Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Sentir-se bem consigo próprio(a)

Licent-Prime-Curiosidade-sobre-patentes-A-pele-de-

 

Recentemente, temos vindo a assistir a movimentos a favor da beleza natural, da aceitação, do gostar de si como é.

A favor de deixar de parte a maquilhagem.

De aceitar os cabelos brancos, sinal da passagem dos anos.

De aceitar o corpo, e os seus defeitos.

 

Acho muito bem.

Cada um é como é, e não tem que ser igual a nenhum outro.

Não devemos ir atrás de modas.

De corpos e belezas fictícias.

Não nos devemos deixar levar pelas opiniões dos outros.

E se gostarmos de nós, exactamente como somos, melhor.

 

Mas, e se, na verdade, não gostarmos?

Se nos sentirmos melhor com maquilhagem?

Se nos gostarmos mais de ver com aquelas gordurinhas a menos?

Se quisermos usar uma peruca? Ou pintar o cabelo?

Não podemos?

Ainda que isso nos faça sentir bem connosco próprios?

 

Que mal tem a vaidade, se ela só a nós nos disser respeito?

O que têm as outras pessoas a ver com isso?

 

Para mim, ambas as situações são válidas, e ninguém tem que criticar o outro pelas opções tomadas, ainda que não se enquadrem na sua forma de ser e estar.

 

 

Não sou do contra, mas também não sou de modas

Resultado de imagem para ser do contra

 

Há coisas/ pessoas das quais tento fugir a sete pés. Estas são algumas delas:

 

Grupinhos - claro que é bom ter um grupo de amigos, no verdadeiro sentido da palavra, mas quando, do nada, me querem incluir em grupinhos acabados de formar, de colegas de trabalho ou amigos de amigos, é para esquecer. Em primeiro lugar, não sou muito adepta de conhecer novas pessoas só porque sim, porque poderão vir a ser amigos. Em segundo lugar, porque sei que, passada a euforia inicial, salvo raras excepções, acaba por ir cada um para seu lado, como se nunca se tivessem conhecido antes.

 

Hipocrisia - Há uma diferença entre mostrar-me indiferente, calar-me, ignorar, ou ser hipócrita a ponto de fingir algo que não sinto, e concordar com algo com o qual não estou, de todo, de acordo, só para não me chatear. Se até é algo que me afecta, e percebo que estou a lidar com pessoas hipócritas, a minha vontade é abandonar o barco.

 

Bajulação ou idolatração e discriminação - De repente, aquela pessoa está em alta e, então, bora lá todos tecer comentários elogiosos e colocá-la num pedestal ainda maior. Não contem comigo. Para mim, ninguém é melhor que ninguém, ou mais importante que ninguém, por isso merecem todos o mesmo tratamento. Quem está em alta pode, um dia, cair.

 

Reuniões de pais na escola - Vou às reuniões, mas cada vez mais espero que a professora fale dos pontos essenciais, entregue a pauta da avaliação, e os mil e um documentos que tenho que assinar, para me ir embora. Não tenho paciência para estar ali com conversinhas de ocasião, tanto com os pais dos outros alunos, como com a professora.

 

Pessoas chatas - De um modo geral, pessoas que, sempre que falam, dizem sempre a mesma coisa, repetem-se mil vezes, não querem realmente conversar, mas apenas despejar assuntos em cima dos outros, que se lamentam a toda a hora, que não conseguem perceber quando estão a ser inconvenientes, que não se conseguem calar por nada, pessoas para as quais as 24 horas deveriam ser inteiramente dedicadas a elas.

 

Seguir tendências - e a última das que me lembro é, por exemplo, a da protecção do ambiente. De repente, toda a gente está preocupada, toda a gente poupa, toda a gente recicla, toda a gente aderiu ao desperdício zero, toda a gente é amiga do ambiente e escreve posts sobre isso. Até no livro de inglês da minha filha levo com isso! E, como esta, haverá muitas outras, como correr. Sempre houve pessoas a praticar exercício físico através da corrida mas, a determinada altura, toda a gente estava a aderir, e correr tornou-se moda. Eu faço o que faço naturalmente, por minha iniciativa, e não porque está na moda e devo seguir a tendência para ser "cool".

