A segurança está dentro de nós, e não nos outros!
Soube esta semana, que o cantor Armando Gama tinha sido detido, acusado de violência doméstica pela companheira, 34 anos mais nova que ele.
"A mulher do artista denunciou o clima de coação psicológica a que Armando Gama alegadamente a sujeitava, não a deixando arranjar emprego ou relacionar-se com os amigos. Também há denúncias de alegadas agressões físicas, na presença da criança."
Antigamente, as mulheres preferiam homens mais velhos porque, diziam elas, ofereciam mais segurança, para além de uma maior maturidade.
Hoje, os tempos são outros e, é vê-las, mais velhas, a preferir rapazes novos, que lhes saibam dar valor, que mostrem que, apesar da idade, ainda são desejadas e apetecidas pelos mais jovens.
Já os homens, sempre tiveram a tendência a manter relações com mulheres mais novas. Noutras épocas, por tradição, pela regra ditada na altura, dentro da sociedade em que viviam.
Hoje, porque querem sentir-se novamente jovens, e saber que as mulheres mais novas ainda estão ali aos seus pés, mesmo quando as mais velhas já não mostram qualquer interesse.
No fundo, tudo se resume a optar por relações em que sintam segurança, que lhes elevem a autoestima, que os façam sentir, a eles, uns D. Juans e, a elas, as poderosas.
Mas, depois, com essa diferença de idades, acabam por vir à tona, mais cedo ou mais tarde, as incompatibilidades, as consequências.
Um homem que tem uma mulher mais nova ao seu lado deveria sentir-se, inicialmente, bem, mas acaba por meter na cabeça que, sendo mais nova, vai acabar por o trair com alguém da mesma idade. Torna-se inseguro, desconfiado. Vai começar a querer controlar a vida da companheira, a limitá-la, a sufocá-la e, em último caso, chegamos à violência doméstica.
Da mesma forma, se essas mulheres mais novas procuravam segurança e maturidade, acabam por encontrar precisamente o oposto, nos homens com quem estão.
E o mesmo no caso das mulheres, com rapazes mais novos. Também se podem tornar possessivas, controladoras, manipuladoras, arruinando as relações.
Porque a verdade é apenas uma: não adianta procurar nos outros, aquilo que nós próprios não temos!
Se não somos pessoas seguras, se não prezamos o respeito, se não confiamos, se não temos uma boa autoestima, se não acreditamos em nós, se não nos sentimos bem com a pessoa que somos, com o nosso corpo, com a nossa forma de estar na vida, não serão os outros a dar-nos isso.
E depender dos outros para nos dar aquilo que não conseguimos encontrar dentro de nós, só nos fará mais mal, que bem. Porque essa dependência será, por certo, usada contra nós, quando menos o esperarmos.