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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Deixemos a ficção ser isso mesmo: ficção!

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Ainda o Titanic.

Ainda a questão de se seria possível o Jack sobreviver se tivesse ficado em cima da porta com Rose.

E, como esta, tantas outras questões, críticas e análises que fazemos a tudo o que é ficção porque, ditamos nós, a realidade não seria bem assim. 

Ah e tal, isto só mesmo em filmes. Ah e tal, isto na realidade nunca aconteceria assim.

 

O que é mesmo a ficção?

Uma narrativa ou história imaginária e irreal, criadas a partir da imaginação, embora possa reflectir alguma realidade.

Normalmente, seja em livros, filmes ou séries, recorremos a ela para nos distrairmos. Para entrarmos noutras vidas, noutras histórias, noutros mundos. 

No entanto, ao mesmo tempo que nos queremos, de certa forma, abstrair da realidade, e entrar num mundo fictício, queremos que ele deixe a ficção de lado, e mostre as coisas como deveriam ser.

Não faz sentido!

 

A ficção tem o poder de criar tudo aquilo que quiser, e fá-lo de modo a gerar reacções, emoções, sentimentos.

Tanto nos dá finais felizes, como trágicos.

Tanto mata, como ressuscita.

Tanto junta, como separa.

Tanto nos dá doses de realidade, como nos atira com fantasia total.

É imaginação. E a imaginação não tem limites.

 

Se o Jack tivesse sobrevivido, o Titanic não seria o mesmo filme. Não teria o mesmo impacto.

E, como este exemplo, tantos outros.

 

No dia em que a ficção se limitar a ser, única e exclusivamente, uma mera cópia exacta da realidade, então não valerá a pena ela existir.

Por isso, deixemos a ficção ser isso mesmo: ficção!

Os "pica miolos" e as provocações gratuitas

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Não gosto!

Provavelmente, ninguém gostará.

Quem está a ver de fora, até pode achar piada.

Eventualmente, algumas picadinhas ou provocações a terão. Se forem inofensivas. Se não ofenderem ninguém. 

Mas tudo o que é demais cansa. 

E, quando é feito com o propósito de desestabilizar o outro, é feio. É jogo sujo.

 

Há pessoas que são pica miolos", e sabem que o são.  

Que não percebem os limites até onde podem ir. Ou fazem questão de ultrapassá-los.

Sempre me disseram que a melhor forma de os parar, é ignorar, é mostrar indiferença, é não responder, nem dar troco.

Se bem que isso, muitas vezes, só os faz insistir ainda mais. Picar mais. Provocar mais.

Mas também podem perceber que dali não conseguem nada, e desistir.

 

Na prática, pode ser possível manter essa indiferença por algum tempo.

Mas, ou a pessoa se afasta desses pica miolos, ou tem um gigante poder de ouvir e calar, ou chega a um ponto em que acaba por lhe sair uma resposta torta, tal o nível de saturação e desgaste.

Esse é o ponto de partida.

Depois, ou a coisa acalma, ou escala de tal forma que nada de bom daí sairá. 

E, no fim, para quê? 

O que se ganhou com isso?

 

Todos nós lidamos com pica miolos na nossa vida.

E como o Big Brother é o jogo da vida real, também tinha que lá haver um. Ou mais.

Mas há um que se destaca, e não disfarça.

É o seu jogo. É válido. Desde que não ultrapasse os limites.

 

Ontem, assistimos a uma cena muito triste.

Empolada por questões que já vinham de fora. Por provocações mútuas que aconteceram lá dentro. E pela própria produção, que quer ver o circo pegar fogo, e ainda atira achas para a fogueira, para depois fingir que tenta apagar o fogo desencadeado e fora do controlo, quando o podia ter evitado se, em lugar de atirar achas, tivesse usado o extintor quando ainda tinha o controlo.

 

Na minha opinião, estiveram todos mal.

O Nuno pode ser um excelente jogador, estratega, pica miolos e provocador, mas tem que haver limites. E quando se parte para a provocação gratuita assente em ofensas, é só jogo sujo e feio, e deixa de entreter e ter piada. E ele que não me venha dizer que muito do que apelida aos outros, é apenas ao jogador, e não à pessoa.

O Gonçalo não sabe ignorar, que era o melhor que podia ter feito. Reage precisamente como o Nuno espera, e ainda consegue superar as expectativas, porque se passa, e age e diz o que não deve. Perde a razão.

 

Neste momento, o BB Desafio Final é um programa de tensão, que nem dá vontade de ver, e acho que a maioria, público e concorrentes, só querem mesmo que acabe depressa, porque não deixa saudades.

A Cristina, em directo, assim em modo de querer disfarçar, e levar o programa adiante, perante o ambiente que se fez sentir e ficou na casa, vem com aquele discurso de filosofia barata que, naquele momento, ninguém precisa e quer ouvir, com frases como "estão num jogo e cada um pode dizer e fazer o que quiser, e vocês têm que saber gerir", só então acrescentando "dentro dos limites, claro".

Mas eu pergunto-me: em nome das audiências, quais serão esses limites?

 

E o Big não esteve melhor neste quadro.

Ah e tal, na minha casa não vou permitir qualquer tipo de violência, e todos têm obrigação, vendo uma situação destas, de intervir e separar.

Desculpe?