 

Pagar por algo que posso fazer de borla - no outro dia, o meu marido andou a ver, em alguns sites, caminhadas em que nos poderíamos inscrever, e locais que poderíamos visitar, onde poderíamos caminhar, algo que ambos gostamos de fazer. Isso para mim não dá. Se que quero ir caminhar, vou. Há por aí tanto sítio para andar. Por que raio tenho eu que pagar para andar?

 

E por aí, o que acrescentariam a esta lista?

As "Violettas" deste mundo

 Y vuelvo a despertar En mi mundo Siendo lo que soy...

 

Gosto de ver a série, gosto da maior parte das músicas, e vibrei com o concerto no Meo Arena.

E tudo isto, graças à minha filha, que desde que a série começou, ficou fã, assim como milhares de crianças por esse mundo fora.

Sim, por vezes é necessário refrear um pouco a febre, pelo bem da minha carteira, da minha saude mental e do sucesso escolar dela! 

Mas é um facto que a Disney apostou forte, e transformou Violetta num verdadeiro caso de popularidade tal como o fez, outrora, com outros jovens, que se tornaram artistas de sucesso.

No entanto, na opinião da psicóloga Cristina Sá Carvalho, a influência destes fenómenos sobre as crianças não é muito saudável, dando como exemplo o fenómeno Hanna Montana que deu uma reviravolta na sua carreira e se transformou numa Miley Cyrus permanentemente envolvida em polémicas.

Defende Cristina Sá Carvalho que as crianças precisam de outro tipo de liderança, e de se identificarem com o pai e com a mãe, e não com as "Violettas" deste mundo, advertindo que “Um dia as Hannas Montanas transformam-se em Miley Cyrus”.

Eu não vejo as coisas por esse prisma.

Qual é o mal de as crianças se identificarem com os seus fãs, ainda que sejam imagens fabricadas, que podem não corresponder à realidade? 

Sempre assim foi! Só porque uma criança ou adolescente foi fã da Hanna Montana, não significa que agora vá andar por aí com a língua de fora e a mostrar o corpo. Só porque um rapaz é fã do Justin Bieber, não vai andar por aí a agir como ele. Não é por ter sido fã da Britney Spears vai cometer as mesmas loucuras que ela. 

Além disso, a influência pode ser positiva. E não tem necessariamente de interferir com o papel da família e dos progenitores. O facto de a minha filha gostar de cantar e dançar as músicas da Violetta, e entreter-se com isso, é benéfico. Faz uma coisa que gosta e ainda vai aprendendo espanhol! E na série também vai observando alguns princípios que já conhece e que aprendeu com os pais, mas que não lhe fazem mal nenhum ver, como o valor da amizade, a confiança, o quão errado é mentir ou esconder coisas dos pais e amigos, etc.

Por essa lógica, as crianças nunca deveriam acreditar no Pai Natal, porque um dia se transformará no nosso avô, nem na Fada dos Dentes, que um dia se transformará na nossa mãe, nem em nenhum outro artista ou personagem mundialmente famoso que, por um motivo ou outro, se transformou noutra pessoa!

E também é certo que, muitas vezes, é preferível identificarem-se mais com determinadas personagens, do que com certas mães e certos pais que conhecemos, e que nem assim merecem ser chamados. 

Goste-se ou não, estes fenómenos vão continuar a existir, e todos nós, crianças ou adultos, em algum momento da nossa vida, nos poderemos sentir identificados com as personagens que eles criam.

Por isso, que venham as "Violettas" deste mundo, porque chegará o dia em que as nossas crianças crescerão, e serão elas próprias, independentemente das modas que lhes impuserem!