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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Presente envenenado

 

 

Ultimamente, a Índia tem sido notícia em todo o mundo, e sempre por péssimos motivos.

Desta feita estão em causa as refeições escolares envenenadas, distribuidas no âmbito de um programa que tinha por objectivo combater a fome e a má nutrição infantil.

No espaço de uma semana, ocorreram dois casos de intoxicações alimentares das quais resultou a morte de várias crianças, e a hospitalização de todas as outras.

Na primeira situação ocorrida, as crianças, com idades entre os 4 e os 12 anos, terão dito que a comida tinha um gosto e um cheiro estranhos, mas a diretora tê-las-á obrigado a comer, e não as terá socorrido quando se começaram a sentir mal. Os alimentos estariam contaminados com pesticidas.

Ao que tudo indica, já teriam havido queixas anteriores relativamente à segurança alimentar, já que grande parte dos alimentos comprados para estas refeições não são inspeccionados antes de serem servidos.

O programa conseguiu assim parte do seu intuito: pelo menos 23 crianças não mais sofrerão de fome, porque faleceram. É pena que o tenha feito da pior forma. Já quanto ao segundo objectivo foi, obviamente, chumbado! Porque se a ideia era combater a má nutrição, fez precisamente o contrário. Ao não inspeccionar e controlar de forma adequada os alimentos que gratuitamente oferecem às crianças, estão a contribuir para a sua má nutrição.

Por tudo isto, este programa bem intencionado soa mais a um presente, literalmente, envenenado! 

 

Are we still here?

 

Quando pensamos que já tudo nos aconteceu, a vida encarrega-se de nos lembrar que muito mais poderá ainda acontecer!

Semana da Páscoa - semana santa, como lhe chamam. Já passou. E, para nós, foi tudo menos isso.

Logo na quinta-feira, o primeiro ovo oferecido ao meu namorado, com sabor amargo - não lhe vão renovar o contrato de trabalho! A notícia caiu como uma bomba. Quando tudo se estava a encaminhar, quando elogiavam o seu trabalho, quando o queriam em vários serviços, mesmo sabendo o excelente profissional que é, e como esteve lá, sempre que dele precisaram, tudo se desmoronou. Não têm nada a apontar, é verdade, é simplesmente a crise a fazer mais vítimas. De repente, vê-se a vida toda andar para trás, projectos de vida e planos a serem adiados...

Muito bem - levou um "murro no estômago". Cambaleou um pouco, mas é preciso mais do que isso para o derrubar. Mesmo contra a maré, há que remar para chegar a um novo porto.

Na sexta-feira, foi a minha vez de receber amêndoas "envenenadas", sob a forma de mexilhão. Maldito! Soube-me tão bem, mas fez-me tão mal!

O resultado não se fez esperar - logo nessa tarde, parecia uma mulher grávida! Tudo me agoniava, tudo me enjoava, não conseguia sequer pensar em comer! O meu namorado dizia que o frango cheirava bem, eu só queria sair da cozinha para fora porque não aguentava o cheiro!

E assim experimentei uma intoxicação alimentar que durou até domingo de manhã!

Domingo de Páscoa - a minha filha foi passar o dia com o pai, os meus pais foram almoçar fora, e eu tinha que fazer a limpeza à casa. Sim, podia ter adiado. Mas no próximo fim-de-semana teria que a fazer...O meu namorado foi embora perto da hora de almoço e eu pus mãos à obra.

Mas nem o aspirador quis colaborar comigo - mal o liguei, pifou! Deitava fumo por todo o lado!

À tarde, de passagem para ir buscar um amigo, o meu namorado fez a surpresa de me ir visitar! E, aí, foi mais difícil a despedida...

É que com tudo isto que tem acontecido, nós, como casal de namorados, temos ficado em segundo ou terceiro plano. Sim, temos estado juntos e apoiamo-nos um ao outro. Mas, por vezes, penso que estou a dar o apoio errado. Parece mais uma espécie de apoio jurídico, apoio financeiro, apoio contabilístico, e não aquele apoio de namorada, de companheira...E, naquele momento, voltámos a estar em primeiro plano, ainda que por escassos minutos...e fez-me perceber que, por baixo dos escombros, ainda cá estamos!