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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Desapaixonar"

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Será que nos "desapaixonamos" com a mesma facilidade e rapidez com que nos apaixonamos?

Para mim, a paixão funciona como uma ignição, um acelerador, um impulsionador, que nos faz sentir vivos, agir, experimentar, ter prazer naquilo que fazemos, ou naquilo que estamos a viver, e senti-lo de uma forma intensa, que mexe com todos os nossos sentidos, de uma forma boa. 

 

Dizem, os entendidos na matéria, que seria impossível as pessoas viverem em permanente estado de paixão, porque não fomos programados para viver em clima de constante expectativa e excitação.

É por isso que a paixão, ao fim de uns tempos, passa e, ou é o fim de tudo, ou dá lugar a outra etapa do processo.

Isto aplica-se ao que (quem) quer que seja que nos tenha feito, em algum momento, apaixonar.

 

Ou seja, depois de ser ligado, posto a funcionar, e experienciado de forma mais extravagante, o ritmo inicial abranda, e passamos a uma espécie de marcha regular. Da mesma forma que baixamos o fogão para cozinhar em lume brando, lentamente.

Não é que seja mau.

Quando fazemos e vivemos tudo demasiado depressa, com demasiado entusiasmo, quase num estado de delírio, experimentamos diversas sensações, mas acabamos por menosprezar outras.

Ao acalmarmos, conseguimos vislumbrar outros aspectos também importantes, temos outro tipo de vivência que pode ser, também ela, feliz, plena e prazerosa.

 

Ainda assim, sinto que, por vezes, era bom voltar a pisar o acelerador, voltar a sentir as emoções de outros tempos, ou novas, de uma forma mais apaixonada.

Afinal, o que nos move é a paixão. Seja em que campo for, e pelo que for.

A vida é feita de paixões.

Umas, maiores. Outras, nem tanto.

Umas mais importantes que outras.

Umas, mais prolongadas. Outras, mais efémeras.

Então, o que esperar de uma vida que não tenha, de vez em quando, uma paixão?

 

O que nos resta, quando nos desapaixonamos, e não houver nada que nos volte a apaixonar?

 

A subida

Pode ser uma imagem de natureza, céu e lusco fusco

 

"Parar é morrer", dizem.

Mas, por vezes, para não morrer, é preciso parar.

 

Naquela subida, que parecia não ter fim, ela subia, insistia, passo a passo, sem parar, ainda que todas as forças lhe estivessem a fugir pelo corpo porque sabia que, se parasse, por um minuto que fosse, já não conseguiria continuar.
 
No início, movia-a a coragem, a determinação, a força.
Depois, a perseverança. 
E, à medida que ia subindo, a obstinação. A vontade de superar o desafio.
Que logo se transformou em teimosia. Em sobresforço, contraprodutivo.
Uma espécie de testagem dos limites, que já há muito acusavam estar a ser ignorados.
 
Mas, depois, deu-se por vencida. Parou. Sentou-se, esgotada.
Ali permaneceu, por bastante tempo.
Acreditava mesmo que, dali, já não conseguiria sair.
Que tudo tinha sido em vão.
 
Ainda assim, restava-lhe uma centelha de orgulho. De dignidade. 
Algo a impelia fazer uma derradeira tentativa. Porque há coisas que não devem ficar a meio. E seria mais fácil chegar ao destino, do que retornar ao ponto de partida.
 
Quando se tentou pôr de pé, ficou surpreendida.
As dores já não se faziam sentir tanto. Já não se sentia tão cansada.
Não faltava assim tanto para alcançar o topo. Não custava tentar.
 
Motivada e esperançosa, retornou à subida, acabando por alcançar o objectivo a que se tinha proposto.
E assim, depois de vencida, acabou vencedora.
Mas como saber se as subidas que iniciamos têm uma meta ou se, pelo contrário, são eternas e infinitas? 
 
Na verdade, não sabemos.
Mas, se não acreditarmos que elas nos levam a algum lado, de que nos servirá subi-las?
Se não existir topo, de que adianta escalar?
 
 
 
Inspirado neste texto!
 

Os degraus da escada da vida

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Quando ainda não temos noção, tentamos subi-los, só para ver onde vão dar.
Depois, quando ganhamos noção, ficamos com receio de os escalar.
Há dias em que preferimos ficar onde estamos.
Outros, em que nos decidimos a subir, porque há que andar para a frente, tentar, não desistir, alcançar o cimo da escada que nos propusemos a subir.
 
Por vezes, ficamos cansados a meio.
Algumas, tropeçamos. Caímos. Voltamos ao degrau inicial. Nessa altura, levantamo-nos, e tornamos a tentar.
 
Outras, conseguimos mesmo chegar ao cimo da escada. E ficamos felizes pela meta alcançada. 
É então que percebemos que, aquela que pensávamos ser a meta, é apenas um patamar conquistado.
E outros tantos nos esperam.
 
Na verdade, a vida é uma longa escadaria.
 
