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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Porque devemos manter os manuais do ano anterior?

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Porque podem vir a fazer falta no ano seguinte!

 

A professora de Geografia deste ano pediu aos alunos para levarem o manual e caderno de actividades de geografia do 7º ano, para continuarem a dar a matéria que ficou por dar desse ano.

Como guardo tudo, ainda os tinha em casa, e resolvemos o assunto.

Mas, e quem já emprestou ou doou os manuais? Como é que faz agora?

 

 

A matéria de matemática que a minha filha tem estado a dar são as potências mas, claro, com as férias de verão pelo meio, e essa matéria dada no início do ano anterior, muitas regras estão esquecidas. Ontem,fui procurar o manual do ano passado, para ver se ajuda a relembrar.

 

 

Se não tivesse por hábito guardar os manuais, não tinha como esclarecer dúvidas ou rever matérias dadas anteriomente.

Até porque, em muitas disciplinas, a nova matéria não é mais que a extensão da matéria já dada, mas agora mais complexa.

 

Petição contra o excesso de peso das mochilas

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Um ator, uma jornalista e dois médicos lançaram uma petição para limitar o peso nas costas das crianças. Com 15 mil assinaturas até ao momento, eles querem chegar às 20 mil, de forma a obrigar o Parlamento a legislar sobre esta matéria - http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT84219.

 

Mas, onde reside exactamente o problema das mochilas com excesso de peso? Eu diria que reside em diversos factores, uns mais influenciadores que outros, mas que poderiam ser melhorados.

 

1º Factor - Os manuais escolares

Antigamente, para cada disciplina havia um manual escolar.

Hoje, para cada disciplina, existe um manual, um livro/caderno de actividades e, muitas vezes, um terceiro, que se utiliza menos, mas ainda assim necessário.

O que significa que, para uma disciplina, a criança terá que levar, no mínimo, 2/3 manuais e um caderno.

Só aqui, já o peso duplica ou triplica.

 


2º Factor - A distribuição das disciplinas

O facto de, em determinados períodos, colocarem duas ou mais disciplinas diferentes faz com que os alunos tenham que levar, para cada uma delas, todo o material necessário.

Ainda hoje, só para o período da manhã, a minha filha levou 3 livros para português, 2 livros para ciências, 2 livros para geografia, 3 cadernos, e os estojos na mochila. Se tivesse apenas 2 disciplinas, o peso reduzia. Ou seja, embora seja benéfico, por um lado, as crianças não serem massacradas por muito tempo com a mesma disciplina, por outro lado, ao diversificá-las, acabam por contribuir para o excesso de peso, já que para cada uma é preciso uma grande quantidade de material.

 

3º Factor - A distribuição das disciplinas por salas

Uma turma que tenha todas as suas aulas numa mesma sala, durante o período da manhã, ou da tarde, pode deixar as suas mochilas na sala de aula. Já se tiverem cada aula numa sala diferente, são obrigadas a carregar a mochila pesada de um lado para o outro.

 

4º Factor - A junção de outras disciplinas, juntamente com educação física

Isto obriga a que a criança, para além da mochila com peso a mais por conta dos manuais e restante material, ainda tenha que levar mais um saco de desporto ou outra mochila, para a disciplina de educação física. Isto a juntar também à lancheira que a maioria também leva.

 

5º Factor - A insuficiência de cacifos, a insegurança e as regras de algumas escolas quanto ao seu acesso

Na escola da minha filha, nem todos os alunos têm cacifo. 

Os que têm, embora estes sejam relativamente seguros, face a outras escolas, ainda assim correm o risco de ter algum azar. O cacifo que a minha filha tinha, do ano anterior, foi arrombado no início deste ano. Valeu-lhe o facto de não ter lá dentro nada que interessasse a quem o fez.

Por outro lado, a utilização dos cacifos não é prática aqui nesta escola. O facto de a escola não ter acessos pelo exterior, tendo que ser feito interiormente, levou a direcção a não permitir a permanência dos alunos no interior nos intervalos, obrigando-os, nos dias de bom tempo, a vir para o átrio ou outros espaços. 

Ora, é no interior que se localizam os cacifos. Se os alunos não podem aceder aos mesmos nos intervalos, só o poderão fazer depois de tocar para entrar, quando já deveriam estar a caminho da sala de aula. Isto leva-os a atrasos sem sentido, e acaba por desmotivá-los para o uso do cacifo, preferindo andar com a mochila de uma sala para a outra, e mantê-la consigo nos intervalos.

