Como seria o meu Natal ideal?
Aquilo que visualizo sempre, quando se fala de Natal, é uma noite com toda a família mais próxima reunida (pais, sobrinhos, irmãos, num ambiente acolhedor e simples, a disfrutar de boa comida, e do simples facto de podermos estar todos juntos.
Como a família por aqui é pequena, fica sempre espalhada pelos sítios onde vivem, ou pelas circunstâncias, e parte dela nem sequer liga ao Natal, torna-se impossível viver esta época natalícia com o espírito que ela pede.
É por isso que, cada vez mais, me junto àqueles para quem esta quadra pouco ou nada diz, e que querem fugir dela a sete pés.
Este ano, nem sequer vou ter a minha filha comigo na noite de Natal, pelo que a mesma se vai resumir ao mesmo de sempre: jantar em casa dos avós do meu marido, e voltar cedo, porque o marido ainda vai trabalhar nessa noite.
Mas, se tivesse a minha filha e o meu marido comigo, e se não tivessemos as bichanas (enquanto viverem nunca passarei noites fora de casa só por lazer), o meu Natal ideal seria num local que nos fosse totalmente estranho, em aventura, a partilhar esse momento a três.
Com um jantar improvisado, num local inusitado e inesperado, a divertir-mo-nos.
Até mesmo, rodeada de animais, em vez de pessoas. Ou em acções de solidariedade para com aqueles que mais precisam, e gostariam de celebrar o Natal de uma forma diferente.
Não a cumprir aquilo que manda a tradição. A contribuir para a hipocrisia e consumismo da época.
A viver todo o mês com aquela dualidade de sentimentos, entre o que já um dia gostei e que agora odeio no Natal.
Entre o que eu desejaria, e o que é, efectivamente, possível ter.
A viver o Natal pela vontade, emoções e sentimentos dos outros, em vez de o fazer por mim mesma...