Quando duas peças parecem não encaixar
(A propósito do Dia Mundial do Puzzle)
É fácil dizer "se tentarmos, se fizermos um esforço, se nos decidarmos a isso, se realmente for isso que queremos, conseguimos".
Não é bem assim.
Simplesmente, há peças que encaixam, e outras que não.
Tentar encaixar duas peças de um puzzle, que já percebemos que não podem ser encaixadas, é negar o evidente, e ignorar o óbvio.
Claro que podemos insistir. Forçar. Mas de que adianta? Elas continuarão sem encaixar. Com sorte, ainda acabam por ficar danificadas.
Ou, então, podemos sempre tentar moldá-las para que se ajustem. Tirar um bocadinho daqui. Acrescentar um bocadinho dali.
Mas, para quê? Por pura teimosia?
As peças deixam de ser o que são, perdem uma parte de si, ganham outra que não faz parte de si, só para se encaixarem?
E, ainda que encaixando, será que farão sentido?
Então, talvez se deva, em vez de insistir em encaixar duas peças que, simplesmente, por mais que se tente, não encaixam, procurar a peça certa.
Porque ela estará algures por aí. Pode é demorar mais tempo a encontrá-la.