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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A importância de filtrar cada dia da nossa vida

Tempo de aprender para filtrar |

 

Cada dia da nossa vida é uma espécie de matéria em bruto, com diversos constituintes.

É a soma de tudo aquilo que foi acontecendo nesse dia, daquilo que ouvimos, experienciámos, dissemos, fizemos, de bom e de menos bom.

Parece muito, porque está tudo junto, e confuso, porque está misturado. Não é fácil, no momento, arrumar ou organizar os nossos pensamentos e sensações.

 

Por isso, é importante, no final de cada dia, colocar tudo numa espécie de peneira, filtrar a matéria em bruto, e perceber o que foi realmente importante, e devemos levar connosco, e o que não passa de lixo, de impurezas que não servem para nada, e mais vale deitar fora.

É importante absorver tudo aquilo que nos é benéfico, que nos faz sentir bem, o que nos ajuda a melhorar e crescer, aquilo que queremos guardar, o que de bom resultou desse dia. 

E descartar aquilo que não nos servirá para nada, e não valerá a pena estar a guardar e a ocupar espaço. Aquilo que apenas nos corrói, que é destrutivo e prejudicial, e nos ensombrará os dias seguintes, impedindo-nos de ver o sol.

A desresponsabilização dos professores no ensino à distância

 

Porto Editora e Leya com acesso gratuito a plataformas de ensino à ...

 

Neste terceiro período, aquilo a que tenho vindo a assistir, no que respeita às aulas à distância e aos modelos de ensino adaptados pelos professores, traduz-se, em grande parte das disciplinas, em desresponsabilização.

Os professores livraram-se, convenientemente, de explicar a matéria, para deixar o estudo e aprendizagem da mesma por conta dos alunos.

São enviados powerpoints, vídeos, até aulas da telescola da RTP Madeira, e planos de estudo com as páginas do manual a ler, e os exercícios para fazer.

Depois, em caso de dúvidas, podem-nas retirar com os professores.

Apesar de haver aulas síncronas, estas servem, muitas vezes, para transmitir informações, esclarecer dúvidas, ou indicar mais trabalhos para fazer. Poucas vezes são uma aula minimamente normal.

 

Não é, de todo, a melhor forma de ensino e aprendizagem.

Mas é preciso que estudem, e que fique o essencial na cabeça. Não há tempo a perder, é preciso terminar os conteúdos deste ano até porque, no próximo ano, vão avançar para a matéria desse mesmo ano, e esta será considerada dada e concluída.

 

Acho que querem tanto ajudar os alunos (será que é isso que querem mesmo?), não dando o ano por perdido, e sem intenções de prolongar as aulas por mais uns meses, alterando todo o calendário escolar, que estão a acabar por prejudicar muitos deles.

Está a ser exigido, aos professores, que leccionem os conteúdos previstos num ano de ensino normal, o que os leva a ter que cumprir programas e, sob pressão, despejar a matéria em cima dos alunos, e trabalhos exagerados que nunca fariam numa situação normal.

Os alunos são “obrigados” a perceber as coisas por si mesmos, e pressionados a mostrar trabalho todos os dias.

Acredito que, desde que começou o ensino à distância, nem sequer resta tempo para os alunos relaxarem, terem momentos de pausa, estar com a família sem pensar em estudos.

A minha filha, antes com duas tardes e uma manhã livre, passa agora os dias entre aulas e trabalhos, incluindo fins de semana e feriados, em verdadeiras maratonas.

 

As dores de cabeça passaram a ser uma constante, porque um dia inteiro à volta do pc, manuais e exercícios, não dá saúde a ninguém.

 

E para quê?

Para no final do ano se limitarem a dar as mesmas notas que tiveram no segundo período?

Para, no próximo ano, perceberem que não estão minimamente preparados para avançar, porque ficou muito para trás, para explicar?

 

Por mais autonomia que possam ter, ou métodos de estudo, por algum motivo existem aulas presenciais. Se não, toda a gente estudava em casa e deixava de haver escolas abertas.

Por algum motivo são precisos professores, para ensinar.