 

6º Factor - Os TPC's

Muitas vezes perguntam-me "mas ela tem que levar tudo isso para a escola?" ou "será que ela não pode deixar alguma coisa na escola?".

Sim, tem que levar, a não ser que os professores, antecipadamente, digam que não é necessário. E sim, tem que trazer de volta, porque há sempre trabalhos de casa diários para fazer, fichas que requerem consulta dos manuais, ou o caderno para escrever as respostas, testes para os quais tem que estudar.

Resolvido o problema dos cacifos, voltamos assim à velha questão dos trabalhos de casa que, para além de tudo o mais que já sabemos, contribui ainda para o excesso de peso nas mochilas das crianças.

 

7º Factor - Os horários repartidos

Crianças que tenham aulas no período da manhã e da tarde, e que almocem na escola, têm que levar, logo pela manhã, o material para todas as disciplinas do dia, o que significa que o material, já de si triplicado, irá novamente duplicar ou triplicar. Se os alunos tiverem aulas apenas num dos tempos, isso poderá ser evitado.

 

 

Agora imaginem juntar a tudo o que os alunos, por norma, levam para a escola, algum material extra que os professores peçam (calculadora, dicionário ou outros), e aqueles objetos que não dispensam como carteira, telemóvel, chaves, chapéu de chuva e por aí fora.

Mesmo que os alunos vão para a escola e voltem para casa de carro, ou transporte público, ainda assim têm que a carregar na escola.

E o mesmo para aquelas crianças, como é o caso da minha filha, em que sou eu que, quando posso, lhe levo a mochila, nos dias em que vamos a pé, chegando à escola cheia de dores nas costas.

Agora imaginemos uma criança que tenha que fazer o seu percurso a pé, de casa para a escola e vice-versa, com esse mesmo peso às costas.

Não faz qualquer sentido. Mas é o que mais se vê hoje em dia. Crianças que mal conseguem andar, que se vêem aflitas com tanta coisa para levar, que caminham quase curvadas, para contrabalançar o peso das costas.

 


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As crianças saudáveis de hoje, serão adultos com graves problemas de coluna, e repercussões na saúde para toda a vida, se esta situação não se alterar. Há quem sugira determinado tipo de mochilas, para melhorar a postura, mas o problema não está na qualidade das mochilas. Começa muito antes de chegarmos a essa parte.

 

 

Quem por aí se queixa do mesmo?

 

 

 

 

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Sobre os bancos de troca de livros...

...e manuais escolares.

 

Ainda no outro dia estava a falar sobre este assunto com a minha filha. 

Hoje em dia, pelo que vejo pelos livros que comprei para ela, talvez a pensar no posterior aproveitamento dos manuais para outras crianças nos anos seguintes, são vendidos, em conjunto, livros de fichas, cadernos de aplicação e outros do género, de forma a que os exercícios não sejam respondidos nos manuais principais.

Mas, ainda que assim não fosse, seria sempre mais recomendável fazer os ditos exercícios no caderno.

No entanto, há professores que aceitam e até preferem que os mesmos sejam respondidos nos próprios livros, o que, de certa forma, os inutiliza caso o seu destino fosse um banco de troca de livros. Afinal, de que servirá um livro em que já tudo esteja feito e corrigido?

Por outro lado, por mais nobres que sejam estas iniciativas (que o são), e bastante úteis nestes tempos de crise em que grande parte das famílias não tem dinheiro para a compra dos manuais, cada vez mais caros, há que ter em conta que nem sempre é a solução ideal.

Hoje, enquanto esperava a minha vez de ser atendida na papelaria, tive a constatação disso mesmo. Ao que parece, a professora (ou a escola) informaram a senhora dos livros que seriam precisos. E ela, como muitos pais, conseguiu-os num banco de livros. Agora, teve que trocar uns, e encomendar outros, porque foram introduzidas alterações que não constam nos manuais dos outros anos. 

E que convenientes são as alterações para aqueles que já viam a compra de livros a reduzir em grande escala! Embora não os possamos culpar inteiramente por tais alterações, a verdade é que as mesmas os beneficiam, e muito. Se os manuais mudarem a cada ano, como será possível aproveitá-los?