À Conversa com os Coração Noir
Depois da entrevista, em Janeiro deste ano, para a Blogazine, foi a vez deste cantinho conversar com os Coração Noir, a propósito do primeiro álbum da banda "Jogo de Sombras", editado no passado mês de setembro.
Aqui fica a entrevista:
Coração Noir, em Janeiro deste ano, quando vos entrevistei pela primeira vez, tinham acabado de ver o vosso primeiro single “Coração Noir” ser escolhido para banda sonora da telenovela Coração d’Ouro. Atualmente, mais um tema vosso foi selecionado para banda sonora de uma produção nacional. Qual é a sensação de ver a vossa música divulgada desta forma?
É muito gratificante e uma grande honra participar em produções cujo valor é reconhecido nacional e internacionalmente. O facto de serem produções televisivas líderes de audiência dá-nos uma enorme satisfação, por sabermos que muita gente nos ouve todos os dias (embora muitas vezes os espetadores trauteiem as músicas sem saber quem somos…).
“Ficar” é o segundo single do álbum de estreia. Pode-se dizer que os Coração Noir também vieram para “ficar” no panorama musical português?
Esperamos que sim, que este seja o início de uma longa carreira para os Coração Noir. Temos a sorte de termos uma excelente relação entre os cinco, o que facilita a resolução de problemas que muitas vezes podem ensombrar a continuidade de um colectivo. Em termos musicais, estamos preparados para crescer, evoluir e experimentar novos caminhos, sempre em coerência com o que queremos que seja o nosso som.
No início do ano, estavam em estúdio a gravar os temas para o vosso álbum de estreia. No passado dia 30 “Jogo de Sombras” viu, finalmente, a luz do dia! Como foi todo o trabalho de produção?
Foi um longo e árduo trabalho, que alguns de nós tiveram que conjugar com outras actividades profissionais. Todo esse trabalho, desde a composição da música e letras até à produção e masterização do CD, passando pelas sessões de ensaios e gravações, foi inteiramente conduzido pelos cinco elementos da banda. Estamos neste momento a preparar uma edição de autor do CD, pois temos noção que o digital ainda não chega a toda a gente.
Sobre o que nos fala este álbum?
O jogo de sombras leva-nos através de uma viagem de histórias introspectivas. São personagens e narradores que povoam um universo inspirado no imaginário ‘noir’ com romances impossíveis, femmes fatales, deambulações e excessos. O formato das canções permite contar histórias que deixam muitas portas por abrir, em que a sugestão musical complementa o texto, por isso as histórias podem ter múltiplas facetas e interpretações que gostamos de deixar à consideração de quem nos ouve.
Que feedback têm recebido relativamente ao vosso trabalho?
Apesar de ainda não termos chegado a muita gente, pois estamos numa fase precoce da divulgação do álbum, quem nos ouve dá-nos, regra geral, feedback positivo, mostrando vontade de nos ver ao vivo e de conhecer mais. Saliento ainda o papel que alguns blogues e sites – como este – têm tido na divulgação, dando-nos força para continuarmos a dar o nosso melhor.
Na vossa opinião, quais são as principais vantagens e desvantagens da edição de um álbum digital, relativamente à edição física?
A edição digital chega mais facilmente às pessoas, e de um ponto de vista pragmático é o formato que domina e dominará a distribuição musical. Não penso que o formato físico irá desparecer, pois a noção de possuir um objecto artístico ainda está muito enraizada e tem vantagens. Por exemplo, na edição em CD que estamos a preparar para o Jogo de Sombras, incluímos um booklet com as letras, fotos e grafismos que a edição digital não permite. Também gostaríamos de fazer uma edição no saudoso vinil, que continua de boa saúde, mas isso será mais para a frente, talvez no segundo álbum…
Agora que “Jogo de Sombras” foi editado, já começam a pensar em apresentá-lo ao vivo, ou ainda é cedo para agendar concertos?
Neste momento, a nossa preocupação imediata é promover a música através de entrevistas, televisões e rádios, mas contamos na Primavera começar os concertos ao vivo. temos já agendado o concerto de apresentação do álbum, que será no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, no dia 4 de Fevereiro. Apareçam lá!
Se vos fosse possível dividir o palco com uma outra banda ou artista, quem gostariam de ter ao vosso lado?
Uma pergunta difícil, que seguramente cada um de nós os cinco responderia de maneira diferente! Idealmente, alguém que, como nós, seja um contador de histórias. Para além disso, se fosse alguém que seja uma das nossas fontes de inspiração, isso seria uma honra para nós!
Muito obrigada pela disponibilidade!
Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens.