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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Amor(es) Verdadeiro(s)

Amores Verdadeiros 

 

Estreou ontem, nos cinemas.

Vi o trailer, há uns dias, e pensei: "quero vê-lo"!

Entretanto, percebi que era baseado num romance da autora Taylor Jenkins Reid, e fui pesquisar o livro.

Acabei por lê-lo primeiro.

 

Emma Blair apaixonou-se por Jesse ainda na adolescência, e é com ele que está, desde então.

Viveram mil e uma aventuras, viajaram, apoiaram-se mutuamente. Amavam-se, tinham os mesmos sonhos, eram perfeitos um para o outro.

Numa viagem em trabalho, desta vez sozinho, na véspera de celebrarem um ano de casamento, após uma queda do helicóptero onde seguia, ele é dado como morto.

Ao fim de alguns anos, Emma reencontra Sam, o seu melhor amigo de há muitos anos, que sempre gostou dela, e dão início a uma nova história de amor.

Até que Jesse liga a Emma, a dizer que está vivo, e de volta a casa...

De certa forma, fez-me imediatamente lembrar o meu próprio romance, em que Sofia perde Filipe, também num acidente, quando ele viajava em trabalho, e ela começa a reconstruir a sua vida com uma outra pessoa, até ele voltar a aparecer.

Só que, ao contrário do destino que dei às minhas personagens, nesta história, estava a torcer precisamente pelo oposto. O que não deixa de ser curioso.

 

 

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Já sabemos que, quase sempre, o livro é melhor que o filme, e este não é excepção.

No livro, conhecemos mais profundamente cada personagem, o contexto em que toda a história se desenrolou.

Vamos avançando no tempo, à medida que também eles vão ficando mais velhos.

O livro realça ainda mais cada uma das perspectivas, e a dúvida legítima.

Não há ninguém certo, nem errado, nem ninguém culpado.

Todos sofreram. Todos ainda podem sofrer. Por conta de um destino que decidiu brincar com eles.

 

Jesse passou por um inferno, isolado numa ilha. Teve que aprender a sobreviver, a lutar, a superar os seus piores pesadelos, para voltar à vida, e para Emma (o seu maior foco para não desistir). Agora que finalmente o conseguiu, percebe que Emma está noiva de outro homem.

Emma sofreu por ter perdido o amor da sua vida. O seu companheiro. O seu porto de abrigo. Quase enlouqueceu mas, com a ajuda da família, foi-se recompondo, até que a vida lhe deu uma segunda oportunidade de amar e ser amada. Quem a poderá condenar?

Sam já abdicou de Emma uma vez. Reencontrou-a, conquistou-a, e agora está a ponto de perdê-la novamente, para o mesmo homem. Não é justo estar na sua situação, à espera que a mulher que ama descubra de quem gosta mais, com quem quer ficar.

Mas, como disse a irmã de Emma, talvez a questão não seja essa: quem Emma ama mais. Talvez seja se Emma quer voltar a ser a Emma  que era com Jesse, a do passado, ou a Emma que é com Sam, a do presente.

Porque Emma não é mais a mesma de antes.

 

 

 

 

O filme, como é óbvio, não poderia contar a história com todos os pormenores que o livro contém.

Ainda assim, não considerei que tenha sido a melhor forma de a contar.

Ficou tudo muito banal. E faltaram algumas peças do puzzle que, não sendo imprescindíveis, ajudariam.

Para quem se depara com estas personagens pela primeira vez, parece tudo muito forçado, rápido demais, pouco sentido, assim um pouco a querer "despejar" a história, com algumas inovações, mas sem conseguir o resultado pretendido.

Por outro lado, foi bom poder visualizar e identificar algumas cenas, locais, pessoas.

A destacar, relativamente ao filme, a interpretação de Simu Liu (Sam), que é a pessoa que mais abre o seu coração, e mostra a toda a sua fragilidade e o seu receio mas, ao mesmo tempo, todo o seu amor, em cada gesto, em cada passo. É de uma generosidade e bondade, que poucos teriam, no seu lugar.

Era, definitivamente, por ele, que eu estava a torcer.

 

Ontem, vi o filme com a minha filha, em casa.

Na versão original, apenas com legendas em inglês (uma estreia para mim).

A minha filha dizia que nem sabia o que dizer, nem o que Emma deveria fazer mas, talvez, o mais justo fosse ela escolher ficar sozinha.

E, claro, aposto que haverá muita gente a torcer para que Emma fique com Jesse.

 

Mas só ela poderá tomar uma decisão...

 

 

 

Memórias de Uma Eterna Guerreira

Marta Segão - MEMORIAS DE UMA ETERNA GUERREIRA_ca

 

A ideia ganhou forma, e concretizou-se!
Este é o livro de homenagem à minha mãe.
 
