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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Publicidade encomendada? Não, obrigada!

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Já por aqui tenho lido relatos de bloggers a quem determinadas empresas contactam, com o propósito de publicitarem determinados produtos, ainda que em nada estejam relacionados com o conteúdo do blog, e na maioria das vezes, para mera publicidade (positiva, claro) sem sequer poderem experimentar primeiro os produtos em causa.

 

 

No meu caso, tenho vindo a receber propostas de artigos de instituições/ associações, cujas causas até estão, de certa forma, relacionadas com alguns textos que partilho.

Mas a intenção é a mesma: falar de algo que não conheço, publicitando serviços e instituições, só porque sim.  

 

 

Da primeira vez, em resposta, expliquei que não tinha por hábito escrever esse tipo de artigos mas sugeri, em contrapartida, fazer entrevista para a rubrica "À Conversa Com...", onde a própria instituição poderia explicar quem era, o que fazia, o que tinha a oferecer, como funcionava e, ao mesmo tempo, falar sobre a causa em questão.

Pensei que não alinhariam nisso mas, para minha surpresa, aceitaram fazer a entrevista, ainda que com a preocupação de, algures na mesma, haver um link para a dita instituição.

 

 

As questões para a entrevista foram enviadas há mais de um mês. Ainda não tive qualquer resposta!

Provavelmente, não esperavam ter tanto trabalho. Ou talvez não lhes convenha responder às questões.

Não sei...

 

 

Tempos depois, uma nova proposta do género. Confesso que ainda não respondi.

A verdade é que, se a intenção for apenas publicidade encomendada, a minha resposta será sempre "não, obrigada!".

E não me apetece estar a ter trabalho a elaborar uma entrevista que nunca será respondida.

 

Esta moda das angariações de fundos nos aniversários

 

"Marta, o teu aniversário está a chegar!
Cria uma angariação de fundos para apoiares uma causa importante para ti e vamos tratar de processar os donativos sem aplicar taxas."
 
 
 
 
Não é que não goste, ou seja contra a ideia mas...
Desde que o facebook permitiu esta funcionalidade, vêem-se angariações de fundos para tudo e mais alguma coisa, seja para associações, instituições ou, até, causas pessoais.
Solidariedade à distância de um click, sem incómodos, sem preocupações, sem sair do lugar (só não digo sem mexer um dedo, porque precisamos deles para escolher a causa e iniciar a angariação).
 
 
E eu, até poderia servir-me desta ferramenta para angariar verbas para alguma associação de protecção animal. Sim porque, a não ser que estivesse mesmo a precisar, e não tivesse qualquer outra hipótese, não o faria por causas pessoais.
Mas, mesmo sabendo que qualquer "desculpa" ou momento especial da nossa vida é válido para se ajudar o próximo, incluindo o nosso aniversário, não consigo simpatizar com esta funcionalidade.
 
 
Alguém por aí já utilizou esta forma de angariação de fundos? Como correu a experiência?

Exposição de Presépios em Mafra

Já é Natal em Mafra!

Das árvores iluminadas, e toda a decoração das ruas, à música natalícia, do presépio à casinha do Pai Natal, do mercadinho ao carrocel e, este ano, com a novíssima Pista de Gelo que fará as delícias de todos, o Natal chegou à vila para ficar até ao dia 23 de dezembro.

 

 

Mas o destaque de hoje vai para a exposição de presépios, criados por várias escolas, associações e instituições do concelho, que poderá ser apreciada no Largo Coronel Brito Gorjão.

De qual gostam mais?!

 

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Lion - A Longa Estrada Para Casa

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Vi no fim de semana este filme,por insistência do meu marido, que já tinha visto uma parte e achou que o filme era bom.

Sei que, por ocasião dos Óscares de 2017, era um dos candidatos e reuniu várias críticas, algumas positivas, mas não me lembrava já do que se tinha falado ao certo sobre ele.

 

Na primeira parte do filme, foi possível constatar a miséria, a pobreza, as más condições em que vivia aquele povo, a forma como tinham que se desenrascar para sobreviver. Ainda assim, em família, o pouco que tinham era partilhado. Havia amor, havia união.

Quando Saroo é levado para Calcutá, voltamos a ver mais miséria, a forma como vivem os sem abrigo, muitas crianças nas ruas obrigadas a sobreviver a traficantes, pedófilos, e à própria polícia mas, ainda assim, na sua pobreza, solidários com aqueles que encontram em condições semelhantes.

Ali, todas aquelas crianças estavam em risco. E se, por cá, temos instituições e casas de acolhimento para estas crianças e jovens (ainda que algumas sejam pouco recomendáveis), duvidei que por ali houvesse algo do género.

No entanto, até havia! Mas o objectivo, por muito nobre que fosse tendo em conta o local e as condições, assemelhava-se mais a uma prisão, em que as crianças eram maltratadas e vítimas de abusos, pelo que acabamos por ficar na dúvida se teria sido preferível Saroo continuar nas ruas, ou ter sido levado para tal abrigo.

Destaco a assistente social que, ao contrário daquilo que poderíamos estar à espera - uma carrasca e sem coração - era a única pessoa decente, que viu que Saroo não poderia ficar ali muito tempo na instituição. Pena que as restantes crianças não tenham tido a mesma sorte.

E, assim, Saroo é adotado por uma família australiana, cheia de amor para lhe dar, e que acabou por ser a sua salvação. À semelhança do que fizeram com Saroo, adoptaram mais tarde outro menino indiano - Mantosh, mas este com marcas muito mais profundas, que lhe valeram o desenvolvimento de problemas mentais. E por aí percebemos que nem todas as adopções correm da melhor forma, e nem todas as crianças são iguais.

Mas estas duas adopções foram gestos de amor, de generosidade - abdicar de ter os próprios filhos, para dar uma vida melhor a crianças que mais precisam.

 

 

E saltamos agora para a segunda parte, em que ambos são adultos, para chegar a uma conclusão - embora seja dada a mesma oportunidade a duas pessoas diferentes, haverá sempre aquela que aproveita e tira partido dessa oportunidade, e aquela que a desperdiça e deita no lixo.

Haverá sempre aquela com quem se consegue trabalhar e levar a bom porto, e aquela que nenhuma ajuda poderá alterar o seu destino. E é, também, por isso, que nem sempre é gratificante e compensador trabalhar com crianças e jovens em risco. Porque no meio de muitas, poucas são as que fazem valer a pena todo o trabalho que se desenvolveu com elas.

Claro que haverá muito mais na história de Mantosh, para além do que nos é mostrado, e as coisas podem não ser assim tão lineares e tão "preto no branco". Mas isso ficará,quem sabe, para outro filme.

 

A determinada altura, Saroo começa a querer procurar a sua família verdadeira, e torna esse desejo uma obsessão. Não acho que ele esteja a ser ingrato para com os pais adotivos. Considero apenas que algumas das suas atitudes, erradas e parvas, são resultado de uma mente em extrema confusão, de um homem perdido entre o passado e o presente, sem conseguir encontrar o seu caminho.

Por vezes, até os filhos mais certinhos saem da casca e agem como perfeitos idiotas.

 

 

Achei o filme demasiado longo, com cenas que eram escusadas e que em nada contribuiram para valorizá-lo. Poderia ter sido dada outra dinânica a esta segunda parte em que Saroo tenta descobrir de onde veio, e se a sua família ainda estará viva. Houve também um pormenor que talvez me tenha escapado, ou delirei, mas fiquei com a sensação de que, no início do filme, eram quatro irmãos: Guddu, Saroo, Kallu e Shekila. No entanto, no final, quando se reencontram, não fazem referência a Kallu, como se nunca tivesse existido.

Embora tenha sido um filme que deu origem ao debate de alguns temas, lá por casa, e que o meu marido adorou, confesso que não é daqueles filmes que tenha vontade de ver uma segunda vez, ou me tenha tocado como outros o fizeram. 

 

 

Será verdade?

 

Este verão, estava eu na paragem à espera do autocarro enquanto duas mulheres falavam de trabalho. Uma delas, portuguesa, trabalhava cá em Mafra mas mora noutra localidade, localidade essa onde a outra, brasileira, trabalha. Ambas exercem funções em instituições da Santa Casa da Misericórdia dedicadas à terceira idade.

A portuguesa, que trabalha cá, afirmava conhecer bem quem estava à frente da outra instituição, e da má reputação que a mesma tem.

A brasileira, explicava que, de acordo com as ordens da directora, nenhuma funcionária poderia conversar com os idosos, sob pena de levarem uma reprimenda.

A única actividade destes idosos, durante horas, era estar sentados em frente a uma televisão.

Contava também que, dado o número limite de camas que deveriam ter, todas os dias montavam uma cama a mais para uma senhora, e desmontavam quando aparecia lá alguém a fiscalizar.

Perguntava a mãe dessa brasileira, e bem, porque é que os filhos ou família desses idosos, sabendo disso, não tiram de lá os mesmos!

E foi aí que eu pedi licença para entrar na conversa. A verdade é que, muitas vezes, os familiares desses idosos não fazem ideia do que se passa na instiuição onde os deixaram.

As instituições "vendem" uma imagem para as famílias, que nem sempre corresponde ao que realmente acontece dentro de portas.

Por outro lado, esses idosos acham que não valerá a pena fazer queixa, porque irão pensar que só o fazem porque não querem lá estar, e por isso inventam mentiras.

E quem lá trabalha, e conhece a verdadeira realidade, nada faz sob pena de perder o emprego.

Se este caso concreto é verdadeiro ou não, não sei. Mas a ser verdade, é apenas um dos muitos casos de instituições que só pensam no dinheiro que podem arrecadar, e não no que realmente importa.

Porque, por vezes, mais que um comprimido para as dores, o que estes idosos precisam é de alguém que os alegre, que lhes dê uma palavra amiga, que os acarinhe. O que eles precisam é de sentir que ainda são gente, e não meras peças de mobiliário; que são queridos, e não um fardo.