Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A propósito do Titan...

Missing-Submarine-Live-Titanic.png

 

É certo que incidentes, acidentes e tragédias podem acontecer a qualquer momento, sem que se possa fazer nada para evitar.

É certo que temos muito pouco controlo sobre a nossa vida, e o que se passa à nossa volta. 

Mas isso não significa que tenhamos que brincar com as nossas vidas, ou servi-las, de bandeja, à morte.

 

Há determinadas situações em que uma pessoa ainda consegue ter o mínimo de controlo, ter poder de acção.

E outras, em que estamos totalmente dependentes.

É o caso de uma viagem de carro ou autocarro, em que estamos dependentes do condutor. De avião ou avioneta, em que dependemos do piloto. Um elevador, ou outros mecanismos do género.

E, neste caso, um submarino.

 

Só de pensar em entrar dentro dele, e imaginar ficar fechado, debaixo de água, sem qualquer hipótese de fuga, com oxigénio contado, já é suficientemente claustrofóbico, para não me meter lá dentro.

Porque é, literalmente, entregar a vida nas mãos de uma máquina, e confiar cegamente.

Quem já fez a viagem turística, garante que vale a pena o risco. Risco que, ao que parece, era do conhecimento de todos os que se atrevem a desafiar o destino.

 

Ainda assim, o que seria do mundo sem os aventureiros?

Hamish Harding era um desses aventureiros, que já tinha, inclusive, viajado até ao espaço, para além de ser detentor de três recordes mundiais do Guinness, incluindo o maior tempo durante um mergulho na parte mais profunda da Fossa das Marianas, o local mais profundo dos oceanos. 

Paul-Henri Nargeolet, um oceanógrafo francês mais conhecido como Sr. Titanic, tantas as vezes que visitou os seus destroços (cerca de 25 mergulhos ao naufrágio desde 1987), foi outro deles.

Stockton Rush, marido de uma descendente de duas vítimas do naufrágio do Titanic, era também o CEO da OceanGate Expeditions, proprietária do submarino que o levou à morte. Mas, bem vistas as coisas, ele era o próprio a afirmar que a segurança era "puro desperdício".

Consigo compreender a vontade e o desejo destes três homens, em aventurar-se nesta expedição.

Já é mais difícil compreender quanto aos restantes dois tripulantes - Shahzada Dawood e Suleman Dawood - membros de uma das famílias mais ricas no Paquistão que, aparentemente, queriam só mesmo uma aventura diferente. Aliás, o pai queria, e o filho, apesar de estar, segundo uma familiar "apavorado", acabou por fazer a vontade ao pai.

 

E não é dos aventureiros que reza, quase sempre, a História?

Cinco pessoas morreram. E ficarão para sempre na História.

Duas tragédias interligadas: Titanic e Titan, o navio inafundável e o submarino que levava curiosos a explorá-lo.

Às vítimas, e aos destroços, do naufrágio de 1912 juntam-se, agora, em 2023, as vítimas, e os destroços, da implosão do submarino.

Maldição?

Acaso?

Destino?

Consequência de soberba, ostentação e irresponsabilidade?

Que importa...

 

Posso nunca ficar conhecida, ou ficar para a História. Posso nunca viver grandes aventuras. Ou grandes feitos.

Ainda assim, prefiro não correr riscos desnecessários.

Já basta tudo aquilo que temos mesmo que fazer, ou sobre o qual não temos qualquer poder de decisão.

Prezo muito a minha vida para arriscar perdê-la por puro capricho ou curiosidade sabendo, à partida, que, alguma coisa correndo mal (e aqui havia muitas coisas que podiam correr mal), a morte era certa, sem fuga possível.

Mas cada um sabe de si...

 

 

Imagem: ladbible

 

 

 

Crianças "prodígio": uma dádiva ou uma maldição?

Resultado de imagem para crianças prodígio

 

Ao longo do tempo, várias foram as crianças sobredotadas, também denominadas de "crianças prodígio", que se destacaram das restantes, das mais diversas formas, e nas mais diferentes áreas.

Uma criança destas não é, necessariamente, a melhor e mais inteligente em tudo, mas antes com um foco e especificidade própria sendo, por vezes, até desajeitadas no resto.

Ainda assim, é um dom. E um dom, deveria ser uma coisa boa, positiva.

 

No entanto, existem dons que se revelam, muitas vezes, uma "maldição" para quem os tem. Algo que os torna diferentes e, como tal, difíceis de compreender, aceitar, conviver.

A diferença, em vez de ser positiva, acaba por ter a conotação contrária.

É algo que as isola, que as coloca sob pressão, que as faz sentir-se exploradas, ou desejadas apenas e só, por esse dom.

 

Muitas vezes, professores mas, sobretudo, os pais, acabam por exigir ainda mais do que era suposto, a estas crianças que, apesar de tudo, deveriam ter uma vida normal, como qualquer outra.

 

É o caso de Laurent Simons, um rapaz de 9 anos, cujos pais queriam que ele se licenciasse antes do seu 10º aniversário, a 26 de Dezembro.

