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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A institucionalização e a comunidade

 

Uma criança/ jovem que chega a uma instituição já se sente, à partida, excluída ou marginalizada, relativamente a outras crianças. É um ser fragilizado, com baixa auto-estima, dependente, sem planos para o futuro ou um projecto de vida.

É, por isso, necessário um trabalho árduo mas, acredito, muito gratificante para quem o faz, no sentido de garantir e proporcionar, não só os cuidados básicos de alojamento, alimentação, higiene, saúde e educação, mas também o reforço da auto-estima com a valorização dos aspectos positivos, bem como o desenvolvimento de uma autonomização gradual.

Além da promoção do contacto e envolvimento da família durante a institucionalização, é através da interacção e utilização de vários recursos da comunidade que se criam oportunidades para estas crianças/ jovens socializarem e conviverem, construindo, por exemplo, relações interpessoais fora da instituição.

Embora inicialmente estes estabelecimentos se localizassem, estrategicamente, na periferia dos núcleos urbanos, afastando as crianças/ jovens tanto da família de origem como da comunidade, dificultando a reinserção, hoje em dia há uma maior abertura e interacção com a comunidade local. 

As instituições podem também preparar os jovens para a sua independência, apoiando-os, de diversas formas, no processo de saída e eventual retorno à sua casa ou na sua inserção no mundo laboral.

Embora haja uma imagem depreciativa do acolhimento institucional, alimentada quer pelos utentes quer pelos próprios profissionais que lá trabalham, e haja provavelmente discriminação das crianças/ jovens que passaram por este processo, a verdade é que há igualmente testemunhos bastante positivos de quem lá esteve, e agora se sente realizado e feliz por ter tido o apoio (a todos os níveis) que encontrou nestas estruturas e que, de outra forma, nunca teria tido.