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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Lou", na Netflix

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Uma mulher prepara-se para pôr fim à vida.

Queima os seus segredos mais obscuros.

Deixa o seu dinheiro, e a sua casa, a alguém, bem como comida para o seu cão, que ficará sem dona.

Numa noite de tempestade, Lou está sentada numa cadeira, com a arma junto a si, a ganhar coragem para se matar.

 

Mas Hanna, a sua vizinha e inquilina, entra-lhe pela casa, desesperada porque lhe raptaram a filha, e precisa de comunicar com o xerife da região.

E Lou vê os seus planos adiados, ao decidir ajudar Hanna a ir atrás do raptor, e resgatar a menina.

 

O que, cedo, percebemos, é que o homem que raptou a filha de Hanna, e Lou, são velhos conhecidos.

E Lou esconde mais sobre este rapto, do que Hanna possa imaginar. 

Ainda que ambas estejam do mesmo lado, e tenham o mesmo objectivo.

 

Embora Lou esteja a tentar compensar os erros do passado, e a tentar fazer algo de bom na sua vida, ela continua a mostrar-se uma mulher fria, de poucos sentimentos, de parcas palavras.

O seu lado de espia fala mais alto. 

Manter-se viva. 

Escapar a quem quer eliminá-la.

Sacrificar quem tiver que ser...

 

Será Lou capaz de, uma vez na vida, sacrificar-se, também ela, pela vida de alguém?

Ou verá, neste rapto, um aviso para continuar a viver porque a sua missão ainda não terminou?

 

E do lado do raptor, Philip, o que o levou a cometer este acto? A roubar a sua filha da própria mãe, e que vingança pretende, contra todos os que lhe fizeram mal, ou lhe viraram as costas?

 

Um filme que vale a pena ver!

 

 

 

Viver Sem Ti, de Jojo Moyes

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Não li ainda o primeiro livro - Viver Depois de Ti, tendo apenas visto o filme.

Talvez por isso me tenha custado um pouco ler a sequela - Viver Sem Ti. Porque eu quero ver todas estas cenas desenrolarem-se no ecrã. Quero recordar a Lou, quero ver as suas expressões, as suas reacções, quero ver vida nas personagens novas que agora chegam. Depois de se conhecer, e "conviver" com a Lou, é difícil não voltar a olhar para ela, e tentar apenas imaginar através das palavras da autora.

 

À semelhança do que já por diversas vezes foi dito, esta história não é tão avassaladora como a primeira mas, ainda assim, prende os leitores.

A mim, fez-me ainda pensar em vários cenários que, com a leitura, percebi que não iriam acontecer, como por exemplo:

- o acidente da Lou - imaginei que ela iria precisar de recuperação, que seria feita pelo Nathan, anterior fisioterapeuta do Will

- a pessoa do passado do Will, que Lou iria encontrar - sempre pensei que fosse o Nathan, e que um possível romance, a acontecer, seria entre os dois

 

Depois, com a leitura, percebe-se que o acidente foi apenas um "meio" para a autora nos levar até onde queria, e com um desenvolvimento que não estaríamos, certamente, à espera.

Quem será então essa pessoa do passado de Will? Eu confesso que, quando me deparei com ela, me perguntei se seria mesmo verdade? É que seria a última coisa que podia esperar. Nunca tal me passaria pela cabeça.

E, se não é Nathan que irá conquistar o coração de Lou, quem será?

 

Viver Sem Ti é, numa palavra, uma história de "superação", a todos os níveis. Superação da morte do Will, não só pela Lou, mas também pelos seus pais. Superação por parte da família da Lou, pelas decisões por ela tomadas. 

É uma segunda oportunidade que chega para todos. Uma janela que se abre, depois do fechar de uma porta. O regresso às origens e, ao mesmo tempo, um passo para o futuro. O reencontro e a reconciliação, depois da mágoa e vergonha. 

Há ainda espaço para a autora dar um pouco mais de relevo à vida do casal formado pelos pais da Lou, e uma certa "emancipação" ou "desabrochar" de uma mãe de família e dona de casa, que se transforma numa mulher mais livre e independente, pensando talvez, pela primeira vez, em si própria em vez de nos outros.

E para mostrar os problemas das famílias desestruturadas e os riscos que os adolescentes, criados nesse ambiente, correm, nomeadamente, brincadeiras e situações em que se colocam que poderão, mais tarde, ter impacto na sua vida, na sua forma de se ver e de agir.

 

Depois desta leitura, só fiquei com uma dúvida: se os títulos das duas obras não deveriam ser trocados!

É que no primeiro, ela terminará a viver sem o Will. E neste, terá que refazer a sua vida e aprender a viver depois do Will - um ano e meio depois dele ter feito parte da sua vida. 

 

Qual é a vossa opinião?