A universidade disse que era impossível, e os pais amuaram, e tiraram de lá o filho. Porque, para eles, tem que ser possível.

 

"O curso de Laurent demora três anos a fazer, mas ele esperava completá-lo em apenas dez meses. Contudo, a universidade avisou que seria impossível cumprir o prazo, visto que ele ainda tinha muitos exames para fazer, sugerindo que ele poderia acabar o curso em meados de 2020. Num comunicado citado pela BBC, a universidade indicou que apressar o final do curso não era compatível com o "discernimento, a criatividade e a análise crítica" necessários e que isso iria refletir-se no seu desenvolvimento académico.

Além disso, a universidade alertou contra a "pressão excessiva sobre o aluno de 9 anos", que reitera ter "um talento sem precedentes"."

 

 

Resultado de imagem para Gifted

 

Já no filme "Gifted", uma avó queria à força que a sua neta seguisse os passos da mãe (que acabou por não aguentar a pressão e se suicidar), porque era um desperdício não aproveitar o seu dom para grandes feitos, e deixá-la levar uma vida normal, conviver com as crianças "normais" e frequentar uma escola "banal", como o tio o fazia, cumprindo o desejo e vontade da sua falecida irmã.

Não que ele ocultasse ou quisesse impedir que a sobrinha usasse o seu talento. Mas fazia-lhe ver que a vida era muito mais que isso.

A partir do momento em que a avó ficou com a guarda da neta, ela viu-se rodeada de livros, professores, estudo e mais estudo, e nem lhe permitiram ficar com o seu gato de estimação.

E aquela criança passou a ser uma criança infeliz, revoltada.

 

A ideia com que fico é que, apesar de tudo, ser-se uma criança sobredotada é sinónimo de solidão, vazio, incompreensão, desajustamento, um certo "peso" que nem todas conseguem carregar, até mesmo alguma discriminação.

Que são, muitas vezes, usadas para caprichos e interesses de quem pode, de alguma forma, tirar partido delas, para benefício de si próprio, e não das crianças.

Que nem todos os que com elas lidam sabem gerir e manter um equilíbrio saudável entre um dom com o qual se nasceu, e tudo o resto.

Ready or Not - O Ritual

Resultado de imagem para ready or not

 

O filme tinha uma boa premissa:

Uma família louca, com uma estranha tradição de integrar os novos membros da família através de uma sessão de jogos de tabuleiro, e com uma crença vincada de que, se não cumprirem o ritual, morrerão.

 

Grace é a noiva, que de um modo subtil é aconselhada a não levar avante o casamento. No entanto, achando que é uma daquelas coisas que todos dizem aos noivos no dia do casamento, ignora, e casa-se com o herdeiro milionário da família.

Como manda a tradição, Grace é obrigada a participar, saindo-lhe a pior de todas as cartas. Agora, ela terá que jogar às escondidas, contra toda a família.

 

Os Le Domas têm até ao nascer do dia seguinte, para a matar, evitando a maldição que poderá cair sobre eles.

Grace, por sua vez, terá até ao nascer do dia para escapar com vida a todos os membros da família, ou morrerá.

 

 

A expectativa:

Ao longo do filme, assistimos a dois irmãos com atitudes distintas.

Alex, o noivo, que agora tenta ajudar a amada a escapar à tradição da família, afastou-se dessa mesma família porque não queria fazer parte destes jogos doentios e mortais, embora compreenda porque o fazem.

Já Daniel, cumpre a sua missão, embora não concordando e, sempre que possível, deixando para os outros os actos que ele não tem por que cometer, enquanto houver quem o faça por ele. 

São várias as vezes em que achamos que Daniel vai ceder, e ajudar a cunhada Grace. Será que ele vai mesmo fazê-lo, ou os laços de sangue, e a vontade de salvar a sua própria pele falará mais alto?

E Alex, conseguirá ele resistir à sua verdadeira natureza, ao legado que a família lhe está a transmitir?

 

 

A surpresa:

Grace dá luta do início ao fim, mas é apenas uma, contra todos.

Ainda assim, o filme reserva-nos duas surpresas, uma positiva e outra negativa. 

É a prova de que nem tudo o que parece, é.

 

 

A desilusão:

Quando se chega ao fim, o final é tão absurdo que acaba por ridicularizar e descredibilizar todo o filme.

E ficamos a pensar: "uau, que treta de filme"! 

Se era para acontecer o que aconteceu, mais valia fazê-lo com garra, com realidade, com luta, não com uma fantasia ultrapassada.

A Idade de Adaline

Imagem relacionada

 

Haverá muita gente neste mundo que não se importaria de viver eternamente, e/ou manter a sua aparência de jovem enquanto vivesse. Aliás, muito se tem procurado o elixir da eterna juventude, segredos para a longevidade e outras fórmulas milagrosas.

 

Em "A Idade de Adaline", Adaline Bowman ganhará, de forma inesperada, aquele que para a maioria das pessoas seria um dom muito desejado, mas que para ela será mais uma maldição - ficar parada no tempo, sem envelhecer, por mais anos que viva.

