Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada...
Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!
Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada...
Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!
Há uns anos, uma amiga da minha filha perguntou-me se me podia tratar por tia.
Disse-lhe que, por mim, não havia problema, se ela se sentia à vontade assim.
Ontem, a minha filha perguntou-me se uma outra amiga poderia ir lá a casa almoçar com ela. Esta é recente, e ainda não a conheço pessoalmente mas, em conversa ao telemóvel com a minha filha, mandou-me uma mensagem "Olá tia Marta!".
E eu, depois, perguntei à minha filha "porquê tia?".
Responde-me ela: "Então não sabes que nós tratamos as mães das nossas amigas por tias?"
Eu: "Ai sim?"
Ela: "Sim! Por isso, és tia de todas as minhas amigas!"
Eu, ao fim de um momento: "Xii... Tenho tantas sobrinhas!"
Na última semana acompanhei duas séries e, em ambas, havia uma mãe que, como é óbvio, diz amar os seus filhos mais do que tudo na vida mas, ainda assim, uma mãe ausente.
Em ambos os casos, a ausência deveu-se ao trabalho exigente de cada uma delas, que as obrigou a deixar os filhos aos cuidados de terceiros.
Sofia, apesar de viver com o seu filho Emil, estava tão embrenhada no seu trabalho de investigação criminal, que não fazia a mínima ideia do que se passava com o filho na escola, da criança em que ele se estava a transformar, e das consequências que a constante falta de uma mãe presente estavam a provocar a nível psicológico, no seu filho.
Apesar de morarem juntos, pouca ligação tinham. Sofia não sabia o que fazer com ele e, das poucas vezes em que prometia um programa a dois, acabava por ter que cancelar, por causa do trabalho.
Emil estaa a ser, basicamente, criado pela meia irmã ou por vizinhas, que tomavam conta dele quando a mãe não estava.
Atrevo-me a dizer que Sofia se sentia mais realizada e confortável a nível profissional, do que familiar.
Já Emma, preparou-se toda a vida para ser astronauta e, especialmente, para a primeira viagem a Marte.
Durante essa missão, o seu marido sofre um AVC que o deixa numa cadeira de rodas, e a filha de ambos, a adolescente Alexis, terá que lidar com a doença do pai, com a ausência de 3 anos da mãe, com a hipótese de a mãe não regressar a casa, com o primeiro amor e com todas as inseguranças próprias da sua idade.
Como é que se pode educar alguém à distância? Como é que se pode participar do crescimento de um filho, com uma ausência tão longa, na fase em que mais precisa dos pais?
E como se pode delegar essa função numa "equipa de apoio"?
Ainda assim, ao contrário de Sofia, desde cedo se vê Emma a querer voltar para casa, a querer voltar para a família, a sofrer pela distância.
Será mesmo possível, para estas mães, conciliar a vida profissional e familiar?
Ou terão que abdicar de uma delas, para se poderem focar totalmente na outra?
Parecia-nos que seria um daqueles filmes habituais de adolescentes desaparecidas, em que estamos sempre à espera do pior: sequestro, violações, mortes...
Mas é muito mais do que isso.
Desaparecida apresenta-nos duas mães, com atitudes totalmente opostas: a permissiva demais, e a repressiva de mais.
Cada uma tens as suas razões para agir dessa forma, sem que isso signifique que uma pouco se importa com o que a filha faz, e que a outra se preocupa sem necessidade.
A primeira dá total liberdade, sem qualquer limite ou travão. A segunda quer manter, o quanto puder, a filha numa bolha, livre de qualquer perigo.
De que forma é que o comportamento destas duas mães, em relação às respectivas filhas, as faz tomar as decisões que resultaram no seu desaparecimento?
Por outro lado, temos duas amigas.
Uma que está habituada a fazer tudo o que lhe apetece, sem regras ou imposições, sem castigos, sem stress.
Que aparenta gostar da forma como a mãe lida com ela mas, no fundo, talvez a incomode tanta indiferença.
E outra que é responsável e tenta fazer as coisas certas, mas gostava que a mãe confiasse mais nela, e não a "sufocasse" tanto, como se ela fosse ainda uma criança.
Ambas têm 18 anos.
