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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A pandemia entorpeceu as pessoas

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Dizem que a pandemia veio alertar as pessoas para terem mais calma.

Para desacelerarem. Para moderarem o ritmo.

Mas isso não deveria ser levado tão à letra.

 

Sinto, de uma forma geral, que a pandemia entorpeceu as pessoas.

Que lhes limitou as suas capacidades.

Que lhes roubou energia e vivacidade.

Que as "drogou" com inércia e apatia.

Que lhes prendeu os movimentos.

Que lhes toldou o cérebro, os pensamentos e as acções.

Que as tornou mais desligadas, desconectadas.

 

Ou, então, serviu de desculpa para fazer o mínimo, sem ser penalizado por isso.

Para pôr em prática medidas que lhes facilitam a vida, mas complicam a de todos os outros.

 

Se é verdade que há serviços que se tornaram mais rápidos, eficazes e descomplicados, com outros, aconteceu o oposto.

Em muitos deles, o facto de não terem o espaço interior ocupado pelos clientes, que esperam na rua, foi suficiente para lhes aliviar a "pressão", e fazer o atendimento de cada um, com mais tempo, sem pressas, e com direito a pausas entre o cliente que sai, e o outro que está à espera para entrar.

E como lá fora não se ouve e, muitas vezes, não se vê que número está a ser chamado, pode ser que muitos percam a vez, e desistam de estar na fila.

 

Noutros, a pressão foi diminuída através dos atendimentos por marcação. Agora, atendem quem querem, quando querem (claro que não é bem assim mas...), sem terem junto a si as várias pessoas em espera que costumavam ocupar a sala.

 

E depois, há serviços onde as limitações impostas ao atendimento presencial, que nem colmatado pelas máquinas pode ser, porque também as retiraram, levam a um acumular de pessoas à espera, e tempo perdido, em coisas que, por norma, seriam tão simples.

 

Estranhos tempos estes que, num mesmo contexto, levam a formas tão distintas de agir, e de estar na vida...

 

Não era boa ideia?!

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Há pessoas que, pelos seus maus modos, pouca vontade de trabalhar, ou lentidão, deveriam ser reformadas antecipadamente, levando desconto agravado, proporcional ao motivo da reforma e às queixas dos ofendidos!

 

Concordam?

 

E vem esta reflexão a propósito de quê? De muitos episódios que já presenciei e de outros tantos que já aconteceram comigo, como foi o caso esta semana.

 

Num serviço público, estava a ser atendida num balcão, e precisei de ir a outro, pelo que transferiram a minha senha para o respectivo. É suposto sair para a sala de espera, e esperar que chamem, mas como o sistema não estava no seu melhor, e nem sempre as transferências são feitas, disseram-me para ir directamente ao balcão, porque não tinha ninguém.

 

Chego lá, e vejo que estão dois funcionários, uma a atender, e o outro sem ninguém, e é a esse que me dirijo, explicando a situação. Ele verifica que a senha não foi transferida e pede-me para esperar um bocadinho.

Pergunto se quer que espere lá fora.

Responde que não, para esperar, que quando a colega dele acabasse de atender, tratava do meu assunto.

Enquanto isso, ele permaneceu ali sentado, ainda em horário de expediente, a fingir que fazia alguma coisa, sem me atender a mim,nem chamar mais ninguém.

 

Já não é a primeira vez que ele faz cenas destas, para além de ser sempre mal educado com as pessoas. Talvez pense que,por ser mais velho e, provavelmente, mais antigo, tem determinados privilégios, incluindo o de passar o trabalho que lhe compete aos colegas.

Como enervar a pessoa mais paciente do mundo!

 

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Diga-se de passagem que paciência é algo que tenho cada vez menos mas, ainda assim, por certo ainda guardo alguma dentro de mim. Só isso explica o facto de eu ter passado meia hora numa papelaria, a ser atendida, sem nunca mostrar maus modos, fazer cara de má ou chamar à atenção da pessoa que me estava a atender (que por acaso até era a proprietária) para ver se conversava menos, dispersava menos, e prestava atenção ao que eu lhe pedia. 

 

 

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Primeiro tive que esperar pela minha vez, claro!

Quando chega, cumprimento-a e pergunto pela filha, ao que ela retribui, mas pede licença para atender o telefone. Volta, ainda ao telefone, para confirmar uma encomenda.

Desliga então, e pergunta-me o que quero. Peço-lhe a primeira coisa da lista, mas não prestou atenção porque estava com o sentido nem sei onde. 

Tive que repetir os materiais várias vezes, fui interrompida várias vezes porque a senhora ia, ao mesmo tempo, falando com o marido de outras coisas, e recebendo o pagamento de outras.

A meio da lista, resolveu ir registando os produtos em cima da bancada para colocar num saco.

