Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Expliquem-me!

(se for preciso, com um desenho)

Hmm.png

 

A popósito desta notícia

 

 

Porque estou com dificuldade em entender. 

Portanto, é criada uma escola privada de raparigas. Que, suponho, seja apenas para meninas. Ou não haveria necessidade de especificar.

Nessa mesma escola, tendo em conta que é para raparigas, é suposto matricularem-se só meninas. Ou deveria.

 

Ora, em pleno século XXI, isto já não se usa.

Isso é coisa do tempo dos nossos pais, ou avós.

Agora, há escolas mistas.

Que dão para toda a gente.

 

Por isso, não compreendo o é que as ditas alunas, que não se identificam como meninas, estão a fazer, precisamente, numa escola que é para meninas.

Não deveriam, em primeiro lugar, indignar-se com quem criou a escola?

Com os pais, que as puseram lá a estudar?

Não!

Está tudo bem.

 

Só não está bem quando uma professora, contratada para uma escola só de meninas, onde é suposto estudarem só meninas, sauda as suas alunas com um "Bom dia, meninas"!

Isso é que não pode ser.

A professora cometeu um erro imperdoável, com direito a queixa à directora da escola, processo disciplinar e condenada a um pedido de desculpas e à não renovação do contrato de trabalho.

Ah, e com direito a protestos, por parte das ditas alunas, com cartazes a dizer "vidas trans importam".

Não sei o que/ quem está pior em toda esta situação. 

Se as alunas, que não souberam (ou não quiseram) conversar e explicar o seu ponto de vista à professora.

Se a directora que, apesar de tentar resolver a situação, ainda assim penaliza a professora.

Ou os pais destas alunas, que gastam balúrdios para as suas crias estudarem numa escola de raparigas, quando elas nem se identificam como tal, e ainda são coniventes com todo este escarcéu desnecessário (e mais uma vez se prova que dinheiro não compra nem confere educação).

 

Faz sentido?

Para mim, não!

 

Mas, também, cada vez menos coisas me fazem sentido, nestes tempos que correm.

Tempos modernos. E insanos...

Noé - o filme

Resultado de imagem para noé filme

 

Na altura em que estreou no cinema, fiquei muito tentada a ver.

Depois, quando deu na televisão a primeira vez, apanhei um bocadinho, e não me inspirou, até porque era enorme. Este domingo, acabei por vê-lo.

 

Desde pequena que fiquei a conhecer diversas histórias que vêm na Bíblia, e esta é logo uma das primeiras, que não deixa ninguém indiferente: a famosa Arca de Noé, onde foram preservados um casal de animais de cada uma das espécies, enquanto Deus inundava a Terra com um enorme dilúvio. Depois de parar de chover, enviaram um pássaro para determinar quando poderiam voltar a sair da arca. Se não estou em erro, o pássaro foi e voltou duas vezes, sem nada. À terceira, voltou com um ramo no bico. E por último, não voltou. Foi quando perceberam que poderiam sair da arca, e voltar a terra firme. Há ainda a parte do arco-íris que surge no céu, e que simboliza a aliança de Deus com o Homem.

 

Li várias vezes estas histórias, nas Bíblias para crianças que me ofereceram em pequena. Na altura, gostava de lê-las. Hoje, ao recordar-me delas, apercebo-me que, a serem verdadeiras, mostravam um povo que levava a sua fé e crença em Deus a extremos e, até, a um certo fanatismo.

 

Sempre me ensinaram que Deus é amor, e que é justo. Sempre duvidei da sua existência. Não consigo perceber onde é que esse Deus encaixa num mundo em que tantos inocentes sofrem as maiores atrocidades, enquanto os "maus" permanecem impunes. 

 

Neste filme, um dos descendentes de Caim, que representa o mal, afirma: "Deus criou o Homem à sua imagem. Ele não é diferente de nós. Nós somos o reflexo dele."

Não teria ele uma certa razão? Como poderia um Deus bondoso matar? Ou mandar matar? Sim porque, por exemplo, na história de Abraão, depois de supostamente lhe ter dado o seu filho Isaque mandou, em seguida, matá-lo como sacrifício para pôr à prova a sua fé em Deus. Que Deus é este que condena à morte quem tem o mal dentro se si, quando ele próprio incita a cometer actos como este?

 

Por outro lado, Noé dizia à sua mulher, tentando justificar a sua decisão de nem eles próprios entrarem na arca e se salvarem "Todos temos o mal dentro de nós. Não poderemos ser salvos."

Mais uma verdade! 

Por muito bons que sejamos, há sempre algo que nos pode corromper. Haverá sempre algo capaz de nos levar a cometer actos de maldade, nem que seja para defender-nos e aos nossos.

 

No caso concreto do filme, no que era Noé diferente daqueles que estavam agora a ser condenados pela justiça divina?

Noé não hesitou em deixar morrer uma jovem, que nada tinha a ver com estas guerras, para se salvar a si e ao filho. Noé não hesitou em declarar a sentença de morte para toda a família, incluindo as próprias netas, que quase matou com as suas próprias mãos, por achar que era o que Deus queria. Onde é que está aqui a bondade, o amor?

E o que conseguiu com isso? Conseguiu que todos se revoltassem contra si. Conseguiu que um dos seus filhos se passasse para o lado dos "vilões", contra o próprio pai, por não perceber que moral tinha o pai para condenar os outros, quando se estava a tornar igual.

 

Ainda a respeito do filme, estava à espera de melhor. É muito tempo de filme, para uma história tão pequena. Há partes que não batem certo com aquilo que se conta, e que levantam algumas incongruências e questões:

- Na história do filme, Noé e o pai parecem viver sozinhos. Quando o pai morre, sendo Noé ainda criança, como é que ele sobreviveu sozinho todos aqueles anos, até à idade adulta?

- No filme, o que a história dá a entender é que havia apenas a família de Noé, do lado do "Bem", e todos os restantes do lado do "Mal". Seria mesmo assim?

- No filme, não há um limite para a entrada dos animais. No entanto, se formos pesquisar, há diversas versões de imposição de quantidade de animais de cada espécie. A ser assim, porque teriam de morrer todos os outros?

- A própria construção da arca suscita dúvidas. Conseguiria uma arca como aquela, construída unicamente de madeira, como pareceu, manter-se intacta com todos aqueles animais dentro?

- Como era possível haver lume dentro da arca, sem a incendiar?