E até a capa tem um significado.
Tenho a foto desta gaivota há muito tempo e, quando a vi, achei que era perfeita.
Sim, é uma capa muito cinzenta, mas representa, de certa forma, a tristeza da partida, o luto.
 
Depois, na contracapa, um cenário mais animador: um céu azul e branco, que representa a bonança, depois da tempestade.
A esperança.
O seguir em frente.
 
Não é o fim.
Mas um recomeço.
Para ela, onde quer que esteja.
E para nós, que ficámos.
 
 
 

Marcador 50x195 MEMÓRIAS DE UMA ETERNA GUERREIRA.

 

E os marcadores foram uma pequena extravagância da minha parte!

 

 

Mais uma edição de autor, com o apoio da Euedito.

 

Reflexão ao livro "Terra Azul", de Célia Fernandes

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A Célia celebrou o aniversário do seu blog, mas fomos nós, leitores, os presenteados com o seu livro "Terra Azul", uma chamada de atenção para a importância de preservarmos o que de melhor, mais bonito e fundamental à vida, temos no nosso planeta. 

 

"Terra Azul", no entanto, não se refere, unicamente, à Terra, conhecida como "o planeta azul".

Pode ser uma aldeia, uma vila, uma ilha, um refúgio natural que, ainda que habitado por humanos, continua a ser respeitado ou preservado. O que é cada vez mais raro no mundo em que vivemos, porque o ser humano é egoísta ao ponto de só se preocupar consigo, de usar e abusar dos recursos que foram colocados à sua disposição, e de pensar que tudo estará sempre ali, dado de mão beijada pela natureza, sem consequências, causadas pelas alterações que o mesmo, constantemente, provoca. 

O ser humano ainda não percebeu, por exemplo, que, sem "verde", não há alimento para os animais. Nem para si. E se os animais morrem, ainda menos alimento há para si. Que, sem "verde" não há oxigénio. E, sem oxigénio, o ser humano morre.

Ainda não percebeu que, sem "azul", não há água. Não há sol. Não há vida. E ele morre.

Por isso é tão importante preservar os recursos que temos e que, ao contrário do que possamos acreditar, não são inesgotáveis.

 

Por outro lado, "Terra Azul" pode simbolizar um conjunto de valores, tradições, crenças e atitudes, que ainda se vão mantendo e que, por serem tão raros, se escondem e isolam, para que não sejam perdidos também.

Para quem lá vive, é a única forma de o evitar. 

A não ser que consigam encontrar outros seres, e outras "terras" igualmente "puras", que lhes devolvam a esperança de poderem juntar-se, e transformar um mundo em decadência, a caminhar para a morte, num mundo renovado, que devolva a vida!

Mostrando que, por vezes, a união faz a força.

 

Relativamente à história, Sara vive na Terra da Esperança, onde os seus habitantes são gente boa, amiga e que se ajuda mutuamente, respeitando a natureza.

Já Fernando, vive na Terra Azul, um paraíso escondido de todos, onde só entra quem tiver pureza no coração e, por norma, quem entra não poderá sair.

O nascimento de Sara pareceu trazer alguma mensagem especial, que só iremos perceber quando ela for adulta, e partir à aventura, para devolver à sua terra a vida de antigamente.

Será assim que, juntos, Sara e Fernando irão fazer algo inesperado, unindo duas terras, e dois povos, numa única comunidade, com os mesmos valores e princípios, renovando a esperança.

 

Quem diria que, de uma história tão simples, e tão pequena, se poderia retirar tanto!

Muito obrigada, Célia, por me (nos) teres proprocionado esta leitura.

 

 

 

Desafio Tema Vida

Canteiro de Ideias: Setembro 2014

 

A Célia desafiou-nos a escrever um texto sobre o tema "Vida",

no âmbito da celebração do aniversário do seu blogue.

Esta é a minha participação:

 

"A vida é como uma contagem decrescente para o seu próprio fim.

Como um cronómetro, que se liga no momento em que nos é dada, e que um dia chegará ao zero.

Como uma ampulheta, que nos diz que o tempo está a passar e que, um dia, se esgotará definitivamente.

 

Quantas vidas temos nós?

Quantas vezes poderemos parar ou reprogramar o cronómetro?

Será possível virar a ampulheta da vida ao contrário, para termos mais tempo de vida?

 

A vida é um ciclo, com princípio e fim.

Se esse ciclo se renova, ninguém sabe.

 

A vida é um caminho, que nos é permitido percorrer e explorar.

A vida é um jogo que nos é permitido jogar.

A vida é, toda ela, uma experiência.

