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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Nada Disto É Verdade", de Lisa Jewell

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Li, há cerca de um ano, o primeiro livro desta autora.

Quando olhei para este livro, nem me apercebi disso, mas é certo que me chamou a atenção, da mesma forma que o primeiro o tinha feito.

E se, no caso do primeiro, mencionei que era uma história "quase" perfeita, tendo o final deixado a desejar, face ao enredo até aí, posso dizer que, neste livro, é precisamente no final que se encontra a cereja no topo do bolo!

 

Como já deveríamos saber, qualquer história tem sempre mais do que um lado.

Mais do que uma versão.

Quando só ouvimos um lado, só ouvimos a história pela metade.

No entanto, ouvir todos os lados, e todas as versões, não é garantia de veracidade, de nenhuma delas.

 

Todos podem estar a falar a verdade.

E todos podem estar a mentir.

Ou todos podem ter, na sua versão, uma parte de verdade, e outra de mentira.

E, sim, torna-se difícil saber em quem acreditar. Ou sequer acreditar em quem quer que seja.

 

Josie pinta o seu marido Walter, como um pedófilo, agressor, abusador, controlador e manipulador.

Walter, por sua vez, dá a entender que Josie costuma distorcer um pouco a verdade, extrapolar as situações, e exagerar em tudo aquilo que conta aos outros.

Já Erin e Roxy, filhas de Josie e Walter, defendem o pai, acusando a mãe das piores atrocidades.

Por outro lado, a opinião de Pat, mãe de Josie, também não abona nada a seu favor.

 

E, no entanto, apesar de toda a história nos mostrar uma Josie, será que ela será mesmo assim?

Obcecada?

Possessiva?

Controladora?

Alguém em quem não se pode confiar. Nem dar confiança?

A interação dela com Alix, e tudo o que vai sendo narrado, assim o faz crer, mas...

 

O título do livro é bem explícito "Nada Disto É Verdade"!

Mas, algures entre tantas versões ao longo da história, haverá uma única verdade.

E é essa única verdade que irá libertar determinadas personagens, e aprisionar outras.

Essa verdade que perdeu a oportunidade de ser revelada.

E que nunca verá a luz do dia.

 

 

SINOPSE:

"No dia do seu quadragésimo quinto aniversário, Alix Summer, uma popular podcaster, cruza-se num pub local com Josie Fair, que, por coincidência, também está a celebrar o seu quadragésimo quinto aniversário. Alguns dias depois, voltam a encontrar-se, desta vez à porta da escola dos filhos de Alix. Josie tem ouvido todos os episódios do podcast de Alix dedicado a mulheres comuns que atingiram o sucesso e acha que a sua história pode resultar num episódio interessante, uma vez que a sua vida está prestes a mudar. A vida de Josie parece ser estranha e complicada, mas Alix não consegue resistir à tentação de querer saber mais.
Aos poucos, começa a perceber que Josie esconde segredos obscuros e, antes que se dê conta, ela já entrou na sua vida - e em sua casa. Contudo, tão rapidamente como chegou, Josie desaparece sem deixar rasto. E é então que Alix descobre que se tornou na protagonista do seu próprio podcast de true crime, com a sua vida e a vida da sua família sob ameaça mortal."

"A Família Perfeita", de Lisa Jewell

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"A Família Perfeita" mostrou ser um livro com uma história quase perfeita!

E digo "quase" porque, desde a primeira página, foi ficando melhor, e melhor, e mais intrigante.

A cada novo capítulo, o interesse e a curiosidade aumentavam, o suspense aumentava, a história prometia mais.

Já mesmo quase no final, a surpresa, a não desiludir.

 

Mas, quando se pensava que ia terminar em grande, não.

O final ficou muito aquém da expectativas que o leitor vai criando ao longo da leitura.

Ficam mais dúvidas, que certezas.

Mais perguntas, que respostas.

Faltou ali qualquer coisa. Algo que ficou a meio.

 

Ainda assim, vale a pena ler.

Alternada entre a personagem principal - Libby, o narrador - Henry, e uma mulher que não se sabe bem quem é - Lucy, a história leva-nos ao passado de uma família abastada que, aos poucos, foi perdendo tudo o que tinha.

Uma família relativamente normal que, de um momento para o outro, viu as suas vidas mudarem drasticamente, com consequências para todos, sobretudo para os mais jovens que residiam naquela casa.

 

No presente, Libby descobre, aos 25 anos, que herdou uma casa, pertencente aos seus pais que, aparentemente, se suicidaram quando ela era bebé, tendo sido a única com vida encontrada na casa. Todos os restantes residentes, à excepção dos seus pais, encontrados mortos, juntamente com uma terceira pessoa, desapareceram.

Agora, Libby quer saber mais sobre o seu passado e, juntamente com Miller, o jornalista que acompanhou o caso há 25 anos, tenta descobrir as peças do puzzle, para conseguir completá-lo.

Mas a verdade pode ser muito diferente daquilo que esperava.

 

Certo é que, no presente, há pessoas muito interessadas em reencontrar a "bebé". Nem todos, certamente, pelos mesmos motivos.

E se calhar, a carta pela qual Libby esperou a vida toda pode, em vez de um sonho, tornar-se um pesadelo, a ponto de a sua própria vida estar em perigo.

 

Paralelamente a esta história, uma outra se entrelaça.

A de Lucy, mãe de Marco e Stella. Com filhos de pais diferentes, ela vive quase como "sem abrigo", após um casamento tóxico que quase lhe tirou a vida, e do abandono pelo homem que considerava o grande amor da sua vida.

Sem nada a perder, com dois filhos para cuidar, e com uma imensa vontade de regressar a Londres, Lucy vai fazer de tudo para o conseguir. Nem que, para isso, tenha que fazer aquilo que nunca pensou fazer. Ou aquilo que tinha prometido nunca mais fazer.

Mas, por vezes, não há outra saída... 

 

 

Sinopse:

"Numa casa em Chelsea, numa zona elegante de Londres, uma bebé está acordada no berço. Bem tratada e alimentada, espera que alguém a vá buscar. Na cozinha estão três cadáveres em decomposição, todos vestidos de preto. Junto a eles, um bilhete rabiscado apressadamente. Estão mortos há vários dias. Mas então quem tem cuidado da bebé?

Após o seu vigésimo quinto aniversário, Libby Jones chega a casa e encontra uma carta, pela qual esperou toda a sua vida. Ao abri-la descobre finalmente quem são os seus pais biológicos e que é herdeira de uma mansão abandonada que vale milhões. A sua vida está prestes a mudar..."