Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada...
Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!
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Já tendo lido o livro, ver o filme foi como assistir ao vivo, à história narrada nas páginas mas, obviamente, numa versão abreviada.
Não gostei da interpretação da Blake Lively.
O filme tem duas horas, mas nem se dá por elas.Vê-se bem.
Gostava de ter visto mais cenas da Lily e do Atlas, quando jovens.
Mas, lá está, o foco do filme era o presente.
O que mais me assusta?
Ouvir, da boca de quem já viu o filme, que a Lily deveria ter ficado com o Ryle.
Sobretudo, de mulheres jovens.
Potenciais futuras vítimas de violência doméstica.
Mas, fugindo um pouco ao principal, o filme deixou-me uma reflexão sobre que tipo de pessoas somos. Ou podemos vir a ser:
Das que precisam de ser cuidadas e nutridas, para florescer, ou das que crescem sozinhas, sem depender de ninguém?
"...quando eu cuido direitinho das plantas, elas retribuem com flores e verduras, mas quando eu não cuido, elas murcham e morrem, como a gente. E esse carvalho não precisa de ninguém para crescer, ele é capaz de se cuidar sozinho. Continua de pé, de qualquer forma, forte e resistente.
A maior parte das plantas precisa de muito cuidado para sobreviver. Mas algumas, como as árvores, são fortes o bastante para sobreviver dependendo somente de si mesmas, e de mais ninguém."
Uma notícia, entre tantas outras, fez-me chegar ao filme, que irá estrear em Agosto, nos cinemas.
E o filme, fez-me chegar ao livro, da autora Colleen Hoover.
"Isto Acaba Aqui" é, para além de um romance, uma história de superação. E aborda realidades bem presentes na nossa sociedade actual: negligência e abandono parental, e violência doméstica.
O começo é tão leve, tão promissor, tão fácil e quase tão perfeito que, quando a cena que mudará tudo acontece, é quase como se também o leitor tivesse sido atingido por ela.
O livro conta a história de Lily, agora com 23 anos, e alterna entre a sua vida actual, na qual conhece Ryle, e se torna proprietária de uma loja de flores, e o seu passado, contado através dos diários que escreveu na sua adolescência, e do qual faz parte Atlas, o seu amor dessa altura que, agora, inesperadamente, surge de novo na sua vida.
No passado, Lily salvou Atlas, de variadas formas.
Pela sua generosidade, preocupação, gentileza, empatia, amor. Por simples gestos.
Foi a única que lhe deu a mão, quando ele não tinha mais a que (quem) se agarrar, depois de a própria mãe o ter expulsado de casa, e ele não ter um tecto, nem dinheiro, nem comida.
Será, agora, no presente, a vez de Atlas salvar Lily?
A verdade é que ele a conhece melhor que ninguém. Sabe o que ela já passou, com os pais, e como isso a marcou.
E ele não vai permitir que, desta vez, seja ela a vítima.
Resta saber se a própria Lily se considera uma. Ou se o seu sentimento por Ryle é tão forte que apaga tudo o resto.
Penso que esta mensagem vale por tudo aquilo que eu poderia falar sobre o livro:
"Ciclos existem porque é doloroso acabar com eles. Interromper um padrão familiar é algo que requer uma quantidade astronómica de sofrimento e de coragem. Às vezes, parece mais fácil simplesmente continuar nos mesmos círculos familiares em vez de enfrentar o medo de saltar e talvez não fazer uma boa aterragem.
Por muito que custe escolher, ou quebramos o padrão, ou é o padrão que nos quebra."
Sinopse:
"O que te resta quando o homem dos teus sonhos te magoa? Lily tem 25 anos. Acaba de se mudar para Boston, pronta para começar uma nova vida e encontrar finalmente a felicidade. No terraço de um edifício, onde se refugia para pensar, conhece o homem dos seus sonhos: Ryle. Um neurocirurgião. Bonito. Inteligente. Perfeito. Todas as peças começam a encaixar-se. Mas Ryle tem um segredo. Um passado que não conta a ninguém, nem mesmo a Lily. Existe dentro dele um turbilhão que faz Lily recordar-se do seu pai e das coisas que este fazia à sua mãe, mascaradas de amor, e sucedidas por pedidos de desculpa. Será Lily capaz de perceber os sinais antes que seja demasiado tarde? Terá força para interromper o ciclo?"