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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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A fragilidade invisível

Legendas para fotos sozinha pensativa - As Melhores Frases

 

O céu estava limpo…

Mas as piores nuvens não são aquelas que se avistam no céu. As que estão à vista de todos.

São aquelas que ensombram os pensamentos. Aquelas que ninguém vê e, ainda assim, estão lá.

 

E, aí, na mente, as nuvens, por vezes, ficam carregadas…

Por nada em particular… Por tudo, de uma forma geral.

Sem motivos concretos. Sem razões aparentes. Apenas pequenas partículas que, aqui e acolá, se foram juntando e formando a espessa nuvem.

 

Há dias em que se teria tudo para estar bem e, ainda assim, algo teima em assombrá-los.

Há dias que, por norma, seriam dias para se estar feliz e sair à rua. Para os celebrar. E, no entanto, as nuvens apelam a ficar em casa.

Há dias que convidam ao “barulho”. Outros, só querem o silêncio.

 

E há momentos em que percebemos quão frágil pode ser tudo aquilo que julgávamos forte.

Quão frágeis são aqueles alicerces que tomávamos por inabaláveis.

Como tudo se pode desfazer com um sopro.

É uma fragilidade invisível, que surge como um relâmpago, para nos mostrar que existe. Uma fragilidade que até pode voltar a camuflar-se, e deixarmos de a ver. Mas sabemos que está lá.

 

E, uma vez descoberta, vinda à tona, colocada a nu, o que fazer com ela?

Ignorá-la? Fingir que não existe?

Ou deixá-la ganhar forma, e força?

Encará-la de frente? Ou virar-lhe as costas?

Destruí-la, antes que seja ela a destruir?

Ou alimentá-la e tornar, quem a alimenta, ainda mais frágil que ela própria?

 

Será, essa fragilidade, necessária, para que se consiga perceber o que se pode esperar? O perigo a ela associado?

Será um aviso? Uma premonição? Um alerta?

Ou poderá, pelo contrário, a percepção dessa fragilidade acelerar a queda, que sempre se quis evitar?

Será, essa fragilidade, saudável e libertadora, relembrando-nos a vida?

Ou poderá ela transformar-se no veneno que, aos poucos, vai matando tudo à sua volta?

 

Histórias Soltas #13 : Invisível

Imagem relacionada

 

Sou invisível...

 

Estou aqui, mas ninguém me vê.

Deambulo qual fantasma, por esta vida, sem que dêem por mim.

 

Escrevo, mas as minhas palavras não têm força.

Falo mas, aquilo que digo, desvanece-se no ar.

 

Conhecem-me mas, com a mesma rapidez, me esquecem.

Não sou alguém que marque os outros, que permaneça na memória, ou na lembrança.

Se perguntarem a alguém por mim, ninguém me saberá identificar de imediato. Talvez com muito esforço, ou nem isso.

Sou alguém, mas não sou ninguém.

Sou indiferente, invisível...

 

Tudo o que faço é vulgar, banal, mediano, passa ao lado.

Na maioria das vezes, ignorado.

 

Estou cá, mas sou invisível.

Não tenho inimigos, mas também não desperto simpatias.

Tão pouco, empatia.

Sou um pouco de tudo em geral, e acabo por não ser nada, em particular.

 

Existo, e não desisto.

Sigo em frente, ou simplesmente paro, quando a desilusão e o cansaço me atingem. 

Para ganhar forças. E continuar.

Porque, quer faça uma ou outra coisa, continuarei invisível, mas sei que avançando, ainda poderá haver esperança. 

 

Gostava que um dia me vissem exactamente como sou.

Até lá, serei apenas, como até aqui, alguém invisível...