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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Pura Raiva", de Cara Hunter

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Há por aí um homem perigoso à solta, que vai atacar quem, e quando, menos se espera...

 

Em primeiro lugar, tenho a dizer que a autora podia ter encurtado um pouco a história, sem fazer render tanto o peixe.

Depois, confesso que me ludibriou. Comecei a ler, e levei tudo para um lado, ainda que sem entender que ligação poderia haver, até porque nada parecia bater certo. Entretanto, embrenhei-me tanto na ação que estava a decorrer que, quase a chegar ao fim, tive dificuldade em recordar aquilo que tinha lido logo no início e que, agora sim, fazia sentido. Mas já tinham passado tantas páginas, e tantos acontecimentos...

Por fim, referir que, em determinados momentos, a informação é excessiva, e fica tantas vezes pendente, que é muito fácil perder o fio à meada e, às tantas, não perceber nada do que se está a ler.

 

Posto isto, "Pura Raiva" é uma história sobre raiva, e sobre inveja.

Sentimentos pouco nobres que não são exclusivos dos adultos, e que podem manifestar-se em tenra idade.

Se isso se traduz, na prática, em agressões, em violência, em crime?

Quem sabe...

E é caso para dizer que, por norma, quem mais parece estar do nosso lado, e ter menos motivos, é quem, na verdade, mais tem algo contra nós, que disfarça, dissimuladamente.

Família.

Amigos.

Ninguém está livre de suspeitas.

 

Há por aí alguém perigoso à solta, que vai atacar quem, e quando, menos se espera...

 

A primeira vítima escapou com vida. Uma adolescente.

Sorte? Ou intencional?

Faith não quer apresentar queixa e tenta, a todo o custo, esconder algo que ela quer pôr para trás das costas. 

Determinada a não dar nas vistas, nem chamar a atenção sobre si, Faith acaba por mudar de ideias, quando surge a possibilidade de haver novas vítimas.

E a seguinte não tarda a desaparecer. Outra adolescente.

Residente na mesma zona. Estudante na mesma escola.

Terá ela a mesma sorte?

 

Os suspeitos são muitos. Quase todos vão dar a um beco sem saída.

Mas não se pode confiar em ninguém.

Nem mesmo, num pai. Numa irmã. Nas melhores amigas...

 

Cada criminoso tem a sua própria justificação, ainda que nada justifique, para os seus crimes.

Mas há "motivos" que nos levam mesmo a ter dificuldade em digerir a maldade de que o ser humano é capaz, por razões tão fúteis, tão estúpidas, tão sem sentido.

Ainda que para eles, cada vez mais cedo, lhes pareça motivo e razão suficiente para tratar alguém assim.

 

E é por isso que, quando a justiça parece querer falhar, há que dar um empurrão, para que os criminosos não se safem.

Para que não façam novas vítimas.

Para que, quem foi atacado, e sobreviveu, possa seguir a sua vida, sem medos.

Até ao dia em que a justiça lhes devolva a liberdade, e volte a aprisionar as vítimas...

Até ao dia em que o passado se torne presente, e ameace o futuro das mesmas...

 

 

SINOPSE

 

"UMA RAPARIGA É RAPTADA NAS RUAS DE OXFORD. MAS ESTE É UM RAPTO DIFERENTE, PARA O INSPETOR FAWLEY.
Uma adolescente é encontrada a vaguear pelos arredores de Oxford, desorientada e angustiada. A história que Faith Appleford conta é assustadora: amarraram-lhe um saco de plástico na cabeça e levaram-na para um local isolado. Por milagre, sobreviveu. Mesmo assim, recusa-se a apresentar queixa.
O Inspetor Fawley investiga, mas há pouco que ele possa fazer sem a cooperação de Faith, que parece esconder alguma coisa. Mas o quê? E porque será que Fawley continua com a sensação de que já viu um caso como este?
Quando outra rapariga desaparece, Adam Fawley não tem escolha e tem mesmo de enfrentar o seu passado."

Do Dia dos Namorados...

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Não sou tão fã, como em tempo fui, de celebrar este dia.

Longe vão os tempos em que comprava peluches, cartões amorosos, e recebia flores e chocolates.

Em que planeávamos almoços ou jantares, passeios românticos.

Em que tirávamos o dia, só para o casal.

 

Não sou contra, embora já não interprete o seu significado e importância da mesma forma.

Com o avançar da idade, das relações, e das celebrações, percebemos que algumas atitudes e gestos são apenas "o que se espera", o que é suposto fazer-se, o que é suposto acontecer. Nem sempre o sentimento está verdadeiramente presente.

 

Tão pouco vou entrar numa de "ah e tal, o dia dos namorados deve ser quando quisermos".

Porque é. Ou deveria ser... 

 

Mas, mais do que um dia, que uma data, que um presente, que uma tradição, muitas vezes falta aquilo que deveria ser o mais importante entre um casal.

Para mim, um casal em que cada um tem plena confiança no outro, um casal que se compreende, um casal em que cada um sabe ler o outro, ainda que sem palavras, um casal que se complementa, que se respeita, um casal em que existe amizade e amor, tem todos os motivos para celebrar esta data.

 

Se virmos bem, poucos são os que terão verdadeiros motivos para celebrar.

Todos os outros, é só mesmo porque sim.

Para mim, foi apenas um dia normal.

Quando decidimos e/ou agimos pelos motivos e com os objectivos errados

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Tomar decisões ou agir pelos motivos, e/ou com objectivos errados nem sempre leva ao resultado que esperamos.

