta importância a este em específico, a ponto de ter tido impacto a nível mundial, fazendo correr muita tinta pela imprensa fora, e angariando a empatia e solidariedade de tanta gente, pela situação ocorrida: porque era algo com que as pessoas se identificavam, era algo que as pessoas pensavam "podia ter sido com o(a) meu(minha) filho(a)".

 

 

 

 

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E se, de facto, acontecesse com os nossos filhos?

 

E não, não podemos dizer que connosco nunca tal aconteceria, porque nunca iríamos deixar os nossos filhos num quarto, sozinhos, enquanto íamos jantar fora com uns amigos, ainda que fosse relativamente perto, e que lá dessemos um saltinho a cada meia hora.

Porque isso, apesar de errado, foi uma mera circunstância.

 

 

Quem nunca deixou um filho sozinho em casa, poque teve mesmo que sair e era ali perto, e não ia haver mal nenhum?

Quem nunca foi ali "num pé e voltou no outro", a casa de uma vizinha, e até familiar que viva a poucos metros, enquanto a criança estava entretida a brincar, ou dormia?

Quem nunca foi com os filhos às compras, ou qualquer actividade lúdica, e desviou as atenções deles por momentos?

Ou outras situações do género?

 

 

Fomos irresponsáveis por isso?

Talvez... Não o deveríamos, mas há certas coisas que não podemos prever, e nem sequer imaginamos. De qualquer forma, a responsabilidade é nossa, e não nos podemos ilibar dela. Vai acompanhar-nos daí em diante, e massacrar-nos a cada minuto que passa, sem os nossos filhos de volta, e até mesmo depois do regresso, ou da descoberta da verdade, na pior das hipóteses.

 

Se somos culpados?

Partindo do princípio de que se tratou, de facto, de um rapto por terceiros, a culpa é dessas pessoas. Não nossa.

 

 

No caso dos pais da Maddie, eles aparentam uma postura fria, seca, sem emoções que, para além de outras circunstâncias, os tornaram suspeitos de que teriam algo a ver com este desaparecimento.

Se fosse eu, acho que estaria algures entre o desesperada, chorosa, determinada, revoltada, esmagada pelo peso da culpa que, ainda que não fosse minha, sentiria na mesma.

Provavelmente, frustrada com toda a forma como estes casos são tratados pelas autoridades numa fase inicial que é, quase sempre, fundamental e crucial para se conseguir as melhores pistas.

O tempo que leva até que comecem a agir, e considerar que houve, de facto, um desaparecimento suspeito que é preciso investigar, é o tempo que pode levar uma criança desaparecer sem deixar rasto.

Depois, quando começam a dar real importância ao caso, e a investigar a sério, muitas vezes já é tarde demais.

 

 

Em casos como estes, penso que o mais difícil para os pais, é a incerteza, a dúvida, o não saber se o filho está vivo ou morto, se está bem ou em sofrimento, o que fizeram com ele, onde estará? Sobretudo quando se passam tantos anos, como é o caso.

E o porquê? Porquê o nosso filho?

 

 

Relembrando também o caso português do Rui Pedro, penso que estaria mais como a mãe dele, do que como a Kate McCann. Provavelmente, a enlouquecer a cada dia. Mas cada pessoa tem a sua forma muito própria de reagir às adversidades, sem que isso a faça menos sofrida, ou a caracterize como pessoa incapaz de sentir amor pelos filhos, ou dor pela perda.

 

 

No entanto, se no caso Rui Pedro, apesar de não se saber o que aconteceu, parece não haver grandes dúvidas de que os pais nada têm a ver com o seu desaparecimento, no caso Maddie, não consigo deixar de considerar estranhas todas as circustâncias que envolveram o desaparecimento.

Terão vindo de férias a Portugal inocentemente, ou já com algo planeado?

Estará todo o grupo envolvido, e a protegerem-se entre si?

Terão simulado aquelas visitas de vigilância, para terem um álibi ou mostrar um comportamento cuidadoso, apesar da aparente negligência?

Terão inventado avistamentos para induzir as investigações nas pistas erradas, desviando-as do caminho do crime, e ganhando tempo?  

Estarão os pais, de facto, inocentes?

Perguntas para as quais nenhum de nós, algum dia, saberá a resposta...

 

Dos textos que escrevemos...

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Muitas vezes, não é uma questão de ser um bom texto, ou de estar bem escrito, ou bem estruturado.

De falar de um tema importante, ou polémico.

De fazer uma profunda reflexão ou análise sobre algo.

 

 

É uma questão de, esse texto que escrevemos, chegar às pessoas.

De estas se identificarem com as palavras que estão a ler, por mais simples e banais que sejam!

Expliquem-me como se eu fosse muito burra!

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Ontem, para ir ao cinema, apanhámos o autocarro para Lisboa.

