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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Um trabalho de Educação Visual que já me custou 50 euros

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E estamos a falar de uma disciplina normal, do ensino básico.

Nem quero imaginar se estivesse na área específica de Desenho, no ensino secundário.

 

 

A professora de Educação Visual propôs um trabalho, que consistia em construir uma letra em 3D, com 70 cm de altura, e 15 cm de largura e espessura, com materiais recicláveis, sob o tema oceanos.

Parece simples, e pouco dispendioso mas, para fazê-lo, foi preciso:

- cartão - tinha cartão em casa mas, ou estava todo vincado, com rugas e, ou era fino demais, ou não tinha o tamanho pretendido, por isso tivemos que comprar - cerca de 3 euros

- pistola de cola quente e recargas - cerca de 5 euros (acho que ainda não é possível outra forma)

- cola de madeira para a pasta de papel - cerca de 5 euros (aqui poderia ter optado pela receita caseira da farinha, mas não quis arriscar)

- tintas para pintar (4 cores) e pincéis - cerca de 33 euros (se alguém souber criar tintas caseiras, agradeço)

- cola para colar a areia e as pedrinhas - cerca de 2 euros

- papel eva para fazer os corais e peixes - cerca de 2 euros (podia ter pintado, mas assim ficaram mais bonitos)

 

Vá lá que a colega com quem tinha que fazer o trabalho arranjou areia e conchas para decorar, senão ainda acrescia os bilhetes de autocarro para a apanha de conchas e afins!

 

E ficou assim a letra I, que vai hoje finalmente ser entregue à professora.

 

 

Ainda dizem que o ensino é gratuito. Gratuito para quem?

Para os alunos, ou para nós, pais, não é de certeza!

Joãozinho em mais uma aula de físico-química

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Joãozinho, dê um exemplo de um material de origem vegetal.

Não sei, professora.

 

Vou-lhe dar uma ajuda: de que material são feitas as suas cuecas?

Depois de pensar, Joãozinho responde: de plástico!

 

De plástico?!

Oh menino Joãozinho, que disparate. Vou dar mais uma ajuda: começa por "a" e é parecido com o linho.

 

O menino Joãozinho pensa mais um pouco e, como se tivesse acabado de chegar a uma brilhante conclusão, responde:

Já sei, senhora professora! São de alumínio!

 

 

As maiores recordações somos nós que as guardamos

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Se há pessoa avessa a destralhar e, sobretudo, a desfazer-se de todas aquelas coisinhas que tem lá por casa a ocupar espaço, só porque é uma recordação disto ou daquilo, porque foi dada por esta ou aquela pessoa, porque tem um significado especial ou qualquer outra justificação, sou eu.

É por isso que ainda conservo bonecos de quando era pequena, livros de quando andei no secundário, a roupa toda da minha filha, acumulada ao longo de 13 anos, e tantas outras coisas que por lá andam, em caixas, caixinhas e caixotes.

A minha filha está a ir pelo mesmo caminho.

Quando temos que fazer pinturas, ou limpezas grandes, é tanta coisa para tirar, para depois voltar a arrumar, que mal nos conseguimos mexer e entender de onde saiu tudo aquilo.

 

Até quando vou continuar a fazê-lo? Não sei...

Eu bem tento, mas depois penso "ah e tal, isto não", "aquilo também não" e continuo a ficar com tudo.

Gostava de ser mais desprendida, mas é algo que ainda não consegui.

 

No entanto, nos últimos tempos, tem-me dado muita vontade de dar uma grande volta a tudo o que tenho em casa, e que já não utilizo. O problema é que, se começo, com a vontade com que ando, vai mesmo tudo. E, depois, o mais certo é arrepender-me. Mas já será tarde demais.

 

 

 

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E daí? Será assim tão importante? Se acontecesse alguma coisa (esperemos que não) e perdessemos tudo, não teríamos que seguir em frente, sem nada poder fazer? Viveríamos, por isso, menos felizes? Seria isso motivo para nos esquecermos dos momentos, das pessoas, das recordações que guardamos? Não.

Não precisamos de muito para viver. Não nascemos com muito, e não partimos deste mundo com muito. Da mesma forma, enquanto cá estamos, também não precisamos de muito. Apenas do essencial.

O que mais importa é, enquanto cá estivermos, tentarmos ser felizes, acima de tudo, com aquilo que experienciamos, que vivemos, que guardamos na nossa memória e no nosso coração. E nenhuma dessas emoções se resume unicamente a bens materiais.

O peso excessivo das mochilas

 

Todos os anos, quando se aproxima o início do ano lectivo e a compra das mochilas, se fazem as mesmas recomendações:

 

- o peso da mochila não deve ultrapassar 10% do peso corporal da criança

- devem utilizar-se as duas alças da mochila (que devem ser acolchoadas), uma para cada ombro, ou então mochilas de rodinhas

- a criança deve pousar a mochila nos intervalos

- as crianças não devem levar mais do que aquilo que precisam

 

Mas, de que é que adiantam todas estas recomendações se, na prática, não são possíveis de concretizar?

A minha filha foi agora para o 5º ano. 

Na escola onde ela anda, há cacifos, mas ainda não estão disponíveis porque têm que ser desocupados pelos anteriores proprietários, por isso, por enquanto, é como se não houvesse.

Se tiver 3 aulas num dos períodos, significa que terá que levar 3 cadernos, 3 manuais aos quais se acrescentam outros 3 livros de exercícios ou fichas, o estojo, a caderneta, o lanche,etc.

Só aí, já leva mais do que os 10% do seu peso recomendados. E isto porque vem a casa almoçar. 

Já uma criança que passe o dia na escola, o que acontece cada vez mais porque os pais estão a trabalhar e não têm possibilidades de ir buscar os filhos ao almoço e em determinados horários, tem que levar o material necessário para o dia inteiro.

Que outras facilidades a escola oferece? Poucas!

As aulas nem sempre são na mesma sala, o que os obriga a andarem com a mochila de um lado para o outro. Nos dias de educação física, acrescentamos mais um saco de desporto para o equipamento. Nos dias de chuva, um guarda-chuva. Muitas vezes, os casacos.

E quanto a pousarem as mochilas no intervalo, até o podiam fazer, mas os professores não o recomendam. Porquê? Porque pode haver quem esteja à espera dessa oportunidade para roubar!

Resultado: as crianças passam a maior parte do tempo com excesso de peso às costas, e sem condições para brincar à vontade nos intervalos!

Quanto às ditas recomendações, guardam-se na gaveta até ao início do próximo ano, embora saibamos que nada mudará!