Fazêmo-lo, achando que é uma porta aberta para a felicidade, para a realização pessoal ou profissional, para preencher o vazio que se instalou em nós mas, por vezes, essa felicidade é passageira. E depressa lhe sucede uma tristeza, uma sensação de vazio ainda maior, mal passamos a porta.

Muitas vezes, gera mesmo frustração.

 

Há quem faça as coisas em busca de reconhecimento. E se ele não vem? Ou não vem na medida em que se imaginou?

Há quem faça as coisas à espera de um retorno, que pode tardar, ou nunca chegar.

Há quem aja para afogar as mágoas, para fintar a tristeza. Mas, e se as nossas acções tiverem um efeito inverso, e ainda pior?

Há quem tome decisões no calor do momento, por impulso, baseadas na raiva, na dor. Mas, serão as mais correctas? Não nos iremos arrepender depois, quando a "poeira" assentar? 

 

Fazemos as coisas porque realmente queremos? Ou para agradar alguém?

Porque nos satisfaz, ou porque queremos daí tirar vantagens?

Porque é algo que nos dá prazer, ou porque é aquilo que se espera de nós?

 

Quantas vezes não nos enganamos com a ilusão de que são honestos os motivos e objectivos pelos quais agimos mas, ainda que inconscientemente, não são os certos, e podem não resultar da forma como imaginámos.

E, ainda que resultem, deveriam ter outra base, que não aquela em que nos apoiámos.

Da ascensão meteórica à queda abrupta de Bruno Lage

A BOLA - As razões para a queda inesperada de Bruno Lage (Benfica)

 

A história repete-se?

Há cerca de um ano, e após um conjunto de maus resultados para o Benfica, sob o comando de Rui Vitória que, outrora, tinha sido um grande treinador e trazido ao clube várias vitórias, Bruno Lage, técnico ao comando da equipa B, assumia o cargo de treinador principal, para o que restava da época.

De repente, os jogadores que, até ali, não jogavam nada, deram o seu melhor. A equipa, que já dava o campeonato por perdido, recuperou e sagrou-se campeã.

E Bruno Lage, um homem humilde e simples, sem grandes pretensões, tornou-se o herói encarnado, ao conseguir o quase impossível, em tão pouco tempo, e com resultados extraordinários, que fizeram dele um treinador muito desejado.

Dizia-se, na altura, que os jogadores estavam fartos de Rui Vitória, e fizeram tudo para ele sair. 

 

Após um final de época como o de 2018/2019, não se esperava menos desta em que nos encontramos, dos jogadores que por lá continuaram, e do treinador que tinha dado provas do seu valor.

Só que, da mesma forma que se deu a ascensão meteórica de Bruno Lage, também a sua queda foi abrupta.

Bruno Lage conseguiu o melhor, e o pior.

E se, no final da época passada, Bruno Lage estava na mó de cima, no topo, hoje, sai pela "porta dos fundos" de uma equipa e de um clube no qual já não consegue fazer mais.

 

Mas, será a culpa, unicamente, de Bruno Lage?

O que mudou no treinador de há uns meses, para este que hoje vemos?

A sua tática esgotou-se? 

Será que os jogadores também quiseram "fazer-lhe a cama" para o mandar embora?

 

E os jogadores?

O que mudou nos jogadores que o ano passado davam tudo, para este ano, em que parecem não saber o que fazer em campo?

Perderam-se?

Acreditava-se, antes da paragem forçada, que estariam cansados pelas sucessivas competições e jogos.

Então, e agora?

Foi por falta de treino e preparação? Por descanso a mais?

 

É certo que há anos bons, e anos menos bons. E que vitórias, derrotas e empates fazem parte do jogo. Mas é estranho uma equipa passar do 8 para o 80 e, opostamente, do 80 para o 8, em tão pouco tempo.

 

Com a saída de Bruno Lage, assume o cargo, novamente, o técnico ao comando da equipa B, desta vez, Renato Paiva. 

Mas, para Renato, não sobrará muito tempo para grandes feitos, uma vez que chega quase em final de época.

Resta saber quanto tempo lá ficará. E quem será o próximo...

 

Imagem: abola

Privacidade: um direito inviolável ou a chave para salvar alguém?

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A privacidade é um direito que nos assiste, e que ninguém tem permissão para invadir, ou violar.

Por norma, quando alguém o faz, é quase sempre para fins menos dignos, por motivos pouco altruístas, mas por puro egoísmo, curiosidade, desconfiança, lucro, ou outros igualmente condenáveis.

Mas, e se essa invasão for essencial, não para benefício próprio, mas para ajudar a salvar alguém? Justificar-se-ia invadir a privacidade, violar esse direito?

 

Quando uma mãe, após o suicídio do seu filho, lê o diário escrito por este, e percebe que estava ali a possível chave, que poderia ter, quem sabe, evitado o que veio a acontecer, o que pensa ela?

Que a resposta esteve sempre ali.

 

Mas ela não queria estar a invadir a privacidade do filho e, por isso, nunca leu o diário, nunca soube como ele se sentia, nem o que o atormentava e, como tal, não conseguiu ajudá-lo a ponto de evitar o pior.

Deveria ela ter quebrado a confiança?

Deveria ela ter invadido a privacidade?

Agradecer-lhe-ia, o filho, por tê-lo feito?

Seria garantido que essa invasão seria útil, e impediria o suicídio?

Não sabe... Mas sabe que, não o tendo feito, pode ter contribuído para o desfecho, pela inação.

 

Parece-me a mim que, nos dias que correm, a privacidade é muitas vezes violada sem motivos válidos e, poucas vezes, invadida por razões que o justifiquem.

O que levanta outra questão: existem razões ou motivos que justifiquem essa invasão?

Ou é, imperiosamente, um direito inviolável?