Já subi vários degraus até aqui. Esperam-me outros tantos.
E que, quando aí chegar, novos degraus surjam.
 
Porque são eles que nos fazem mover, e viver...

Porque é tão difícil dar o primeiro passo?

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Muitas vezes, até queremos dar o primeiro passo, em diversas situações, mas algo dentro de nós, nos trava. Algo nos faz ficar estáticos, petrificados, colados, imóveis, sem nos conseguirmos mover, em direcção ao que queremos.

É quase como se estivéssemos a carregar, ao mesmo tempo, no acelerador e no travão.

Como se estivéssemos num baile, com imensa vontade de dançar e, ainda assim, esperássemos que alguém abrisse a pista, para depois irmos nós.

Como se estivéssemos numa passadeira, à espera que a pessoa ao nosso lado comece a atravessar, para fazermos o mesmo.

Porque é que temos tendência a esperar que os primeiros passos sejam dados sempre pelos outros, e não temos a coragem, a confiância, a atitude, a audácia, a humildade, de darmos nós o primeiro passo?

 

Ou temos que ser sempre, de certa forma, "obrigados", empurrados, impulsionados por algo, nem sempre bom ou positivo, a dar o primeiro passo? 

 

E se mais ninguém der o primeiro passo?

Ficamos para sempre no mesmo sítio? Na mesma situação? Na mesma posição?

Deixamos de lutar por aquilo que queremos, e fazer aquilo que ambicionamos?

Desistimos de tudo, porque os nossos pés estão demasiado entorpecidos para se mover?

 

A vida é um jogo

 

Com uma casa de partida, uma meta ou casa de chegada, e todo um percurso a fazer pelo meio, para lá chegar.

Neste jogo, lançamos os dados. Por vezes, eles levam-nos a avançar vários passos. Outras vezes, obrigam-nos a recuar, a retroceder alguns passos ou, simplesmente, a não nos movermos. Nem sempre avançar é bom. Pode-nos levar a casas que gostaríamos de evitar. Nem sempre recuar é mau. Podemos ir parar a uma casa que até nos traga vantagens.

Cada uma das casas à qual os dados lançados nos levam, nos trazem desafios, objetivos a alcançar, perguntas às quais temos que responder. Algumas casas trazem coisas boas, pequenos incentivos, bónus, alegrias, a oportunidade de avançar mais um pouco neste jogo. Outras, nem tanto. São casas que não nos levam a lado nenhum, sem utilidade mas que, ainda assim, fazem parte do jogo.

Como todos os jogos, também a vida é um risco.

Mas, ao contrário de um jogo comum, que jogamos ou não consoante a nossa vontade, neste jogo da vida não pedimos para entrar. Ainda assim, fomos colocados no tabuleiro a partir do momento em que nascemos, e "obrigados" a jogá-lo, a correr esse risco. 

Ao contrário de um jogo comum, a maior parte de nós não tem pressa de chegar à meta, à fatídica casa de chegada, na qual iremos abandonar de vez o jogo, e esta vida que nos foi dada.

Queremos,sim, aproveitar aquilo que as diversas casas, que lhe precedem, nos têm para dar. Embora nem sempre o consigamos fazer como deveríamos. É que, mesmo avançando devagarinho, estamos a avançar, e as casas pelas quais passámos, ou não, vão ficando para trás, sem que possamos, muito provavelmente,lá retornar. E não nos esqueçamos que, a qualquer momento, e sem contarmos com isso, podemos ser eliminados do jogo.

A vida é um jogo, e este jogo é também feito de apostas. Algumas, serão apostas ganhas. Outras, poderemos eventualmente, perder. Mas só saberemos o resultado da aposta, depois de a fazer.

Só saberemos aquilo que nos espera, e onde nos levará este jogo, se nos mantivermos activos, em movimento, se continuarmos a lançar os dados, a fazer apostas, a utilizar os botões que temos ao nosso dispôr, a percorrer o tabuleiro onde fomos colocados como peões mas, ao mesmo tempo, como jogadores. 

Só conseguiremos aproveitar ao máximo este jogo, se soubermos aprender com as más jogadas, celebrar os pequenos avanços e conquistas, tirar partido das casas mais vantajosas onde os dados nos levem, e contornar aquelas que mais nos prejudicam.

Podemos não ter pedido para jogar este jogo da vida, mas a verdade é que estamos dentro dele.

E valerá a pena passar todo o percurso do jogo sem arriscar, sem o viver, sem tomar as rédeas do mesmo nas nossas mãos? Valerá a pena ficar parado, a ver os outros jogadores passar por nós, ou à espera que alguém lance os dados por nós, avance por nós, viva por nós?

Valerá a pena desperdiçar todas as ferramentas que nos foram fornecidas para nos ajudar nesta caminhada, e esperar que o destino se encarregue de nos empurrar de uma casa para a outra, quando não era nessas casas que queríamos estar?

A vida é um jogo, sim. E já que estamos nele, vamos jogá-lo como sabemos e podemos, e deixar a nossa marca enquanto nele nos mantivermos, sem receios!