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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Naquele Natal", na Netflix

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Não há nada mais banal ou tradicional, do que ver filmes de Natal, no Natal!

Incluindo, filmes de animação.

E se, de uma forma geral, todos parecem mais ou menos iguais, com a mesma temática, e mensagens semelhantes, a verdade é que vale mesmo a pena ver alguns deles.

 

"Naquele Natal", não sendo um daqueles filmes que possamos dizer que é muito bom, parece ser uma reprodução, no ecrã, daquilo que é a minha visão sobre o Natal, sobre o seu espírito, e sobre o que realmente importa.

E, depois, tem uma boa banda sonora: para além de me dar a conhecer uma música de Natal do Ed Sheeran, termina com a minha música de Natal preferida dos últimos anos: "Christmas Lights", dos Coldplay!

 

Quanto à história...

Temos um rapaz que vive com a mãe, enfermeira de profissão e que, naquele Natal, não só pelo seu trabalho, mas pela acção em si, terá que deixar o seu filho sozinho por algumas horas. No entanto, por muito duro que seja para ele, depois de o pai não o ter vindo visitar, não poder partilhar o almoço de Natal com a mãe, alguém lhe faz ver que, talvez, seja ainda mais duro para a própria mãe, ter que fazê-lo.

 

Depois, temos uma professora que parece muito rígida, trombuda e antipática, que todos temem, até os adultos mas que, no fundo, é só alguém solitário, que já sofreu, e perdeu o amor.

No entanto, graças a Danny, vemos um outro lado de Miss Trapper, que não deixa de ser comovente.

 

Temos ainda duas irmãs, gémeas. Sam e Charlie. Sam é a irmã boa. Charlie não se tem portado lá muito bem.

Mas isso não significa que seja má.

E vamos perceber isso quando o Pai Natal a puser à prova, sem que ela saiba. Porque, para mim, foi uma prova embora, inicialmente, pareça apenas um mero engano.

Há um motivo para cada uma daquelas acções de Charlie, e todos eles são bons motivos. Eram por boas causas.

 

Já no que toca a humor, temos vários casais que vão a um casamento e, no regresso a casa, na noite de Natal, ficam presos na neve, passando-a na carrinha, enquanto os respectivos filhos se divertem em casa, sozinhos, transformando o Natal tradicional, num Natal mais ao gosto deles, mais alternativo.

E tudo corre bem, até a pequena Eve desaparecer.

 

É aqui que, mais uma vez, o espírito natalício se evidencia, com toda a comunidade de Wellington on Sea a juntar-se para a busca, como uma grande família, que procura um membro perdido, no meio de um nevão que não facilita.

Eve só queria ir ver as cabanas na praia. 

Mas ninguém mais queria fazer a tradicional caminhada de Natal.

Então, ela viu a raposa. Viu os perus. E foi atrás deles.

Par a praia. Sozinha.

Conseguirão eles, unindo e empreendendo todos os esforços, encontrá-la?  

 

O final do filme, como não poderia deixar de ser, vem com mais uma tradição típica por aquelas bandas: o mergulho gelado.

E essa é uma daquelas que nunca cumprirei!

 

 

Deixo-vos esta citação, que me marcou:

"Acho sempre que o Natal é um pouco como uma lupa emocional.

Se te sentes amado e feliz, o Natal faz-te sentir ainda mais feliz e mais amado.

Mas, se te sentes sozinho e sem amor, a lupa começa a funcionar e torna as coisas más maiores e piores."

 

  

 

"Uma Valsa de Natal em Paris", na Netflix

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Mais uma comédia romântica natalícia vista aqui por casa!

Emma é uma contabilista que, num acto de generosidade, e pura loucura, pede ao patrão para a despedir no lugar do seu colega de trabalho (só mesmo em filmes!).

Leo é um dançarino profissional que perdeu o gosto pela dança, e abandonou a sua carreira.

 

A primeira vez que Emma viu Leo, foi num espectáculo em que este participou.

E foi graças a ele, e à sua amiga que lhe ofereceu a inscrição, que passou a frequentar aulas de dança.

Um ano depois, o destino faz com que Emma e Leo se encontrem novamente.

Ele anda à procura de um par para, a pedido do seu mentor, Henry, participar numa competição de dança em Paris.

Com mais uma ajudinha da sua amiga, Emma aceita ser o par de Leo, que a escolhe pela forma leve, descontraída e entusiasta como encara a dança, fazendo-o recordar aquela paixão inicial que ele próprio sentia, e que se perdeu no tempo.

 

A mensagem que o filme tenta transmitir acaba por passar muito por aí: por vezes, mais importante que ser perfeito, mais importante que a competição em si, mais importante que ganhar, é fazer as coisas de forma sentida, com paixão, com entrega, e fazer os outros sentirem algo através de nós, e daquilo que lhes oferecemos - neste caso, a dança (mas aplica-se a tudo na vida).