Outra questão que o filme aborda é a amizade na adolescência, e a forma como essa amizade pode ajudar ou colocar em perigo. Até que ponto, em nome da amizade, devemos abrir excepções, quebrar as regras? Até que ponto devemos ficar junto aos nossos amigos, ou abandoná-los à sua sorte, quando não veem o perigo em que se estão a colocar?
Até que ponto os amigos nos podem influenciar negativamente?
E, no meio de tudo isto, onde andam os pais?
Ao que parecem, seja pelo trabalho que exercem, ou por mero descomprometimento, deixaram a educação e criação das filhas (e filhos) a cargo das mães, recaindo assim, sobre elas, a responsabilidade sobre o que lhes venha a acontecer.
Durante todo o filme, nunca apareceram.
Mas, afinal, como é que tudo começa?
Kaitlin e Matty vão passar as férias da Páscoa num resort, juntamente com as respectivas mães e o irmão de Kaitlin.
Enquanto Lisa tenta que Rene descontraia e deixa a filha aproveitar as férias, Rene tenta controlar ao máximo a filha, com quem conversa, o que bebe, o que veste. As férias começam assim, com uma discussão entre rene e Kaitlin, que fica de castigo no quarto, sem permissão para sair.
No dia seguinte, tanto Kaitlin como Matty são dadas como desaparecidas, sem que ninguém saiba o que lhes aconteceu,ou para onde terão ido.
Depois de algumas buscas, as mães são informadas de que apenas uma adolescente foi encontrada. Qual delas terá sido? E o que aconteceu com a outra?
Terá sofrido às mãos daquele homem que tem aspecto de pervertido? Ou terá sido atacada pelo namorado, que entretanto tenta fugir do hotel?
A determinado momento, no filme, as mães trocam acusações entre si. Terá sido culpa de Lisa, por dar demasiada liberdade à filha que, por sua vez, leva a amiga para maus caminhos? Terá sido culpa de Rene, que por querer proteger tanto a filha, acabou por a empurrar para o perigo? Será culpa de Matty, que acha que está sempre tudo bem e nada lhes pode acontecer? Ou de Kaitlin, que sabia bem no que se estava a meter, e que a sua mãe não iria gostar e, ainda assim, não disse que não?
A haver alguma culpa, penso que terá que ser dividida por todos.
Mas haverá mesmo culpados? A verdade é que, como vimos, independentemente da liberdade e responsabilidade, ou falta dela, o que aconteceu poderia ter acontecido a qualquer um.
E no fundo, só se espera que todos saiam desta terrível experiência sãos e salvos, e unidos, como quando ali chegaram, seja nos momentos de dor e aflição, ou nos mais felizes.
Sinopse:
"Durante as férias, as amigas Kaitlin e Matty desaparecem num resort em San Diego. Determinada a descobrir o que aconteceu com a filha, a mãe de Kaitlin inicia sua própria investigação, ultrapassando todas as barreiras."
Pior que uma mãe se sentir frustrada por não conseguir ajudar um filho nos trabalhos escolares, é perceber o que é pedido, explicar ao filho de 50 maneiras diferentes e ouvi-lo repetir as conclusões e, na hora de ele escrever a resposta, ouvi-lo pronunciar um "não sei"/ "não percebi".
Isto dá cabo do sistema nervoso de qualquer mãe/ pai.
Ainda mais, quando a resposta está toda no manual e, mesmo que assim não fosse, é algo básico que qualquer um sabe.
Deixo aqui um apelo aos digníssimos professores: pela saúde mental dos pais dos vossos alunos, acabem com os TPC's!
Se eles têm mesmo que consolidar as matérias dadas em aula, que quem de direito retire a enorme quantidade de disciplinas e aulas semanais que os alunos têm, e substituam alguns desses tempos por apoio aos TPC's.
Assim, quando chegam a casa já não têm que ter mais essa preocupação, e os pais não têm que perder metade do seu tempo livre a ajudar os filhos, em vez das suas próprias tarefas, e terminar o dia irritados, chateados, e com uma vontade enorme de andar à estalada, que não resolve nada de qualquer forma, e só dá cabo de um tempo que poderia ser de qualidade, passado em família.
