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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Um mundo à nossa medida

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Chego à conclusão que vivemos num mundo à nossa medida:

Um mundo desumano, para os (des)humanos que nele habitam.

 

É o mundo que merecemos.

 

Um mundo que nos olha com a mesma indiferença (e descaso), com que olhamos para ele, e para quem dele faz parte.

Um mundo que nos trata com a mesma crueldade, com que o tratamos, e aos seres que nele habitam.

Um mundo que nos paga na mesma moeda, com que lhe pagamos.

Um mundo egoísta, na mesma medida em que os humanos o são.

Um mundo ingrato, perverso, injusto, tal como o são os humanos.

 

Este não é um mundo para seres vulneráveis, e desamparados, para quem se olha de lado, para quem se vira a cara, e as costas, sem nos preocuparmos com o seu sofrimento.

Este não é um mundo para seres puros, bondosos, que nenhum mal fazem, mas a quem os humanos insistem em fazer mal, por pura maldade.

 

Este é o mundo em que os humanos o tornaram.

Um reflexo de si próprios.

Um mundo que, à semelhança de um boomerang, lhes devolve tudo o que lhe atiraram.

Um mundo que, à medida que o vão destruindo, destrói igualmente, e ainda com maior facilidade.

 

É, no fundo, o mundo perfeito.

E, para aqueles a quem se torna difícil viver neste mundo cruel, com o qual não se identificam, e no qual não se reveem, resta esperar que, um dia, um outro mundo, melhor, lhes esteja destinado.

 

 

 

 

 

 

Sobre a proibição de venda de determinados produtos nos hipermercados

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Pergunto-me, em que é que a medida contribui, de forma positiva, para todos aqueles que foram obrigados a fechar portas?

Proibir a venda de determinados produtos, nas grandes superfíciesm impede-as de ganhar, quando outros também não ganham.

 

Mas em que é que, efectivamente, essa medida ajuda, nestes dias de confinamento, o pequeno comércio que tem que estar encerrado?

O que um perde, não é dado ao outro. O que um deixa de ganhar, não compensa o outro. Os rendimentos daqueles que estão fechados, não aumentam com esta proibição. O lucro que uns deixam de ter, não se transformam em compensação financeira para os restantes.

O que acontece, na prática, é que, quando voltar a estar tudo aberto, ainda assim, as grandes superfícies vão continuar a vender mais.

Quando for permitido comprar, ainda assim, as pessoas vão continuar a preferir as grandes superfícies.

 

Sabemos que existe uma grande concorrência desleal, que não é de agora.

Mas, se existe, é porque foi permitida. É porque foi autorizada. 

Pelos mesmos que, agora, por conta de medidas duvidosas, querem fazer boa figura e mostrar que não vão permitir tal concorrência, na situação em que nos encontramos.

Depois...

Depois já pode voltar tudo ao normal. Porque vão voltar a fechar os olhos e continuar a autorizar tudo.

E se, em vez de estar a descartar as culpas dessa concorrência desleal, apoiassem mais aqueles que obrigaram a encerrar, com base em critérios muito discutíveis, que beneficiam uns, e prejudicam outros, sem qualquer sentido?

 

Ter ambição, ou falta dela, é uma coisa má?

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A ambição (não confundir com ganância) nunca fez mal a ninguém e é, na maioria das vezes, a mola que faz as pessoas saltarem, não se acomodarem, dar aquele passo em frente, arriscar.

As pessoas ambiciosas tendem a procurar sempre o melhor para si e para a sua vida, ainda que aquilo que já conquistaram não seja mau. Mas, se podem ter melhor, porque não? Desde que lutem para lá chegar, qualquer vitória é um mérito que não deve ser desvalorizado.

 

Da mesma forma, o facto de uma pessoa ser pouco ambiciosa, não significa que seja menos corajosa, menos feliz, que tenha menos mérito.

Se essa pessoa se sente prefeitamente bem com o que tem, se está adaptada e não precisa de muito mais do que o que já tem para ser feliz, para quê querer mais? Para quê mudar?

 

Cada um sabe de si. Cada um saberá aquilo que o satisfaz, aquilo de que precisa, aquilo que o faz sentir realizado na sua vida pessoal e profissional. E, quer queiramos, quer não, essa medida não tem que ser, nem é, igual para todos!

Porque não existem famílias disponíveis para Acolhimento Familiar?

 

Se a ideia é boa ou não, não sei. Cada caso é um caso, e é muito difícil prever o futuro.

Por norma, uma criança estará sempre melhor se acolhida por uma família, que reproduzirá exactamente o ambiente familiar que era suposto ter, do que numa instituição, com outras crianças.

Mas nem sempre as famílias que acolhem as crianças são recomendáveis. Assim como existem instituições onde o risco é maior do que aquele que em que viviam até serem retiradas à família biológica.

Em Portugal, a nova lei prevê, até aos seis anos, o acolhimento familiar de crianças que tenham sido retiradas aos pais

O objectivo, ao querer integrá-las em famílias de acolhimento em vez de irem para instituições, é proporcionar-lhes um ambiente acolhedor, enquanto aguardam uma solução para o futuro, que pode passar pelo regresso a casa ou pela adopção.

No entanto, torna-se difícil concretizar esta medida, uma vez que não existem famílias disponíveis.

Em 2013, apenas 374 crianças estavam integradas em famílias de acolhimento, a maioria delas situada no norte do país. Em Lisboa, nem uma! Segundo a Segurança Social, 90% dos menores que em 2013 estavam à guarda do Estado, viviam em lares e centros de acolhimento, instituições com dezenas de menores e onde o acompanhamento é feito por técnicos.

Mas porque é assim tão difícil encontrar famílias disponíveis?

Em primeiro lugar, porque o acolhimento familiar exige um grande compromisso da parte dessa família de acolhimento para com a criança acolhida.

Depois, os casais temem afeiçoar-se à criança que mais tarde, vão ter de entregar e são pouco receptivos a uma das missões da família de acolhimento que é facilitar, e até mediar, a relação da criança com a família de origem. 

Outro dos factores é não saberem que criança virá, quando e por quanto tempo porque, apesar de a lei dizer que é uma medida transitória, na prática as crianças acabam por ficar mais tempo, na maioria das vezes mais de cinco anos. 

Também não ajuda o facto de, sendo família de acolhimento, não se poder candidatar à adopção.

Tudo isto leva a que as pessoas optem por outros caminhos, que não o do acolhimento familiar, afinal, é preciso ter uma grande preparação psicológica, uma grande entrega mas, ao mesmo tempo, um grande desprendimento ao relação à criança. Quem é que está na disposição de aceitar uma criança em sua casa por alguns anos, promover nesse tempo o contacto com a família de origem e saber que a qualquer momento ela pode ir embora?