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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Sabemos, realmente, o que queremos para nós?

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Tantas vezes "acusamos" os outros de não saberem o que querem para as suas vidas.

Mas, e nós? Sabemos sempre, realmente, o que queremos para nós?

 

Não teremos, também nós, os nossos momentos de incertezas?

De indecisões?

De dúvidas?

 

Quantas vezes, as nossas certezas não se transformam em incertezas?

Quantas vezes, as nossas resoluções, convictas, não caem por terra?

Quantas vezes, o nosso coração não leva a melhor sobre a mente?

Quantas vezes, as indecisões dos que nos rodeiam, não acabam por afectar as nossas decisões, quando já as dávamos como mais que certas?

 

Isso aconteceria se soubéssemos, verdadeiramente, o que queremos para nós?

Ou apenas porque, também nós, não o sabemos?

Porque deixámos de saber a meio do caminho?

Ou, talvez porque, nesse percurso, passámos a querer outra coisa? 

 

Ou, quem sabe, porque percebemos que aquilo que queremos não é o melhor para nós e, por isso, hesitamos?

Entre fazer o mais certo, ou ceder à nossa vontade?

Entre protegermo-nos, ou entregarmo-nos, sabendo que pode não vir, daí, nada de bom?

 

Por outro lado, não raras vezes, preocupamo-nos tanto em querer o melhor para os outros, em ajudar os outros, que nem percebemos que, se calhar, com isso, estamos a descurarmo-nos, a prejudicarmo-nos a nós mesmos.

Estamos tão empenhados em querer que os outros se mantenham à superfície, que nem percebemos que, com isso, nos estamos, nós mesmos, a perder forças, e a afundar aos poucos. 

 

E, enquanto isso, quem nos ajuda, e cuida de nós?

Se não nos colocarmos, a nós mesmos, em primeiro lugar?

Se não nos dermos prioridade?

Chegou Setembro

Setembro – O mês do regresso! – MaisOpinião

 

Chegou, num ápice, um daqueles meses que mais divide as pessoas: as que o adoram, e as que o detestam.

Chegou Setembro.

E, com ele, uma infinidade de dúvidas. De incertezas. De "ses".

 

Com a chegada de Setembro, chega também o outono.

O regresso ao trabalho da maioria de nós.

O regresso às aulas para os estudantes.

 

E tudo isso em cenário de pandemia, que está longe de nos deixar, e ameaça até voltar a trocar-nos as voltas.

Num país que não me parece disposto a recuar, face a um possível aumento de casos, parece-me que a solução será aprender a conviver com esse aumento, tentar fintar o vírus para que não nos bata à porta e esperar que a situação não descambe.

 

Há quem veja este mês como um recomeço.

Não me parece que vá ser um bom recomeço. Nem prevejo que as coisas se tornem mais fáceis daqui em diante.

Se, noutros anos, setembro já não me agradava, este ano, ainda menos me inspira.

Quando o entusiasmo inicial se transforma em dúvida

 

Sabem aquela sensação que muitas vezes experimentamos, depois do entusiasmo inicial, quando voltamos a pousar os pés na Terra? É assim que eu me sinto!

Mas, vamos lá começar do início, senão ainda começam a pensar, tal como o meu pai teve a gentileza de me perguntar, que eu não estou bem psicologicamente!

Tudo começou no dia da Corrida da Criança. Andávamos à procura da tenda das pinturas faciais e encontrámos, por mero acaso, uma tenda de uma agência de modelos. Pensei que a ideia era maquilhar as crianças ali mesmo e simular uma sessão fotográfica, só para se divertirem, mas não. Além de uma fotografia, o que faziam era ficar com os contactos de quem estivesse interessado, para depois chamarem para um casting na agência. 

Eu ainda disse "ah, não vale a pena", mas o meu marido incentivou e a minha filha também quis, por isso, vamos lá. Foi, então, chamada para o casting, em Lisboa.

A agência é a Space Milan Models. Não conhecia, nunca tinha ouvido falar, mas fui ver o site oficial e a página do facebook, e pareceu-me credível. Tanto pelos trabalhos que lá apresentam, como pelos agenciados e formadores conhecidos (Cláudio Ramos, Pedro Crispim, FF, Raquel Prates e muitos outros), e pelos parceiros que têm. 

Consegui combinar o casting para um dia em que o meu marido podia ir connosco e lá fomos. Para a Inês, seria uma experiência, e ficasse por ali, tudo bem. Não ia com expectativas, mas já tinha ouvido dizer que algumas pessoas foram chamadas para lhes apresentarem formações caríssimas.

O meu pai, logo aí, alertou-me para o facto de irmos expôr a Inês, de irmos dar os dados dela a pessoas que não conhecemos de lado nenhum, que podia ser tudo um esquema. Eu também tenho algum receio mas, como disse, não é assim uma empresa tão desconhecida e pareceu-me que é profissional.

No dia do casting, a directora de casting, Celina Machado, pareceu-me uma senhora excepcional, até mesmo na forma como conversou com a Inês e a pôs à vontade, à forma como nos explicou tudo, como lhe explicou como as coisas funcionavam. Como não ignorou os pontos mais fracos mas elogiou aquilo que ela tinha de melhor, e como se poderia contornar ou solucionar o restante. 

Ninguém fez promessas. A minha filha passou no casting e ficou agenciada. Mas isso acontece, provavelmente, a quase todas as crianças. E lá veio, então, a proposta de formação, pela quantia de 700 euros, que ficou imediatamente de parte.

A outra proposta era fazer um book, que consiste em duas sessões - uma teórica e a sessão fotográfica propriamente dita - por 200 euros, e que já é algo que se poderá mostrar a possíveis clientes, que poderão ser de várias áreas, desde catálogos de roupa, publicidade, televisão, teatro, etc.

Naquele momento, tendo em conta o feedback positivo em relação ao potencial da minha filha, achei que valia a pena o esforço, e paguei então o book.

No entanto, mal saí porta fora, fiquei com aquela sensação "já me enrolaram em grande estilo!". Sim, não houve promessas. Mas até que ponto, aquilo que foi dito à minha filha, não o é também às outras crianças e pais, só para que nos sintamos tentados a investir? 

Quantos daqueles pais que lá estavam naquele dia pagaram por alguma destas propostas? Tenho quase a certeza que, para muitos, tudo ficou por ali. Mas poderá ter havido quem, como eu, tenha investido na formação ou no book.

Mas, enfim, nem tudo é mau. Mesmo que o book não venha a servir para nada, vai ser uma recordação para a Inês, ter ali umas fotografias suas tiradas por profissionais. Isto, porque quero acreditar que, de facto, é uma agência séria e credível.

Acontece que, por azar, nos dois dias que temos que lá voltar, o meu marido está a trabalhar e não tem forma alguma de ir connosco, o que significa ter que ir eu com a minha filha sozinhas para Lisboa, e não me agrada nada.

E não ajuda o meu pai estar a converter-me numa mãe irresponsável que não se encontra no seu perfeito juízo, ao ponto de me perguntar se eu me sinto psicologicamente bem para concordar com esse absurdo! Ir com uma criança de 11 anos para Lisboa, para lhe tirarem fotografias, com tudo o que se houve sobre redes de pedofilia e tráfico de crianças.

Obrigadinha! Eu sei de tudo isso. Mas quero acreditar que não é esse o caso. E quem me dera que fosse tudo feito aqui em Mafra mas, infelizmente, estas agências estão todas nas cidades. E até queria que ele fosse acompanhar-nos, mas nem cheguei a pedir porque em conversa com a neta ele disse logo que não ia. 

Também sei que ela só tem 11 anos, mas vemos crianças ainda mais novas nas revistas e na televisão. E sei que ela tem que estudar, mas se (e isto é mesmo o se, porque ninguém disse que ia ser chamada para fazer alguma coisa) ela eventualmente for chamada para algum trabalho, sou eu que decido se ela fará ou não. E se ganhar algum dinheirito, pode juntar às poupanças dela, ou para alguma coisa que ela venha a precisar.

Por isso, estou aqui sem saber se devo dar ouvidos a quem me incentiva a ir, ou a quem considera tudo isto um risco desnecessário. Como se não bastassem já os meus receios e dúvidas.

Alguém por aí conhece a agência ou sabe minimamente como estas coisas funcionam, que me ajude a dissipar todas estas incertezas que pairam por aqui?

Ou deve ser urgentemente decretado o meu internamento compulsivo?