Mais um bocadinho de conversa sobre uma lista de preços, e os lápis de cera não sei do quê, e os lápis não sei do que mais, e a marca tal e por aí fora. Enquanto um outro senhor foi buscar algumas coisas que eu pedi, ela foi procurar um livro para uma outra rapariga.

Quando, finalmente, me despachei, nem quis acreditar!

Acreditem que tive mesmo muita vontade de reclamar. E todos os anos é assim! Se formos atendidos pelo marido, despacha-nos num ápice. Até a filha se desembaraça mais rápido. Mas com ela...

O mais engraçado é que tem a papelaria há anos. Já devia ter prática. Mas é sempre a mesma coisa. 

Sim, podia ir a outra papelaria. Mas aquela é a nossa referência aqui na zona, porque tem tudo o que é preciso para as exigências dos professores, e fica mesmo ali ao pé das escolas.

 

 

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Valeu-nos o facto de não estar a fila enorme que dá a volta à rua, mas mesmo assim, quando precisarmos de lá ir, é melhor mesmo esquecer a pressa,e munirmo-nos de umas doses de paciência extra!

 

Quem espera, desespera!

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E vai embora sem almoçar!

Que o digam duas senhoras que encontrámos hoje num restaurante e que, por estarem à demasiado tempo à espera do almoço, acabaram por se ficar pelas entradas, e pelas bebidas, e tiveram que ir embora sem almoçar, porque senão chegavam atrasadas ao compromisso que tinham.

Ainda perguntaram se podiam colocar as refeições numa caixa, para levarem, mas perante a arrogância do empregado, penso que nem isso levaram. Segundo percebi, tinham marcado antes, talvez para terem tempo de se despachar. 

 

 

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E como é que eu sei disso? 

Porque o meu marido teve a triste ideia de ir a esse restaurante comprar qualquer coisa para o almoço.

Já uma vez tínhamos lá ido, comprar uma sopa, e demoraram um tempão para a pôr numa caixa.  Mas ele já não se lembrava disso, e foi lá outra vez. 

Perguntou se estava alguma coisa para sair no momento, e foi esse prato, supostamente rápido, uma vez que estava tudo feito, que ele pediu.

Era só pôr tudo numa caixa. Estivemos cerca de 10/15 minutos à espera!

Havia 3 funcionários no restaurante, que andavam para lá atarantados, e a pedir licença a um pé para mexer o outro. E isto com apenas meia dúzia de clientes. Nem quero imaginar com uma casa cheia! E pelos vistos, a cozinha também não prima pela rapidez e eficiência. 

Já era praticamente 13h, pelo que o restaurante, abrindo às 12h para os almoços, deveria ter tudo encaminhado e pronto a sair. 

 

 

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É caso para dizer que, quem espera, desespera!

Não fosse o meu marido já ter pedido, e o facto de, indo a outro lado depois de ali termos estado a perder tempo, ir perder ainda mais, tinha mesmo ido embora sem dar satisfações.

A continuar assim, muitos clientes hão-de perder! É que, mesmo sentados, nem todos têm paciência ilimitada para ficar à espera de uma refeição, principalmente quando apenas dispôem de uma curta hora de almoço!

O atendimento público (e ao público) está cada vez pior

 

Com as devidas excepções, porque existem poucas (mas boas) pessoas que ainda se preocupam em tentar ajudar da melhor forma que puderem e conseguem ser, ao mesmo tempo, simpáticas e atenciosas, o atendimento ao público está cada vez pior.

Há funcionários que não têm tempo nem paciência para ouvir a "história" toda que as pessoas querem explicar.

Há os que cortam a explicação a meio e tiram as suas próprias conclusões sobre o que as pessoas pretendem, quando na verdade não é nada disso que desejam.

Há funcionários arrogantes, mal humorados e com a mania que sabem tudo.

Há funcionários que, à medida que envelhecem, se vão tornando cada vez mais picuinhas, mesquinhos, exigentes e implicantes. E os que se tornam cada vez mais lentos, a pedir licença a um pé para mexer o outro.

Há funcionários que, conforme os anos vão passando, ser tornam cada vez menos tolerantes, prestativos, atenciosos. E os que querem ter cada vez menos trabalho porque não é essa a sua obrigação, e porque nós é que temos que levar a "papinha toda feita".

Há funcionários que não fazem a mínima ideia do que estão a falar, que dão informações erradas, que informam às prestações, que nos fazem perder tempo.

E há aqueles que gostam de brincar ao "jogo do empurra", e de atirar as culpas pelo mau atendimento aos colegas de outros serviços.

A nós, resta munirmo-nos de paciência, e safarmo-nos como pudermos, porque precisamos deles para tratar dos nossos assuntos. Quanto a eles, talvez se devam munir de vários livros de reclamações porque se começarmos todos a reclamar, dificil será parar!