Pode/ deve a inteligência artificial substituir a inteligência humana no futuro?
Na escola da minha filha, na disciplina de filosofia, tanto no 10º como no 11º ano, os alunos tiveram que fazer um ensaio filosófico, sobre um dos temas propostos.
O ano passado, ela escolheu a eutanásia. Este ano, a inteligência artificial.
A questão que ela formulou foi esta:
"Pode/ deve a inteligência artificial substituir a inteligência humana no futuro?"
Até que ponto a inteligência artificial pode (ou deve) substituir ou, até, suplantar, a inteligência humana no futuro?
Será esse o cenário mais desejável e o principal objetivo para o qual foi criada e está, desde então, a ser desenvolvida e aperfeiçoada, ou apenas como instrumento de apoio?
Sendo uma ferramenta já usada por nós em inúmeras situações, à semelhança de outras ferramentas e instrumentos à disposição do ser humano, pode ser usada para o bem, mas também para o mal, tendo vindo a suscitar diversas preocupações, nomeadamente a nível ético e moral, e como possível ameaça para a humanidade.
Por exemplo, numa empresa que está a recrutar funcionários, usando a inteligência artificial, analisando as últimas contratações feitas, apenas a pessoas de raça branca, ou apenas a homens, esta pode seguir esse critério, discriminando qualquer outro candidato que não corresponda a esse critério.
Da mesma forma, será de esperar que um veículo de condução autónoma, quando confrontado com o dilema de salvar o condutor do veículo, ou as pessoas que se encontram no seu caminho, optará pelo primeiro, enquanto se a decisão fosse tomada pelo condutor, provavelmente, ele optaria pela segunda opção.
Da mesma forma, a inteligência artificial pode considerar que seria uma decisão ética eliminar qualquer ser humano que desrespeite o planeta e o ambiente, tornando-se uma ameaça para a espécie humana.
Assim, o mais importante é garantir, sempre, a intervenção humana, complementarmente à tecnologia, nomeadamente no que à ética diz respeito, estabelecendo regulamentação, através de diferentes profissionais e abordagens, que confiram liberdade ao desenvolvimento da inteligência artificial, mas preservando e protegendo o ser humano.
Promovendo uma coexistência equilibrada e complementar entre a inteligência humana e a inteligência artificial, e nunca a substituição de uma, pela outra.