1ª Guerra Mundial, Feminismo e Loucos Anos 20

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Esta é uma parte da matéria que a minha filha tinha que estudar para o teste de História, e que eu achei mais interessante e fácil de apreender.

 

Desde o papel das mulheres na Primeira Grande Guerra, e que já tantas vezes li nos livros da Lesley Pearse, às mudanças na mentalidade e forma de viver, não só das mulheres, mas da sociedade em geral, do surgimento dos mass media e a importância da rádio, da televisão e do cinema, aos direitos reivindicados pelas mulheres, e liberdades e independência dos homens, que começaram a adquirir, desde as novas modas e modernices que que não estavam habituados, aos ataques para que as mulheres regressassem ao lar, sentido-se os homens ameaçados por uma eventual inversão dos papéis e masculização das mulheres, os anos 20 foram mesmo loucos!

 

Mas, como nem tudo são rosas, a outra parte da matéria era sobre a Rússia e as lutas do operariado.

À excepção do Domingo Sangrento, achei a matéria aborrecida e complicada de compreender.

Curiosamente, nos testes das Escola Virtual, foi onde a minha filha conseguiu safar-se melhor.

 

Por vezes, estou a olhar para a matéria que vem no manual, e sinto que falta, entre os vários temas, uma espécie de elo de ligação. É que parece que num momento estão a falar de uma coisa e, no segundo seguinte, passa-se para outra que nada tem a ver, sem haver uma conexão, um fio condutor.

 

 

 

Matéria da universidade no 9º ano?!

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Há cerca de um ano ouvi falar, pela primeira vez, em termos como sistema nervoso central, sistema nervoso periférico, sistema simpático, sistema parassimpático e afins.

Estava o meu marido no primeiro semestre da licenciatura em Ciências do Desporto, a estudar esta matéria na cadeira de Anatomofisiologia. Ele bem me queria explicar todos estes conceitos, mas eu já não o podia nem ouvir falar deles!

 

Este ano, quando deu uma olhadela nos conteúdos das várias disciplinas que a minha filha iria dar, torci logo o nariz às ciências: a maior parte da matéria era sobre o corpo humano - a matéria em que sempre teve mais dificuldades. Mal sabia eu o que estava por vir.

 

Ontem, trouxe uma ficha de ciências para fazer. Pediu-nos ajuda. Era sobre o sistema nervoso.

Eu estava a olhar para aquilo pela primeira vez, o livro não é muito explícito e fiquei um pouco à nora. O meu marido ajudou, e ficou extremamente surpreendido porque a matéria que ela está a estudar, foi aquela que ele teve na universidade!

 

Será impressão minha, ou os programas cada vez exigem mais dos alunos, e cada vez mais cedo?

Ou serão os alunos de hoje muito mais capacitados para apreender uma quantidade infinita e complexa de conhecimentos, do que éramos nós, no nosso tempo?

 

O que eu sei é que tanto a minha filha, que está a aprender esta matéria, como o meu marido, que já a estudou, como eu, que a vi pela primeira vez, de tanto olhar para os livros e imagens dos neurónios, ficámos com os nossos próprios neurónios todos avariados! 

Quando terminámos o último exercício, foi uma festa!

 

Porque devemos manter os manuais do ano anterior?

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Porque podem vir a fazer falta no ano seguinte!

 

A professora de Geografia deste ano pediu aos alunos para levarem o manual e caderno de actividades de geografia do 7º ano, para continuarem a dar a matéria que ficou por dar desse ano.

Como guardo tudo, ainda os tinha em casa, e resolvemos o assunto.

Mas, e quem já emprestou ou doou os manuais? Como é que faz agora?

 

 

A matéria de matemática que a minha filha tem estado a dar são as potências mas, claro, com as férias de verão pelo meio, e essa matéria dada no início do ano anterior, muitas regras estão esquecidas. Ontem,fui procurar o manual do ano passado, para ver se ajuda a relembrar.

 

 

Se não tivesse por hábito guardar os manuais, não tinha como esclarecer dúvidas ou rever matérias dadas anteriomente.

Até porque, em muitas disciplinas, a nova matéria não é mais que a extensão da matéria já dada, mas agora mais complexa.