E não venham cá com coisas de que "ah e tal, eles têm que se desenrascar sozinhos" , "têm que ter responsabilidades" ou "esse trabalho é deles, os pais não têm que se meter".
Sim, eles têm que ser responsáveis, tentar fazer as coisas sozinhos e sem ajuda. Mas, na prática, o dever de ajudar os nossos quando é preciso fala sempre mais alto, e leva a melhor. Só que, se na maior parte das vezes corre bem, outras nem por isso.
Antigamente, ser mãe aos 15 ou 16 anos era algo que acontecia com regularidade. Hoje, a gravidez na adolescência nem sempre é bem aceite, tanto pelas futuras mães, como pelos próprios familiares, que pensam que as suas filhas ainda são crianças e não têm condições financeiras nem psicológicas para cuidar do bebé que vem a caminho. Por outro lado, consideram a gravidez como um acontecimento que irá prejudicar, de forma irremediável, o futuro dessas adolescentes.
Talvez por isso, e pela falta de apoio de quem as rodeia, muitas mães adolescentes tomem, frequentemente, a decisão de abortar. Com a legalização do aborto, essa opção passou a ser a melhor forma de se livrarem de um problema no qual, consciente ou inconscientemente, se colocaram, e que parece incomodar a todos à sua volta.
No entanto, existem adolescentes que até querem levar adiante a sua gravidez, e viver a experiência da maternidade, apesar da sua tenra idade. E é, nestes casos, que o apoio dos companheiros, dos pais, da família em geral, e até da própria sociedade, se torna fundamental.
Também existem associações que ajudam e acolhem adolescentes e mulheres grávidas, cuja situação socioeconómica, familiar ou psicológica as impede de assegurarem, sozinhas, o nascimento e educação dos seus filhos.
Uma dessas associações é a Apoio à Vida, cuja atividade foi iniciada em 1998, e que tenta mostrar que, por mais difícil que seja a situação em que essas adolescentes ou mulheres se encontram, ainda há quem as apoie para que possam tornar a vinda da nova criança desejada e possível.
Quem é que a Apoio à Vida ajuda?
* Adolescentes e mulheres grávidas, com dúvidas relativamente à sua gravidez, ou com falta de condições para preparar devidamente a chegada do seu bebé;
* Adolescentes e mulheres grávidas que colocam a hipótese de abortar por alguma pressão externa;
* Mães com bebés recém-nascidos;
* Familiares e amigos de grávidas, e das mães que apoiam, nomeadamente os pais dessas mães ajudadas.
De que forma é que a associação Apoio à Vida pode apoiar?
O principal objetivo é prestar apoio social e psicológico a todas as adolescentes e mulheres grávidas que a ela recorrem, através de um conjunto de técnicos especializados, como psicólogas, assistentes sociais, técnicas de inserção profissional, e de um importante núcleo de voluntários (médicos, enfermeiras, consultores jurídicos, e outros), que se encontram distribuídos por quatro grandes áreas de intervenção:
> Gabinete de Atendimento Externo
Acompanha e ajuda as mães a levar a sua gravidez até ao fim, promovendo e desenvolvendo as suas competências maternas, pessoais e sociais.
> Casa de Acolhimento Temporário
Na Casa de Santa Isabel, são acolhidas as mães grávidas em situação de maior dificuldade, que adquirem competências maternas e pessoais, recebem formação em diversas áreas, e são auxiliadas na construção de um projeto de vida que lhes permita conquistar a sua autonomia.
> Formação e Inserção Profissional
Através da Escola de Talentos, procuram dar resposta às necessidades de inserção profissional das mães, acompanhando-as na procura de trabalho.
> Acompanhamento Domiciliário
O Vida Nova tem por finalidade o acompanhamento das mães nos seus tempos iniciais de autonomização, através de voluntários que as vão apoiando, nomeadamente na organização da casa, na gestão do orçamento familiar, na limpeza e higiene pessoal, e nos cuidados com os filhos.
Por isso, se alguma vez estiverem numa situação idêntica e não souberem o que fazer, se se sentirem assustadas, e precisarem de apoio ou, simplesmente, conhecerem alguém que se encontre nessa situação, a braços com uma gravidez inesperada e sem saber que decisão tomar, já sabem que podem contar com a associação Apoio à Vida!