O importante é dar tudo de nós, e marcar aqueles que nos vêm, independentemente do resultado.

E isso, Emma e Leo conseguiram!

 

 

Imagem: netflix

 

 

1 Foto, 1 Texto #1

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Estava um daqueles dias de verão em que, apesar de saber o quão bem faria uma ida à praia, não apetece nada.

Custa a ganhar coragem. Custa sair de casa.

Está frio. Sol, mas vento.

Se nem roupa de verão apetece usar, quanto mais ficar em biquini.

Mas lá saímos.

 

A verdade é que, na praia, estava melhor.

Para quem achava que nem sequer se ia despir, até à água fui.

E que bem soube o sol a aquecer as costas, no regresso ao areal, já deitada na toalha. 

 

Viro-me para cima.

Olho para o céu.

Estou calma. Relaxada. 

Estou cá em baixo, e quase me consigo ver reflectida lá em cima.

Já que, friorenta como sou, nunca poderia fazer de anjo da neve, ao menos imagino-me a sê-lo no azul do céu!

Ou, então, quem sabe, é um outro anjo que por lá anda, a tomar conta de mim.

A dar-me algum sinal, ou a transmitir-me alguma mensagem...

 

Desafio proposto pela Isabel

 

Ler livros em espanhol

Notas da Leitora – Literatura e outros amores!

 

Sempre li livros em português.

Na escola, mais por obrigação que por gosto, um ou outro em inglês.

Quando percebemos alguma coisa de um determinado idioma, torna-se mais fácil.

 

Espanhol foi idioma que nunca estudei na vida.

O pouco que sei, é o que uma pessoa vai apanhando de séries e filmes, e o que ficou na memória, dos anos em que a minha filha teve espanhol, e me foi ensinando umas coisas.

 

Mas o gosto pela leitura é mais forte que a linguagem em que um determinado livro está escrito e, havendo vontade de ler uma determinada obra que, infelizmente, ainda não está traduzida para português, uma pessoa arrisca.

Foi assim com "Terra", de Eloy Moreno.

E, mais recentemente, com "Things We Never Got Over", de Lucy Score que, apesar de estar disponível em inglês e espanhol, achei que seria mais fácil ler neste último idioma. 

 

O que posso dizer é que, sendo livros cuja própria história cativa, e é escrita em linguagem corrente, acaba por ser uma experiência enriquecedora, que nos permite conhecer expressões típicas espanholas, e aumentar o nosso vocabulário.

É uma leitura intuitiva: ainda que não andemos com um dicionário atrás o tempo todo, e que não se compreenda palavra por palavra, captamos facilmente a mensagem, e o significado de algumas palavras.

No meu caso, é também contagiante!

Quando dou por mim, estou a pensar e a "falar para dentro" em espanhol. 

 

E, agora que lhe tomei o gosto, venham mais!

 

As palavras, e a sua interpretação, não pertencem somente a quem as escreve

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Sempre que escrevemos, apropriamo-nos das palavras para transmitir a nossa mensagem.

Apenas nós sabemos o que pretendemos expressar, o que sentimos quando utilizamos cada uma delas, e o que pretendemos dizer, ao pô-las no papel.

 

Aquela, é a nossa verdade.

Uma verdade que pode ser compreendida, ou até partilhada, por quem a lê.

Mas que pode, também, ser entendida de muitas outras formas e sentidos, por quem está do outro lado.

 

Porque, no fundo, as palavras, e a sua interpretação, não pertencem somente a quem as escreve, mas a todos nós.

É por isso que, de cada vez que alguém lê algo que um autor escreveu, pode eventualmente deduzir o significado que as suas palavras pretendiam expressar, mas nunca terá a certeza porque, cada uma das pessoas pode ler uma mesma frase, um mesmo excerto, uma mesma obra, e retirar dela interpretações totalmente diferentes.

E se é verdade que o autor poderia não querer exprimir nada daquilo que as pessoas entenderam, também é verdade que essas interpretações aferidas, em determinados contextos, fazem sentido para essas pessoas, e até para quem as escreveu, ainda que com outro objectivo, e delas tomar conhecimento.

 

No fundo, escrevemos de nós, para o mundo. 

E, a partir desse momento, as palavras deixam de ser nossas.

Apenas a ideia que lhes deu vida se mantém na nossa posse.

E apenas nós, enquanto autores, poderemos, ou não, limitá-las a esse pensamento e dá-lo a conhecer a quem não o compreendeu, ou deixá-las livres de correrem por aí, englobando outros tantos pensamentos, que nelas encontram abrigo.