 

Para Adaline, ao contrário do que se poderia imaginar, este poder não lhe trouxe nada de bom, ou qualquer felicidade, bem pelo contrário:

- foi obrigada a ver a sua filha crescer longe de si, porque não faria sentido uma mãe parecer filha da própria filha

- foi obrigada a abdicar do amor

- foi obrigada a viver como nómada, sempre a fugir e mudar de identidade a cada década

- viu todos aqueles que lhe eram mais queridos morrer, enquanto ela continuava viva e cada vez mais sozinha

 

A cena que mais me comoveu foi aquela em que ela teve que se despedir do seu companheiro de quatro patas, que já estava velhinho, quando ela pensava que ele a iria acompanhar para sempre. 

 

Adaline não conseguiu encontrar explicação para a sua nova condição, e tão pouco procurou ajuda, porque não queria tornar-se objecto de estudo. Aceitou, e tentou levar a sua vida adiante, o melhor que pode.

Agora, Ellis surge na sua vida de forma inesperada, e fá-la questionar de deverá fugir de novo, e abdicar novamente de uma vida a dois, ou se está disposta a dar uma hipótese ao amor, com todos os riscos que isso acarreta.

Até quando conseguirá ela aguentar esta vida estranha que leva? Quantos mais anos passarão? Haverá alguma forma de se tornar novamente numa pessoa normal, como todas as outras?

 

Um filme que recomendo!

 

Ontem fomos ver Vaiana!

 

Resultado de imagem para avó de vaiana

 

E, para mim, o prémio de melhor personagem do filme vai mesmo para o galo Heihei!

Um galo mudo e tolo, que nos fez rir imenso, e lembrar da Amora, em muitas cenas :)

 

 

Resultado de imagem para te fiti

 

Como é que tudo começa? Com a avó Tala, a contar a lenda do coração de Te Fiti, de como foi roubado pelo semideus Maui, e de como tudo mudou e se desequilibrou desde então. 

 

 

Resultado de imagem para vaiana

 

Vaiana ainda era, nessa altura, uma menina pequena, mas já sentia o mar a chamá-la e atraí-la, fazendo antever que o seu destino passaria por navegá-lo.

 

 

Resultado de imagem para vaiana

 

No entanto, não era essa a vontade dos seus pais, ou pelo menos do seu pai, que evitava a todo o custo que Vaiana chegasse perto da água, e sequer ousasse passar para lá do recife, onde se escondiam grandes perigos que poderiam pôr em perigo toda a ilha. E era na ilha, e no seu povo, que Vaiana tinha que se concentrar.

 

 

Resultado de imagem para avó tala

 

Mas a sua avó, a "velha maluca"  da ilha, mostrou a Vaiana quem era, verdadeiramente, o seu povo, e porque razão o mar a chamava. Ela tinha sido escolhida para uma missão, e teria que a concretizar.

 

 

 

Imagem relacionada

 

E, assim, Vaiana parte em busca do semideus Maui, para que ele possa devolver o coração de Te Fiti e acabar com a maldição que ameaça todas as ilhas, incluindo a sua.

 

 

Resultado de imagem para vaiana

 

Resultado de imagem para vaiana

 

Maui não irá aceitar de bom grado a imposição desta missão, nem a presença de Vaiana, e tudo fará para se escapar. Acabarão, no entanto, por se tornar amigos.

 

 

Resultado de imagem para vaiana

 

Depois de uma tentativa falhada de chegar a Te Fiti, Maui deixa Vaiana entregue a si própria. Ela decide enfrentar tudo sozinha.

 

 

Resultado de imagem para te fiti

 

O grande obstáculo é derrotar o monstro Te Ka, para conseguir chegar à espiral e colocar o coração de Te Fiti no lugar onde pertence, só que não existe mais a expiral.

 

 

 

Resultado de imagem para te fiti

 

Conseguirá Vaiana cumprir a sua missão?

 

 

Assim que soube deste filme, disse logo que o queria ver!

Ontem foi o dia. Aproveitámos que não havia testes para estudar, nem nada urgente para fazer, e fomos ao cinema para descomprimir.

A minha filha achava que não ia ser grande coisa. Adorou!

O meu marido ia "às cegas". Nem o trailer tinha visto. E também gostou!

E eu, não fui excepção! 

No entanto, considero que ficou um pouco aquem de filmes como Frozen ou Entrelaçados.

Parece-me que, ou se reinventam e criam uma história nova, realmente boa, que nos faça esquecer os anteriores, ou começamos a ter "mais do mesmo".

Preferia também, um filme menos cantado. Uma ou duas músicas, no momento certo, bastavam.

Quanto ao nome do filme, não é por ter sido o escolhido para Portugal, mas penso que fica muito melhor, e mais poderoso, Vaiana!

Um filme a não perder este mês, para quem gosta do género, e capaz de fazer cair algumas lágrimas aos mais sensíveis!