Tanta preocupação com as "conversas impróprias" quando diz respeito à produção e aos segredos da mesma, mas depois deixa toda a gente falar tudo, e tudo é válido, mesmo que isso gera este tipo de situações, o circo a pegar fogo, e ainda são os colegas os responsáveis por gerir os conflitos?!

Que tal o Big intervir na hora?

 

Para mim, teriam sido os dois expulsos, e vinham ajustar contas fora da casa. Só que, depois, perdiam dois concorrentes, deixava de haver polémica, perdiam-se audiências, e lá o programa tinha que acabar mais cedo.

Quando a ideia até é, segundo parece,  prolongar.

Dadas as grandes audiências que está a ter.

À custa do quê. E de quem...

A subida

Pode ser uma imagem de natureza, céu e lusco fusco

 

"Parar é morrer", dizem.

Mas, por vezes, para não morrer, é preciso parar.

 

Naquela subida, que parecia não ter fim, ela subia, insistia, passo a passo, sem parar, ainda que todas as forças lhe estivessem a fugir pelo corpo porque sabia que, se parasse, por um minuto que fosse, já não conseguiria continuar.
 
No início, movia-a a coragem, a determinação, a força.
Depois, a perseverança. 
E, à medida que ia subindo, a obstinação. A vontade de superar o desafio.
Que logo se transformou em teimosia. Em sobresforço, contraprodutivo.
Uma espécie de testagem dos limites, que já há muito acusavam estar a ser ignorados.
 
Mas, depois, deu-se por vencida. Parou. Sentou-se, esgotada.
Ali permaneceu, por bastante tempo.
Acreditava mesmo que, dali, já não conseguiria sair.
Que tudo tinha sido em vão.
 
Ainda assim, restava-lhe uma centelha de orgulho. De dignidade. 
Algo a impelia fazer uma derradeira tentativa. Porque há coisas que não devem ficar a meio. E seria mais fácil chegar ao destino, do que retornar ao ponto de partida.
 
Quando se tentou pôr de pé, ficou surpreendida.
As dores já não se faziam sentir tanto. Já não se sentia tão cansada.
Não faltava assim tanto para alcançar o topo. Não custava tentar.
 
Motivada e esperançosa, retornou à subida, acabando por alcançar o objectivo a que se tinha proposto.
E assim, depois de vencida, acabou vencedora.
Mas como saber se as subidas que iniciamos têm uma meta ou se, pelo contrário, são eternas e infinitas? 
 
Na verdade, não sabemos.
Mas, se não acreditarmos que elas nos levam a algum lado, de que nos servirá subi-las?
Se não existir topo, de que adianta escalar?
 
 
 
Inspirado neste texto!
 

Ter consideração por quem não a tem por nós

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É velho o ditado que diz "não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti".

Não só por isso, mas também porque não temos que ser iguais àqueles que criticamos, nem pagar na mesma moeda, acabamos por ter, para com os outros, a consideração que gostávamos que tivessem tido connosco. Porque é assim a nossa personalidade, a nossa forma de agir. Faz parte do nosso carácter, da nossa educação.

 

Mas também faz parte de nós, enquanto humanos, chegar a um ponto em que os limites começam a ficar próximos, a paciência a falhar, e um outro provérbio surge na mente "Deus manda-nos ser bons, mas não nos manda ser parvos".

 

Eu, confesso, sou uma pessoa até bastante calma, razoável, ponderada. Paciente, não direi (há quem diga que sim, eu acho que tem dias). Resignada, até certo ponto.

Mas há momentos em que a tampa salta, e mando à fava o politicamente correcto, e a consideração que deveria ter.

 

Há pessoas que só se preocupam consigo próprias, com as suas vontades, com as suas conveniências, com aquilo que é o melhor para si. Estão no seu direito.

Mas depois, não esperem que, do outro lado, haja alguém disposto a ser generoso e compreensivo.

Não esperem que, do outro lado, haja alguém que ainda se dê ao trabalho de pensar nos outros.

Afinal, de que serve ter consideração, por quem não é capaz de a ter pelos outros?

Quando a ajuda tem o efeito inverso

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Por vezes, as pessoas têm tendência a querer ajudar ou outros, sem saber exactamente a realidade da situação em questão, sem estar envolvida na mesma.

Essa ajuda traduz-se, quase sempre, por fazer o contrário daquilo que os outros fazem e que, supostamente, está a ser prejudicial a quem queremos ajudar.

Como se quisessem libertar essa pessoa, dar-lhe a liberdade, autonomia e confiança que os outros não depositam nela, limitando-a.

E se as coisas até começam a correr bem, acham-se os maiores, porque souberam lidar com tudo, sem stress, levando-as a acreditar que tudo o resto era desnecessário.

Mas esse é, muitas vezes, o grande erro porque, quando menos esperarem, a situação que provocaram pode fugir do controlo, e as consequências ser catastróficas. E, aí, onde fica a valentia, a arrogância do "afinal eu é que sei"?

Nessa altura, o pensamento muda para "afinal, não sei assim tão bem lidar com isto" ou "afinal, talvez os outros não estivessem tão errados".

Se é verdade que, por vezes, pode ser benéfico ouvir conselhos ou opiniões de pessoas que não estão por dentro das situações, e as coisas até resultam positivamente, também é verdade que, noutras circunstâncias, podem trazer uma melhoria de pouca duração,que acabará por descambar e piorar a situação.

É muito fácil formar juízos de valor e emitir opiniões. Mas quem opta por ficar do lado de fora nunca conhecerá, a 100%, aquilo que se passa no interior.