Tendo a minha filha 13 anos, perguntei se já pagava bilhete inteiro. A motorista confirmou que sim, com essa idade, já paga um bilhete inteiro mas, como é férias da Páscoa, a empresa tem a promoção que permite aos estudantes pagar meio bilhete. Por isso, foi meio bilhete que ela pagou. Sem stress, tendo a motorista sido muito simpática e atenciosa.

 

Também no cinema, paga o bilhete estudante em vez do normal. Sem stress.

 

À vinda, ela pediu meio bilhete. O motorista tirou, mas perguntou se ela tinha documento de identificação com ela. Por acaso eu tinha-o comigo, e já ia tirar quando ele me diz que não precisava de mostrar, era só para o caso de aparecer o fiscal.

Perguntei eu "então mas ela mesmo tendo 13 anos, não está abrangida pela campanha da Páscoa?".

Respondeu o motorista "sim, sim, mas tem que ter o documento de identificação com ela, senão paga bilhete inteiro".

 

 

Agora, expliquem-me como se eu fosse muito burra, porque depois de toda esta explicação, continuo sem perceber o que uma coisa tem a ver com outra.

Partindo do princípio que o dito "documento de identificação" é o cartão de cidadão, o que é que o mesmo prova? Que ela tem 13 anos. 

Estariam por acaso a pensar que ela seria uma adulta disfarçada de criança? É que mesmo com 18 anos, ainda poderia ser estudante! E no cartão de cidadão não diz que ela está a estudar. Ainda se pedisse o cartão de estudante, aí compreendia. Assim, não consigo perceber.

É que nem no cinema pediram nada disso.

 

De qualquer forma, fiscais é algo que não vejo há décadas nestes autocarros. Não sei para quê tanta conversa fiada.

 

As "Violettas" deste mundo

 Y vuelvo a despertar En mi mundo Siendo lo que soy...

 

Gosto de ver a série, gosto da maior parte das músicas, e vibrei com o concerto no Meo Arena.

E tudo isto, graças à minha filha, que desde que a série começou, ficou fã, assim como milhares de crianças por esse mundo fora.

Sim, por vezes é necessário refrear um pouco a febre, pelo bem da minha carteira, da minha saude mental e do sucesso escolar dela! 

Mas é um facto que a Disney apostou forte, e transformou Violetta num verdadeiro caso de popularidade tal como o fez, outrora, com outros jovens, que se tornaram artistas de sucesso.

No entanto, na opinião da psicóloga Cristina Sá Carvalho, a influência destes fenómenos sobre as crianças não é muito saudável, dando como exemplo o fenómeno Hanna Montana que deu uma reviravolta na sua carreira e se transformou numa Miley Cyrus permanentemente envolvida em polémicas.

Defende Cristina Sá Carvalho que as crianças precisam de outro tipo de liderança, e de se identificarem com o pai e com a mãe, e não com as "Violettas" deste mundo, advertindo que “Um dia as Hannas Montanas transformam-se em Miley Cyrus”.

Eu não vejo as coisas por esse prisma.

Qual é o mal de as crianças se identificarem com os seus fãs, ainda que sejam imagens fabricadas, que podem não corresponder à realidade? 

Sempre assim foi! Só porque uma criança ou adolescente foi fã da Hanna Montana, não significa que agora vá andar por aí com a língua de fora e a mostrar o corpo. Só porque um rapaz é fã do Justin Bieber, não vai andar por aí a agir como ele. Não é por ter sido fã da Britney Spears vai cometer as mesmas loucuras que ela. 

Além disso, a influência pode ser positiva. E não tem necessariamente de interferir com o papel da família e dos progenitores. O facto de a minha filha gostar de cantar e dançar as músicas da Violetta, e entreter-se com isso, é benéfico. Faz uma coisa que gosta e ainda vai aprendendo espanhol! E na série também vai observando alguns princípios que já conhece e que aprendeu com os pais, mas que não lhe fazem mal nenhum ver, como o valor da amizade, a confiança, o quão errado é mentir ou esconder coisas dos pais e amigos, etc.

Por essa lógica, as crianças nunca deveriam acreditar no Pai Natal, porque um dia se transformará no nosso avô, nem na Fada dos Dentes, que um dia se transformará na nossa mãe, nem em nenhum outro artista ou personagem mundialmente famoso que, por um motivo ou outro, se transformou noutra pessoa!

E também é certo que, muitas vezes, é preferível identificarem-se mais com determinadas personagens, do que com certas mães e certos pais que conhecemos, e que nem assim merecem ser chamados. 

Goste-se ou não, estes fenómenos vão continuar a existir, e todos nós, crianças ou adultos, em algum momento da nossa vida, nos poderemos sentir identificados com as personagens que eles criam.

Por isso, que venham as "Violettas" deste mundo, porque chegará o dia em que as nossas crianças crescerão, e serão elas próprias, independentemente das modas que lhes impuserem!