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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

O reverso da medalha

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Por vezes, em alguns momentos da nossa vida, pensamos que, precisamente por não saber até quando cá estaremos, nem quanto tempo nos resta, temos de aproveitar, ao máximo, cada dia.

Não adiar decisões. Não deixar a felicidade escapar por entre os dedos.

É aquela máxima "não deixes para a amanhã o que podes fazer hoje porque, amanhã, pode ser tarde demais".

Não deixa de ser verdade.

Tantas vezes vamos empurrando as coisas, as decisões, os desejos, os objectivos, ou qualquer outra situação que temos pendente, com as mais variadas desculpas.

Depois, a oportunidade passa. O "tempo certo" nunca chega. E, muitas vezes, arrependemo-nos. 

 


No entanto, há o reverso da medalha.

O facto de amanhã poder ser tarde demais, não pode servir, também, como desculpa, razão ou motivo para a pessoa se atirar de cabeça, sem reflectir, sem pensar, sem se sentir, minimamente, confortável ou confiante.

Ou seja, não deve ser usado como pretexto para precipitações, impulsividade ou pura loucura. 

Porque, também nesses casos, o resultado poderá ser o mesmo: arrependimento.

Porque é, o ser humano, tão complicado?

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Porque é que diz que quer uma coisa se, depois, na verdade, não é nada disso que quer?

Porque ergue barreiras que, no minuto seguinte, só queria derrubar?

Depois, se aquilo que não queria, mas afinal queria, de facto, acontece, volta a não querer. Volta a rejeitar.

E torna a erguer a mesma barreira que, pouco antes, tinha acabado de derrubar.

 

Porque é que quando toma uma decisão se sente bem e seguro e, quando se vê na iminência de que venha a ser concretizada, se arrepende, e se sente triste?

Se, na verdade, também não consegue ser feliz com a não tomada dessa decisão, mas tem medo de tomar outra, de que se venha a arrepender e, por isso, mais vale não decidir nada.

Confuso?

Pois...

 

Porque é que o corpo e o coração do ser humano anda sempre em sentido contrário ao seu cérebro?

Porque é que, quando o cérebro toma uma decisão, o coração teima em contrariá-la?

E se o coração vence a primeira batalha, vem logo o cérebro, preparado para ganhar a próxima.

E assim anda, o ser humano, numa eterna guerra consigo mesmo.

 

Enquanto isso, vai a vida passando.

Vão os momentos sendo desperdiçados.

Vai a felicidade escapulindo.

E, um dia, acabam-se as complicações, as confusões, as decisões.

Porque não haverá mais nada para decidir.

Porque o tempo se esgotou.

Porque nos boicotamos a nós próprios?

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Como já tenho dito várias vezes, o ser humano é um "bicho" complicado.

Não é, pois, de admirar, que dessa complicação faça parte uma, provavelmente, irracional ou inconsciente tentativa de boicote a si próprio, e à sua felicidade.

A verdade é que toda a gente almeja estar de bem com a vida, sentir-se bem e feliz mas, quando isso acontece, irreflectidamente, as pessoas têm uma tendência a, por si mesmas, estragar esses momentos.

 

Como se tivessem necessidade de deixar de estar bem.

Talvez porque acreditem que não são merecedoras. 

Ou, talvez, porque não sabem viver assim...

Porque estão mais habituadas a momentos de tensão e, como tal, estranham a calmaria.

 

Outras vezes, porque tudo o que sabem que lhes faz bem, leva tempo.

Dá trabalho.

E fá-las sair da zona de conforto. 

Enfrentar mudanças.

Contornar receios.

Abrir portas ao desconhecido.

 

Então, mesmo sabendo que pode valer a pena, preferem boicotar-se.

Ficar com aquilo a que já estão habituados.

Que já conhecem, e do qual sabem o que esperar. 

Porque até podem, em teoria, saber tudo o que precisam de fazer.

Mas daí a pôr em prática, parece haver sempre um travão invisível que leva a melhor.

Bem-vindo, Novembro!

(1 Foto, 1 Texto #57)

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Chegou Novembro!

Estamos a dois passinhos do final deste 2024, que está a passar à velocidade da luz, por muito que, diariamente, sintamos que o tempo demora a passar.

 

Hoje é dia 1, Dia de Todos os Santos, dia de Pão Por Deus. 

Há quem, neste dia do ano, vá ao cemitério visitar os mortos. Enfeitar as campas.

Muitos, acredito, só lá vão mesmo nesta altura, para manter as aparências.

Porque há que mostrar, aos que lá vão, que as campas dos seus entes queridos não estão abandonadas.

 

Eu, confesso, há muito que não vou ao cemitério. 

Neste momento, a prioridade é cuidar dos que ainda estão vivos. Como o meu pai.

E foi por isso que, neste feriado, o levámos a almoçar ao McDonald's, como ele há muito queria, e andava a pedir.

 

Tenho a certeza que a minha mãe, onde quer que esteja, compreende que o meu pai precisa mais de mim, neste momento, do que ela, que já cá não está.

E sim, hei-de ir, um dia destes, levar-lhe flores, como ela tanto gostava em vida.

Mas hoje, o dia foi de celebrar a vida, a família, os amigos, os pequenos bons momentos!

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto 

Fotografar ou apreciar?

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Documentar, ou viver?

Exibir, ou sentir?

Turistar, ou experienciar?

Será possível fazer ambas ao mesmo tempo? Ou uma implica, sempre, negligenciar a outra?

 

Eu sou daquelas pessoas que gosta de registar todos os momentos e, por isso, costumo ser a "fotógrafa de serviço".

Mas noto que, em algumas ocasiões, estou tão embrenhada em captar a imagem, que acabo por não viver o momento em si. E dou por mim a pensar que mais valia ter deixado a máquina de lado, e apreciar o que estava a acontecer à minha frente.

Não é que não o faça, mas não é a mesma coisa.

 

Mas será assim tão difícil juntar as duas coisas?

Depende...

Penso que, se tivermos realmente interesse, podemos consegui-lo.

Mas existirão momentos em que talvez tenhamos que optar porque, senão, algo se perderá pelo caminho, e a experiência não será a mesma.