À Conversa com os MENTA
Os MENTA nasceram no verão de 2015, na voz e guitarra de Ricardo Catela e com João Ângelo no baixo, um duo que rapidamente cresceu para o formato banda.
A ideia era simples: fazer das suas músicas uma banda sonora da vida de quem as escuta ou, em alternativa, que as liberte e faça simplesmente sentir o ritmo e dançar.
Em setembro, relançaram, em formato digital, o single de estreia "Um Dia Não São Dias" e, na mesma data, deram a conhecer o seu segundo single “Amor Com Amor Se Paga” – temas que farão parte de um EP a lançar em 2019.
Fiquem a conhecer melhor os MENTA, nesta entrevista:
Quem são os Menta?
Os Menta são um coletivo de pessoas que contribuem, com os seus talentos, para o conceito que pretendemos vestir, que se materializa em canções e demais conteúdo visual que vamos produzindo.
Numa explicação mais objetiva, eu e o João somos a “cara” e fundadores deste projeto, mas trabalhamos com outras pessoas que nos ajudam a chegar ao resultado final da nossa música.
Começaram por ser um duo, que rapidamente cresceu para o formato de banda. Como se deu essa transformação?
De uma forma muito natural, na verdade. Cada esboço que nós gravámos, logo na fase inicial do projeto, tinha na verdade toda uma orquestra a tocar por trás, mas só na nossa cabeça (risos).
Geralmente eu (Ric) componho os temas, ou um esboço, e juntamente com o João trabalhamos em dar-lhe uma estrutura, mas a verdade é que a música já é escrita de raiz com os silêncios no sítio certo, onde depois vai entrar um sopro, ou um sintetizador.
Hoje em dia é possível gravar multi-instrumentos com relativa facilidade, e conseguimos registar essas ideias.
A partir daqui foi recrutar alguém que quisesse fazer parte deste grupo e nos ajudasse a tornar as ideias em realidade, não foi fácil inicialmente porque tivemos algumas mexidas na formação ao longo dos primeiros 2 anos.
O mundo das bandas de originais não é nada fácil, não tens dinheiro para pagar aos músicos, dependes sempre da vontade, empenho, e disponibilidade das pessoas, mas finalmente arranjámos o modelo ideal e as coisas estabilizaram.
Quais são as vossas principais referências musicais?
Ric: São variadíssimas, eu pessoalmente tenho ficado muito preso a The 1975 porque me identifiquei bastante com a personagem que o Matt Healey (vocalista) criou, mas tenho sempre espaço para os clássicos do groove como Jamiroquai, soul como Sade, ou ainda uns improváveis Interpol. É um leque tão disperso que eu próprio às vezes tenho dificuldade em fazer match entre o que oiço e o que componho, no que a referências diz respeito.
João: Eu também sou assim, também tenho problemas em referir sempre alguma banda, porque apesar dos géneros, estilos diferentes de música, todo o artista que fizer música do coração (e a fizer na melhor das suas capacidades) para mim é um exemplo a seguir.
Os Menta pretendem “fazer das suas músicas uma banda sonora da vida de quem as escuta”. E que música não pode mesmo faltar na banda sonora da vida dos Menta?
Ric: Como disse anteriormente, tenho ouvido muito os álbuns de The 1975, se tivesse que escolher um tema em específico seria provavelmente a “Somebody Else”, pela mensagem que transmite, e pela forma muito orgânica de como o instrumental nos vai conduzindo ao que a letra pretende dizer.
João: O que eu gosto mesmo, mesmo é de ouvir música nova, descobrir continuamente novos sons e experiências. O que não pode faltar mesmo é dados móveis, ou qualquer ligação à Internet (risos)
A 28 de setembro, relançaram o single de estreia “Um Dia Não São Dias” e o segundo single “Amor com Amor Se Paga”, que virão a fazer parte do EP da banda. Do que falam as vossas músicas?
Ric: As nossas músicas falam essencialmente de relações, sejam elas entre pessoas, com o “mundo”, ou mesmo a relação que temos connosco próprios, e das várias experiências que daí advêm, algumas mais conseguidas, outras mais falhadas.
Às vezes tento-me colocar (Ricardo) nos olhos de outra pessoa para “emular” determinada experiência que essa pessoa esteja a passar, como um avatar, para poder escrever sobre coisas diferentes, passa um pouco por aí…
João: Nós tentamos tornar as músicas mais inclusivas e abrangentes muito a partir da letra também, sempre a evitar uma ambiguidade que retirasse identidade à música, mas o que pretendemos é que as pessoas oiçam e “preencham os espaços” com as suas próprias versões.
Apesar de os refrões serem para todos cantar, a interpretação será sempre algo individual.
Que característica especial consideram que vos distingue, no panorama musical português, das demais bandas que têm vindo a surgir?
É uma boa pergunta, acho que deve ser sempre o público a responder a isso...
Da nossa parte não há um esforço por sermos diferentes, confiamos apenas que a junção dos nossos trabalhos resulte em algo singular e tentamos lapidar para que seja fresco e dançável, ou que pelo menos seja música com “power”, tem que ter peso de uma forma ou outra, seja pelo ritmo ou pela sensações fortes que transmita a quem a ouve.
Já têm data prevista para a edição do vosso EP?
Ainda não fechámos uma data em concreto. Temos sim um terceiro tema em processo de conclusão, que ainda não decidimos se vamos lançar também em formato de single ou se irá integrar esse EP a lançar em 2019. Mas podemos adiantar não irá acontecer antes do verão de 2019.
Que objectivos gostariam de ver concretizados, a nível musical, num futuro próximo?
O nosso objetivo, e isto foi intrinsecamente acordado sem sequer falarmos sobre isso (risos), logo desde que eu e João fizemos a primeira jam session na minha garagem, sempre nos foi claro: queremos é estar em palco e tocar para as pessoas, proporcionar-lhes sensações positivas através da nossa música, e numa visão mais utópica, poder fazer isto a tempo inteiro.
Existem salas de espetáculos e festivais nos quais todo o artista quer tocar, também temos as nossas aspirações, mas acho que ambos temos os pés bem assentes na terra e encaramos as coisas com muita serenidade.
Onde é que o público poderá ver/ ouvir os Menta?
Por agora iremos fazer algumas ações de promoção destes novos temas que lançámos, o facto de trabalharmos com a Farol tem-nos aberto algumas portas e dado a possibilidade de promovermos o que andamos a fazer, para com isso conseguirmos fazer mais espetáculos ao vivo, é uma questão de estarem atentos às nossas páginas sociais (facebook e instagram) para irem acompanhando novas datas novidades.
Muito obrigada!
Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens.