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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

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Mafrense: de que adianta ter um passe, se não há transporte?!

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Cerca de ano e meio depois de ter sido implementada a medida dos passes sociais, que provou ser uma excelente poupança ao final de cada mês, eis que a oferta de transportes, aqui na zona, está a piorar de dia para dia, ao ponto de deixar as pessoas nas paragens, à espera do próximo, ou a ter que usar o seu próprio veículo.

 

Passes sociais baratos, implicam mais passageiros a querer usufruir desses transportes.

No entanto, a frota de autocarros não aumentou. 

Lá uma vez por outra, vinha um segundo autocarro, em alguns horários, para fazer o "desdobramento".

 

A pandemia, por outro lado, veio limitar o número de passageiros, o que significa que estes não podem ter o autocarro cheio, como antigamente.

Como tal, a partir do momento em que o autocarro atinge a lotação permitida (e aqui depende muito do motorista que o leva, porque há uns que deixam entrar e outros não), quem estiver à espera, terá de continuar na paragem à espera.

Com a diferença de que não há "desdobramento". Não vem nenhum outro autocarro levar as pessoas que ficaram "penduradas" na paragem. E tão pouco haverá outro autocarro num curto espaço de tempo.

Normalmente, vêm de hora a hora.

 

Quem trabalha, e está a contar com o autocarro para de deslocar para o trabalho, vê-se impossibilitado de chegar a horas, sempre que não tiver lugar no autocarro que deveria apanhar. É impensável.

A alternativa será, para quem tem carro e pode, levá-lo e, com isso, gastar dinheiro em gasolina.

Ora, então, de que serve pagar um passe, se não há transporte?

De que serve poupar no passe, se depois, pra além do passe, tem que gastar em gasolina?

 

Enquanto a Mafrense não resolver estas situações (e outras como as do transbordo e ligação entre autocarros, em que muitas vezes os motoristas nem esperam), vai continuar a levar com reclamações constantes mas, no fundo, quem se lixa é quem precisa dos transportes e do dinheiro e, à falta dos primeiros, vê-se obrigado a gastar duplamente, o segundo.

O que se passa com os motoristas da Mafrense?

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No sábado passado aguardávamos, na paragem, a chegada do autocarro. Quando o vejo surgir e entrar na rua, pareceu-me vir aos ziguezagues e pensei "isto promete"!

Começou com a cobrança dos bilhetes - é certo que o motorista é para conduzir mas, sendo obrigado a desempenhar outras funções, assim o deve fazer, incluindo contas. Apesar de eu lhe ter facilitado o trabalho, indicando-lhe o valor, o motorista ainda ficou a fazer contas, e deu-me um valor errado, que tive que corrigir, desculpando-se ele por não ser muito bom a matemática. Até aí, tudo bem.

Mas o resto do percurso, de cerca de 10 km, foi feito com várias travagens bruscas, em que numa delas pensei mesmo que tinha chocado com o carro da frente.

Numa paragem, apesar de a passageira ter tocado à campainha, não parou. Só depois de alertado pela mesma, parou mais à frente, pedindo desculpa.

Já a chegar à minha saída, esperei que passasse pela paregem anterior, para tocar à campainha. E não é que o motorista pára a meio das duas paragens, sem saber se eu tinha tocado para a de trás, ou para a da frente. Tive que lhe dizer que era para parar na próxima. Felizmente, saímos sãs e salvas desta viagem atribulada.

 

Mas já não é a primeira vez que apanhamos motoristas que parecem estar a dormir, e acordar quando vêem carros pela frente a curta distância, obrigando a travagens bruscas.

E, depois, há aqueles que têm experiência com determinados autocarros, e com outros nem tanto, e passam grande parte do tempo que deveria ser para os passageiros entrarem, a receber indicações dos colegas, e ainda vão pelo caminho a tentar perceber a mecânica daquele veículo específico.

 

Nunca tive problemas nas minhas viagens na Mafrense, mas começo a temer, depois destes episódios que ocorreram no espaço de uma semana.

Isto já para não falar dos problemas de alguns autocarros, que dificultam a vida, tanto aos motoristas, como aos passageiros. Numa das viagens para casa, o mesmo teve que abrir e fechar várias vezes a porta traseira e, inclusive, desligar o autocarro na estrada, e voltar a ligar, porque senão não arrancava.