 

É um conjunto de sentimentos. De emoções. De acontecimentos que nos marcam, e nos definem.

É um conjunto de memórias que vamos guardando. De pessoas que vamos conhecendo. De lugares e coisas que vamos descobrindo.

A vida é algo que podemos gerar, mas sobre o qual, a partir desse momento, deixamos de ter qualquer poder.

 

Viver é amar, e ser amado.

É ser feliz, e partilhar essa felicidade.

É agarrar a oportunidade, que não sabemos se voltaremos a ter.

E fazer o que de melhor conseguirmos com ela.

Porque cada vida é única, e não se voltará a repetir."

 

 

Para verem todas as participações, espreitem o blogue aniversariante Raios de Sol!

Uma semana sem ti...

Diário de Desabafos: Saudade

 

Prólogo do livro "Memórias de uma eterna guerreira"

 

"Partiste...

Partiste sem despedida. Sem pré-aviso. Quando o nosso coração estava a começar a encher-se de uma pequena esperança.

Conhecendo-te, atrever-me-ia a dizer que levaste a tua ideia avante, ou não fosses tu conhecida pela teimosia.

Deixa lá!

Dizem que sou tão teimosa como tu, por isso, já se sabe o que podem esperar daqui também.

Mas, como dizia, tanto afirmaste que não querias ir para um hospital, e tanto resististe à ideia de um possível internamento que, quando não foi mais possível, e não houve mais hipótese de escolha, de escapar a essa realidade, encontraste forma de fintar o destino.

Trocaste-lhe as voltas. Não querias ficar no hospital. E partiste. Concretizando o teu último desejo.

Ou então, não. 

Se calhar, não tiveste mesmo livre-arbítrio, e foi ela que te veio buscar. 

A temida e desconhecida morte. 

Aquela que coloca um ponto final à vida terrena, e que não sabemos se terá uma continuação, ou uma outra forma, noutro qualquer plano do universo.

Talvez para que não sofresses mais. E para que não sofrêssemos também, ao ver-te sofrer. 

Embora o nosso sofrimento fosse o menor dos males, comparado com o que estavas a passar. Sofríamos porque nos víamos impotentes. Porque queríamos ver-te bem, e não sabíamos como. Porque queríamos respeitar a tua vontade, ainda que ela nos tirasse um pouco de ti, a cada dia.

Imagino que, para uma pessoa que toda a sua vida assumiu as rédeas e o comando, seria muito difícil estar, agora, tão dependente, tão limitada.

Que, para uma pessoa que sempre se habituou a cuidar dos outros, fosse complicado ver-se agora a ser cuidada, por conta de uma doença que estávamos longe de imaginar que terias.

Atrevo-me a dizer que, se não sabias com certeza, pelo menos sentias que a morte estava próxima. Tu bem dizias que não te estavas a entregar, mas que, um dia, ela viria.

Só não sabíamos que viria tão depressa.

Nem mesmo quando o médico nos disse, a ti e a mim que, se não fosses internada, "estava para breve". Afinal, o que é o breve? 

Para ti, foi mesmo muito breve. Apenas uns dias, que nos pareceram meses, e, ao mesmo tempo, escassos segundos que nos escaparam por entre os dedos, sem nos dar hipótese para mais nada.

Dizem que partiste tranquila. Tomara que sim. Que, pelo menos, nesse último suspiro, não tenhas sofrido.

E que, no meio de todos os pensamentos que te habitaram nesses instantes, tenhamos estado contigo, já que não nos deixaram estar fisicamente, na despedida, que não sabíamos que ia acontecer.

Sim, somos um pouco egoístas. Ao ponto de desejarmos os teus últimos pensamentos. Ao ponto de sentirmos a tua falta, e querer que cá estivesses, como sempre. Mas não a ponto de esse desejo se concretizar à custa do teu sofrimento.

Para isso, preferimos ter-te aí, onde quer que estejas. Esperando que a moradia seja mais apelativa e confortável que aquela onde, fisicamente, te deixámos.

E, não querendo pedir muito, que vás dando um olhinho por nós, que andamos aqui em modo de adaptação à tua ausência, para que não nos percamos, e não te percamos, nem à memória dos momentos que nos proporcionaste, enquanto estiveste connosco. 

Este livro é uma homenagem a ti, criança e mulher guerreira, de muitas lutas, que sempre aguentou o barco, mesmo quando ele ameaçava afundar. Que sempre se manteve firme como pilar, para que o resto da estrutura não caísse.

Uma guerreira que terá, agora, o seu merecido descanso!"

 

 

Faz hoje uma semana que nos deixaste.

Uma semana desde que recebi a triste notícia.

Uma semana de saudades, e de muitas emoções.